Para onde vai a educação em um futuro próximo?
Na semana passada, tivemos a oportunidade de falar com duas instituições, o Colégio Dante Alighieri, de São Paulo, e a Universidad Autónoma de Tamaulipas, do México, e o Plan Ceibal, do Uruguai, em eventos organizados pela Bett e pela Cisco.
O que essas organizações têm em comum, é que, quando a pandemia obrigou as escolas e universidades do mundo inteiro a fecharem, elas já tinham experiência com o uso de tecnologia em processos educacionais, mesmo que só em alguns momentos, para complementar as práticas em ensino presencial.
Isso significa que estavam prontas para realizar o ensino remoto emergencial de qualidade? Todos afiram que não, de forma alguma! Esse foi um momento de muita aprendizagem. Professores, gestores e TI tiveram de se dar as mãos e descobrir “o que fazer agora?”.
Fato é que tinham a base para começar a trabalhar. Não precisaram discutir qual plataforma de aprendizagem usar, nem se iam realizar aulas síncronas ou como fariam isso. Com isso, parece que cortaram um longo caminho para iniciar seus trabalhos remotos, que precisam da tecnologia para ocorrer, e foram vendo o que dava mais certo.
E o que essas organizações estão fazendo 9 meses depois do fechamento das escolas, mesmo com algumas reaberturas parciais no Brasil, no México e no Uruguai?
Estão colocando em prática novas formas de avaliação formativa e avaliação com consulta, estão usando dados para descobrir quais alunos precisam de mais apoio, estão colocando em prática iniciativas de personalização da aprendizagem, com base nesses dados, estão pensando em mudar o currículo, para torná-lo mais atraente e mais adaptado aos séculos XXI. Entenderam que qualquer lugar é um lugar de aprendizagem, mas que a escola é um espaço de socialização por excelência e espaço para desenvolver as habilidades do século XXI.
Descobriram quais conteúdos os alunos aprendem melhor sozinhos, e em que momentos precisam de ajuda do professor. Viram que professores são imprescindíveis até mesmo em situação de ensino 100% remoto e que precisam estar se atualizando sempre. E os professores, por sua vez, criaram clubes de apoio mútuo e descobriram que a tecnologia não será seu substituto, mas é sua aliada.
Pode parecer que essas descobertas sejam exatamente o que os teóricos da educação e os próprios entrevistados nos webinar já sabiam que seria o futuro da educação. A diferença é que, nessas instituições, essas novas práticas se tornaram o presente. Já temos exemplos importantes de instituições grandes, em diferentes países, e até de um programa de âmbito nacional, como é o Plan Ceibal, do Uruguai, que, mesmo sem se conhecer, nem trocar ideias, trilharam caminhos semelhantes.
Se já é o presente em tantos lugares, podemos afirmar que uma educação personalizada, que usa a tecnologia para unir pessoas em situações flexíveis, que usa dados para definir prioridades, que reflete sobre suas práticas de ensino, socialização e avaliação e em que professores estudam por toda a vida e se apoiam já é uma realidade, e as escolas que não estiverem fazendo isso estarão em desvantagem rapidamente, em termos de concorrência mercadológica ou do que os sistemas públicos oferecem aos seus alunos em termos de aprendizagem efetiva.
Se o caminho percorrido por organizações tão diferentes foi tão semelhante, e está tão alinhado com o que os teóricos previam, podemos entender que já conseguimos vislumbrar a educação do futuro. Outras instituições que investirem em reflexão sobre o seu trabalho com mediação pela tecnologia provavelmente trilharão caminhos semelhantes.
E, se o futuro já chegou, novas exigências para uma educação de qualidade surgirão, pois o mundo não para.
Que as escolas reabram o mais brevemente possível e as tecnologias continuem empoderando professores e aproximando pessoas. Assim daremos o salto de qualidade de que todos estamos precisando.
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