O Brasil participou pela primeira vez do TIMSS 2023 (Trends in International Mathematics and Science Study), avaliação internacional que mede o desempenho de estudantes de 4º e 8º anos do ensino fundamental em matemática e ciências. Os resultados, divulgados pela IEA (Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional), destacaram uma realidade desafiadora para o país, que ficou abaixo da média internacional nas duas áreas avaliadas.

Com a participação de 650.500 estudantes de 72 países ou sistemas de ensino, o TIMSS revelou o desempenho de jovens brasileiros em comparação com seus pares globais, posicionando o país entre aqueles com menor pontuação.

Resultados em matemática e ciências

No 4º ano, o Brasil obteve média de 400 pontos, superando apenas países como Marrocos (393), Kuwait (382) e África do Sul (362). A média internacional foi de 503 pontos e os destaques foram Cingapura (615), Taipei Chinesa (607) e República da Coreia (594).

Já no 8º ano, o desempenho brasileiro registrou média de 378 pontos, empatado com o Marrocos, ambos significativamente abaixo da média global de 478 pontos. Os países líderes, como Cingapura (605) e Taipei Chinesa (602).

Em ciências, o Brasil alcançou média de 425 pontos no 4º ano, abaixo da média internacional de 494 pontos, mas à frente de países como Azerbaijão (422), Marrocos (390) e África do Sul (308). No topo do ranking, Cingapura (607) e República da Coreia (583) mantiveram as melhores colocações.

No 8º ano, a média brasileira foi de 420 pontos, enquanto a média global ficou em 478 pontos. Apesar disso, o Brasil superou países como África do Sul (362) e Marrocos (327). Mais uma vez, Cingapura (606) liderou o ranking, seguida por Taipei Chinesa (572) e Japão (557).

Fatores associados ao desempenho

O estudo destacou que fatores como bullying, nível socioeconômico e senso de pertencimento à escola influenciam diretamente o desempenho dos estudantes. No 4º ano, 24% dos alunos brasileiros relataram sofrer bullying, e esses obtiveram, em média, 368 pontos em matemática e 387 pontos em ciências, contra 427 e 459 pontos, respectivamente, daqueles que quase nunca ou nunca enfrentaram o problema.

No 8º ano, 23% dos estudantes que afirmaram sofrer bullying tiveram desempenho inferior, com 346 pontos em matemática e 384 em ciências, enquanto os que relataram não sofrer bullying alcançaram médias de 403 e 446 pontos.

Panorama nacional e perspectivas

A aplicação do TIMSS no Brasil foi coordenada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), com a participação de 44.900 estudantes de escolas públicas e privadas. Para o INEP, os resultados oferecem uma nova perspectiva sobre o desempenho de estudantes brasileiros mais jovens, complementando os dados do Pisa, que avalia jovens de 15 anos.

Os resultados ressaltam a necessidade de ações que melhorem a qualidade da educação básica no Brasil, especialmente em matemática e ciências, áreas cruciais para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.

Fonte: Ministério da Educação.

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