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Alunos recorrem à IA para tarefas escolares, e desafio agora é ensiná-los a usá-la como aliada da aprendizagem

Redação Bett Blog
Alunos recorrem à IA para tarefas escolares, e desafio agora é ensiná-los a usá-la como aliada da aprendizagem
Foto: Freepik
Apenas um terço dos alunos do ensino médio recebe orientação adequada nas escolas, segundo a TIC Educação. Especialista destaca a importância da formação docente e do debate ético sobre a tecnologia

O uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como ChatGPT e Gemini, já faz parte da rotina dos estudantes brasileiros. No entanto, o ritmo acelerado dessa adoção não tem sido acompanhado pela orientação necessária dentro das escolas.

A 15ª edição da pesquisa TIC Educação, divulgada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), apontou que sete em cada dez alunos do ensino médio que utilizam a internet recorrem à IA para realizar pesquisas escolares, mas apenas 32% receberam algum tipo de orientação sobre como usar essas tecnologias de forma segura e responsável.

Para o diretor de Inovação e Tecnologia da Fundação Lemann e conselheiro da Bett Brasil, Guilherme Cintra, o resultado evidencia um desafio sistêmico que vai além das salas de aula.

“É importante ressaltar que a escola é um dos agentes importantes nesse processo, mas não é o único. Existe uma responsabilidade compartilhada entre governos, famílias e instituições de ensino”, afirma.

Em relação ao papel das escolas, ele destaca que as instituições precisam estar cada vez mais preparadas para orientar os alunos desde aspectos técnicos de como utilizar a ferramenta de forma eficaz até as implicações éticas do uso da IA.

Na avaliação de Cintra, o cenário reforça a urgência de repensar a formação docente. “A formação do professor não é suficiente atualmente e, na verdade, nenhuma formação é, porque se trata de um tema muito novo. Precisamos de novas formações que preparem os educadores para acompanhar e se adaptar às mudanças. Estar confortável com as incertezas é algo fundamental no mundo em que vivemos”, observa.

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E como garantir que o uso de IA generativa não seja apenas um atalho para a resolução de tarefas escolares e, sim, um aliado na aprendizagem? Ou seja, como não abrir margem para uma antiga prática, a famosa ‘cola’.

Para o conselheiro da Bett Brasil, a IA simplifica o processo de colar, o que torna ainda mais necessário repensar o formato das atividades. “Sempre existiu a cola; o que muda agora é que a tecnologia facilita isso. Por isso, as tarefas precisam ser desenhadas para avaliar o processo de raciocínio, e não apenas a resposta final”, explica.

Cintra cita o exemplo do professor australiano Ian Furze, que propôs um modelo de escala de cinco níveis de uso da IA em sala de aula, desde atividades em que o uso é proibido até aquelas em que é obrigatório, para estimular o pensamento crítico e o domínio da ferramenta.

“O importante é que cada tarefa tenha objetivos pedagógicos claros. Se o propósito é memorizar um conteúdo, talvez o uso da IA não faça sentido. Mas se a intenção é desenvolver raciocínio crítico para a tomada de uma decisão, o uso da tecnologia pode ser extremamente produtivo”, ressalta.

Formação continuada dos professores

A pesquisa TIC Educação é considerada uma das principais referências sobre o uso de tecnologias no ambiente escolar. A edição de 2024 mostra que, enquanto os estudantes ampliam o uso de tecnologias de ponta, a formação dos professores ainda caminha para acompanhar essas transformações na sala de aula.

De acordo com o levantamento, 54% dos docentes participaram de atividades de formação continuada voltadas ao uso de tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem nos 12 meses anteriores à pesquisa.

Entre os cursos mais procurados, destacam-se os voltados à criação de materiais didáticos (82%) e ao uso de plataformas digitais para adaptar as atividades aos diferentes ritmos de aprendizagem (79%).

A integração da inteligência artificial na formação continuada dos professores, segundo Cintra, precisa ir além do ensino técnico sobre ferramentas. O foco deve estar na compreensão de por que e como utilizá-las.

“Quando analisamos os cursos mais procurados, percebemos que muitos professores buscam reduzir tarefas burocráticas e personalizar o ensino. Isso é ótimo, mas é preciso que a formação também trate dos fundamentos pedagógicos. O professor precisa entender o valor de cada ferramenta, como aplicá-la aos seus objetivos e, principalmente, como ela o torna um profissional ainda mais relevante”, defende.

Para ele, a IA não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma aliada do educador. “O professor segue sendo central no processo de aprendizagem. A tecnologia deve ser integrada ao seu trabalho, e não substituí-lo. O que não pode acontecer é usar uma ferramenta para gerar um plano de aula pronto sem considerar o contexto dos alunos ou os objetivos pedagógicos da turma. A IA não entende isso, quem entende é o professor”, reforça.

Fonte Agência Brasil.

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