O papel das emoções no pensamento e como isso afeta a educação
Poucas coisas dão mais saudades do Brasil, do que uma padaria que sirva um pão de queijo e o bom e velho café com leite, servidos em doses iguais. Tente responder a seguinte pergunta: a média é o café, o leite, tanto o café quanto o leite, ou uma terceira coisa, além do café e do leite, que se produz apenas quando eles se misturam?
Nós estamos tão acostumados a compreender os fenômenos por meio da análise das partes isoladamente. Isso é o que se chama em ciência de reducionismo: nós poderíamos buscar compreender a média a partir do café, ou do leite, até porque, sem qualquer uma dessas partes, não haveria a média. Mas isso não bastaria, porque o todo é diferente do que a mera soma das partes.
A mesma coisa acontece com o pensamento. Durante muito tempo, acreditou-se que existiria um pensamento “puramente racional”. Com isso, desenvolveram-se muitos modelos, que tratam de “agentes racionais”. Em educação, essa crença ajudou a solidificar a figura do “bom aluno”, aquele que fica em silêncio, não dá trabalho e vai bem nas provas.
Na verdade, o que se tem concluído é que o próprio processo de pensamento inclui as emoções. Essas pesquisas indicam também que as atividades cognitivas mais complexas, como tomada de decisões e pensamento crítico, são compostas por emoções.
Somos seres racionais-emocionais, e é esse diferencial que nos permitiu sobreviver e florescer, mantendo a nossa homeostase e capacidade superior de convivência social. É porque integramos ao nosso pensamento lógico habilidades emocionais tão marcantes, que nos adaptamos muito melhor do que qualquer outra espécie. Esses atributos, incluindo-se nossa insegurança e incerteza devem ser celebrados, e não reprimidos.
Robôs não choram e não reclamam, mas não sonham, não criam e não resolvem problemas complexos. Ensinar alunos como se eles fossem máquinas que decoram e reproduzem conteúdos nas provas é deixar de lado aquilo que os torna mais especiais.
Esse é um dos principais papéis da escola: dar aos alunos repertório para lidar com a complexidade da vida, mas que será mais facilmente acessada se a emoção associada ao aprendizado for positiva. Se ir à escola for como ir ao dentista, uma experiência útil, mas horrorosa, os alunos serão resistentes ao aprendizado para o resto de suas vidas.
Referências
https://cloeedu.com.br/o-papel-das-emocoes-no-pensamento-e-como-isso-afeta-a-educacao/
https://exame.com/bussola/o-papel-das-emocoes-no-pensamento-e-como-isso-afeta-a-educacao/
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