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28 fev 2023

Admirável ignorância

Bruno Eizerik
Admirável ignorância
É possível imaginar o que a transformação vai causar nas escolas e universidades?


 

O setor educacional é extremamente conservador. Conta a estória que se alguém acordasse hoje, depois de 100 anos de um sono profundo e voltasse a viver em sociedade, iria estranhar a grande maioria das coisas, menos a escola, que pouco mudou.

Ocorre que, de vez em quando, temos algumas inovações com o poder de desacomodar nossas escolas, que foram recentemente mexidas pela pandemia. Desde o final do ano passado, estamos frente a um novo agente do caos: o ChatGPT.

O período pandêmico nos mostrou que nossas crianças precisam e devem ser mais autônomas, que a aprendizagem depende mais do protagonismo do aluno do que do professor, que o centro da sala aula foi deslocado do mestre para o aluno.

Isto ocorre porque vivemos uma era de informação abundante. O papel do professor precisa ser revisto, pois ele deixou de ser a principal fonte do saber e passou a ser um curador, que filtra e ajuda a transformar a informação em conhecimento. Por mais tecnologia que tenhamos, jamais poderemos abrir mão de um bom docente. A alfabetização midiática, um belo exemplo do novo papel do professor, nos ensina a entender o que é uma fake news e a ajudar os alunos a desenvolverem o senso crítico.

Em paralelo à informação abundante, temos uma revolução tecnológica, que precisa ser usada como um meio de ensinarmos melhor. É incrível, mas há pouco tempo, escolas proibiam que alunos entrassem na sala de aula com um celular. Essa transformação digital, juntada ao Big Data e a Inteligência Artificial, nos brindou com o ChatGPT.

Até então, era impensável pedir para o computador escrever uma redação, um texto único e criativo. Pois é, o ChatGPT não só escreve uma redação, como compõe músicas, resolve problemas complexos de matemática e elabora receitas deliciosas, entre outras habilidades.

Não estamos mais falando de tarefas repetitivas como soldar um carro, hoje, realizadas por robôs, ou de um jogo de xadrez, que as máquinas também já superaram os homens. Estamos diante de atividades que exigem pensar, refletir, juntar informações, ações que as máquinas – vamos chamar de robôs – não sabiam fazer. Eu disse: não sabiam!

É possível imaginar o que essa transformação vai causar nas escolas e universidades?

Na minha admirável ignorância, preferi não fazer esta pergunta ao ChatGPT!

 

Sobre o autor:


*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Bett Brasil.

 

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