Ahead by Bett: painel fala sobre EAD no ensino superior no Brasil
Recentemente, uma decisão do Conselho Nacional de Educação vem preocupando estudantes e gestores de universidades a distância no país. O CNE decidiu limitar as atividades online em cursos de licenciatura EAD, como pedagogia. A proposta da entidade é que os alunos cumpram obrigatoriamente ao menos metade da carga horária em modalidade presencial. A mudança aguarda a homologação do Ministério da Educação.
Para debater o tema, o Fórum Ahead promoveu o painel “Qualidade no ensino EAD: onde estamos e para onde vamos?”, com as participações de João Vianney, consultor da Hoper Educação, Luiz Cláudio Costa, reitor do IESB, e João Mattar, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED).
O mediador João Vianney iniciou o painel lembrando que a educação a distância no Brasil começou a ser fomentada nos anos 1970, pela agronomia por meio de fascículos, mas só ganhou uma legislação em 1995, quando passou a ter cursos de graduação no formato EAD, sendo a pedagogia a primeira licenciatura implantada. Segundo ele, hoje 4,5 milhões de alunos cursam graduação a distância no país.
Para Luiz Cláudio, é imprescindível ampliar a discussão sobre os benefícios da educação a distância e construir sua reputação, bem como combater eventuais preconceitos em relação ao modelo. “Não podemos discutir qualidade por modalidade, ambas precisam ter seus indicadores de desempenho. Existem diversos aspectos positivos na educação a distância, como sustentabilidade, democratização do acesso, e, principalmente, a evolução da tecnologia”, declarou.
O palestrante afirmou ainda que, de acordo com estudos, estamos próximos de ter a primeira universidade feita totalmente por Inteligência Artificial. “A IA será tão comum no nosso uso quanto o nosso smartphone. Diante disso, vocês acham que esse mundo será presencial ou digital?”, completou Luiz Cláudio.
O presidente da ABED externou a preocupação com a diminuição na oferta de professores diante da medida do CNE e reforçou a necessidade de discussão do tema com os órgãos nacionais e entidades do setor. “Estamos indo na contramão do mundo. Enquanto a maioria dos países está aperfeiçoando suas tecnologias para o ensino a distância, no Brasil estamos discutindo qual modalidade é melhor e regressando diante dos avanços. Não podemos continuar trabalhando nessa polaridade, é preciso ter diálogo”, destacou João Mattar.
Compartilhe nas redes sociais:
Categories
- Futuro da Educação