Abordagem de assuntos mais técnicos marcaram o segundo dia da 3ª Jornada Bett, realizada durante dois dias em Recife
Com o tema central “Gestão escolar e inovação na aprendizagem: como lidar com os desafios?”, a 3ª Jornada Bett realizou um debate sobre gestão educacional, inclusão e diversidade e transformação digital nas instituições de ensino básico do setor privado.
Organizado pela Bett Brasil, maior evento de educação e tecnologia da América Latina, a Jornada foi realizada nos últimos dias 5 e 6 de outubro, em formato híbrido, com transmissão online, diretamente do Centro de Eventos, em Recife. O evento será disponibilizado, on demand, na Plataforma Bettonline. E no Educador21, parceiro de conteúdo do evento, você encontra uma cobertura completa do evento. Basta acessar a aba "Especial Bett" no menu do site.
3ª Jornada Bett reúne gestores em evento híbrido - Cobertura
Uma das novidades do evento foi a interação entre palestrantes e público. Por ser um evento mais intimista, a organização do evento realizou o teste de uma nova ferramenta no aplicativo da Bett Brasil, desenvolvido pela edtech Layers. Pelo QRCode no verso do crachá, os participantes puderam responder às perguntas que abriram os painéis e enviar perguntas para os palestrantes.
Foram registradas mais de mil interações nos oito painéis do evento, e mais de mil respostas nas enquetes, mais de 150 perguntas comentadas e mais de 150 guias de visitação, totalizando mais de 3 mil acessos ao app da Jornada Bett pelos pouco mais de 300 participantes do evento. Um sucesso que deverá ser replicado em escala na Bett Brasil 2023, marcada para os dias 9 a 12 de maio.
Assuntos técnicos marcaram o segundo dia da Jornada Bett Recife
A manhã do segundo dia da Jornada Bett trouxe dois painéis com assuntos complexos, mas complementares: manutenção de um fluxo financeiro saudável e comunicação. Em ambos, a pesquisa interativa com os congressistas norteou o bate-papo entre os painelistas.
O painel "Como manter um fluxo financeiro saudável?" destrinchou termos básicos de planejamento financeiro e indicou ferramentas para as escolas adotarem com objetivo de otimizar o trabalho do operacional financeiro das instituições de ensino.
Diante do resultado da pesquisa interativa -- 32% dos gestores não conseguem controlar o gasto, o fluxo de caixa e não entendem de finanças --, Raquel Santos, Fundadora do iDelas e da Lucrativa, falou sobre o básico que deve ser feito diariamente pelos gestores, que precisam acompanhar o fluxo de caixa para saber se o orçamento da escola está correto.
"Boa parte dos diretores pedagógicos não entendem de finanças e, por isso, a profissionalização e capacitação dos gestores são também essenciais para sanar as dificuldades financeiras das escolas", disse a especialista.
Para seus colegas de painel, o especialista em gestão financeira Wallace Morato, diretor Financeiro e de Tecnologia da Escola Beit Yaacov, e Anderson Morais, cofundador e CEO da Agenda Edu, uma parte da solução de problemas financeiros das instituições pode estar no desenvolvimento de boas relações com os pais e responsáveis. Morato destacou que é essencial conhecer os inadimplentes e buscar soluções com base em relacionamento.
Por isso, é preciso, também, concentrar esforços na captação, retenção e satisfação do cliente. "A rotatividade de alunos existe em relação à macroeconomia e à situação local. Se a comunidade sofreu mais economicamente, haverá reflexos também nas escolas do entorno, porque foram mais afetadas economicamente", disse Anderson Morais, da Agenda Edu.
A orientação de Morais acabou sendo uma "bola levantada" para o painel seguinte. "Como manter uma boa conversa com as famílias desde a matrícula?" tratou, entre outros aspectos, da chamada fidelização de clientes -- no caso, alunos e pais e responsáveis.
Rossandro Klinjey, psicólogo e fundador do Educa, acredita que as escolas precisam construir uma relação duradoura que, para isso, as instituições devem ser coerentes e verdadeiras com o que propagam e o que entregam. "Estratégias passadas não resolverão desafios futuros. O modelo antigo não responde mais, e o novo ainda não atende às necessidades e urgências da educação. Por isso, a escola é um lugar que inaugura o novo", declarou Klinjey.
Para a diretora de planejamento estratégico do Colégio Bandeirantes, Helena de Salles Aguiar, o marketing das escolas deve ser transparente para o seu público: "A escola deve chamar os pais para conversar, para que entendam as mudanças e o que acontece dentro da escola". Esse mesmo canal de conversa fora das redes sociais também foi ressaltado pelo painelista Alcindo Ricoy Junior.
"É inevitável que os canais digitais sejam os principais meios que a escola tem hoje para se comunicar, até porque estamos num processo quase 100% digital. Mas deve-se levar em conta o saber se relacionar e ficarmos atentos a este relacionamento, tanto no digital como na conversa pessoal. São muitos os canais de conversa", disse o coordenador de relacionamento da PUC/Campinas e CEO da EEGO Digital.
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