O tema dominante do primeiro dia da Bett Show, em Londres, nesta quarta-feira (24), foi o uso da inteligência artificial na educação. O que antes parecia uma promessa de futuro tem se traduzido em vários serviços e produtos com aplicações simples e efetivas para as salas de aula. Em geral, não se trata de novos produtos, mas de embarcar sistemas de IA nas plataformas que já são oferecidas, de forma a melhorar a experiência de professores e alunos.

A transcrição em tempo real do que uma pessoa fala - pode ser o professor na sala de aula, por exemplo - foi uma das possibilidades apresentadas por empresas, como a Microsoft. Essa função pode ajudar pessoas com dificuldades de audição ou concentração, mas acaba sendo útil a todos, pois se torna uma forma de guardar conteúdo de uma aula para ler ou estudar em outro momento.

Os sistemas de IA têm ainda o potencial de colaborar no cuidado da saúde mental dos estudantes. O Google desenvolveu uma ferramenta que pode alertar os professores a identificar riscos de comportamentos, como automutilação e violência.       

O Canvas mostrou um gerador de imagens, solução em que o próprio programa pode criar uma imagem para ser usada em determinado projeto ou trabalho escolar, caso o usuário assim o deseje. O gerador é capaz de produzir ilustrações até mesmo de coisas fantásticas, que não existem no mundo real.

O uso da inteligência artificial também abre novas possibilidades de inclusão, com o dispositivo da OrCam. Trata-se de um pequeno aparelho ativado por voz que se conecta a praticamente quaisquer óculos e ler instantaneamente textos de livros, telas e letreiros. Também reconhece rostos e cores. É um produto de uma empresa israelense, mas também está disponível no Brasil.

“É a inteligência artificial a serviço das pessoas com deficiência visual, algo que transforma a vida das pessoas. Ler um livro te dá independência”, afirmou Doron Sadka, representante da OrCam no Brasil. E o dispositivo pode ajudar também pessoas com dislexia, TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), autismo, síndrome de Down, conta Sadka. Na Bett Brasil, a empresa vai lançar um aparelho ainda mais específico para o público que não tem deficiência visual, mas precisa de ajuda para leitura.

Mais conversas

Para além das palestras e área de exposição, a Bett UK inaugurou um espaço chamado “TableTalks” para estabelecer rodas de conversa entre pessoas de diferentes partes do mundo. Na dinâmica, os interessados se inscrevem para falar sobre determinado tema e a Bett faz o “match” com outras pessoas com interesse semelhante.

  

A professora de inglês Bruna Cocchi foi uma das representantes da delegação brasileira que participou da experiência - e adorou. “Quando você coloca uma pessoa de cada parte do mundo, mas todas para falar do mesmo tema, é incrível. A Bett conectou. Eu jamais me sentaria para conversar com aquelas pessoas se não fosse pela Bett”, afirmou.

A Bett Show se estende até sexta-feira (26). O Brasil está representado no evento com uma delegação com mais de 190 integrantes, entre gestores, líderes, autoridades de governo e executivos de empresas ligadas à educação. A programação do grupo conta com visita guiada, acesso à área VIP e imersão no maior evento de Educação e Tecnologia do mundo.

A delegação brasileira conta com o apoio da Edlatam Alliance e Systemic Bilingual e a parceria do Consulado Geral Britânico, Google For Education e Samsung.

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