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31 ago 2021

Categorias de produtos tecnológicos que apoiam a educação

Autora Convidada: Betina Von Staa
Categorias de produtos tecnológicos que apoiam a educação
Desenho animado vetor criado por vectorjuice - br.freepik.com


 

Estamos em fase de reabertura das escolas, constatando o que ocorreu no período de fechamento durante a pandemia. São muitas as vozes, inclusive a minha, que defendem o uso de tecnologia para ajudar os alunos a recuperarem aprendizagens perdidas, a retomarem o gosto pelos estudos e para as escolas acompanharem o que está acontecendo com os alunos.

É claro que nenhuma tecnologia vai dar conta do recado sozinha, afinal, a educação não pode ser simplesmente terceirizada para as máquinas, mas há vários tipos de tecnologias que podem ajudar os professores e gestores a proporcionar uma aprendizagem mais diversificada e mais focada nas necessidades de cada indivíduo. Com o apoio da tecnologia alunos, professores e gestores têm a oportunidade de realizar o que não conseguiriam sozinhos.

É para ajudar na escolha da tecnologia certa para o momento certo que elaborei recentemente uma classificação que pode ser bastante útil para se decidir o que se pretende realizar em abordagens de aprendizagem híbrida, que mescla o uso de tecnologia com a interação pessoal entre professores e alunos, sempre sob a supervisão de um professor.

Preferi só apontar as categorias, sem exemplos, para não priorizar um fornecedor sobre outro.

 

  • Plataformas com atividades referentes a conteúdos curriculares:

Quando se pensa em tecnologia educacional, muitas vezes se entende que se trata de tecnologia para ajudar o aluno a aprender melhor o que está no currículo. Sim, essas tecnologias existem! Trata-se de ferramentas que oferecem algum conteúdo curricular para os alunos aprenderem e/ou praticarem. Podem ser tecnologias gamificadas ou adaptativas, simuladores ou incluir realidade virtual ou realidade aumentada, ou simplesmente conter exercícios de correção automática.

Esse tipo de ferramenta é muito útil para gerar engajamento e oferta de atividades extra para quem precisa de mais apoio em algum aspecto específico do currículo.

Quando se adota uma ferramenta deste tipo, é ideal que professores possam ser associados aos alunos e acompanhar seus relatórios de aprendizagem. Sem relatórios, como eles conseguiriam supervisionar quem está engajado e aprendendo e quem precisa de mais ajuda?

Vale lembrar que as ferramentas de apoio ao currículo não precisam abarcar TODO o conteúdo previsto no currículo de uma disciplina ou área, mas devem descrever com clareza os conteúdos que abordam. Assim, o professor consegue indicá-las para os alunos que estão precisando aprender exatamente o que elas descrevem. Os outros elementos do currículo seguem por conta do professor.

 

  • Plataformas com atividades referentes a conteúdos extracurriculares ou para os quais podem faltar professores:

Nem só de currículo mínimo vive uma escola. Alunos têm interesses diferentes, ou a escola pode decidir que quer dar oportunidades de aprendizagem importantes para os seus alunos desenvolverem diferentes habilidades por motivos pessoais ou para ter mais oportunidades profissionais no futuro.

Nesse sentido, as ferramentas de desenvolvimento de conteúdos e habilidades extracurriculares podem ser muito úteis, pois podem dar acesso a aprendizagem para alunos até onde falta professor. Exemplos de conteúdos e habilidades que podem ser desenvolvidos dessa forma são programação, línguas estrangeiras (inglês e espanhol ou outras, por que não?), física e matemática avançada, aprofundamento em Matemática Financeira, Questões Ambientais, etc. Vão cair nessa categoria, muito em breve, os itinerários formativos para o Ensino Médio, visto que haverá interesse por temas variados que nem sempre os professores da casa ou da rede dominam e estes precisarão de apoio por meio de tecnologia ou material impresso para lidar com conteúdos sobre os quais não têm formação, mas interesse em apoiar a aprendizagem dos alunos.

É importante que as plataformas que oferecem cursos deste tipo sejam abrangentes quanto ao que pretendem ensinar e autoinstrucionais, se for para suprir uma falta de professores. Elas podem ser gamificadas, adaptativas, ou simplesmente oferecer texto/vídeo + avaliação automática. Nunca é demais reforçar que devem contar com relatórios para os professores/redes saberem quem acessou o material e completou o que era requisitado.

 

  • Repositório de conteúdos:

Outro tipo de recurso, que não é o mesmo que as plataformas curriculares ou extracurriculares que têm o objetivo que o aluno aprenda algo específico com alguma sequência ou lógica metodológica, são os repositórios de conteúdos.

Essas ferramentas funcionam como uma biblioteca de diferentes tipos de conteúdos digitais: bibliotecas digitais propriamente ditas, repositórios de notícias, fotos, vídeos, materiais didáticos, portais do professor, portais do aluno.

Professores e alunos recorrem a elas para buscar conteúdos ativamente sobre os mais variados assuntos. Sendo assim, é essencial que tenham mecanismos de busca poderosos, por palavra-chave, série, tipo de conteúdo, entre outros. Não há limites sobre o que se pode aprender e produzir com uma boa pesquisa em materiais previamente curados.

 

  • Ferramentas que permitem criação de artefatos tecnológicos

Bem diferente de aprender os conceitos curriculares é criar produtos com recursos digitais. Ao criar artefatos tecnológicos, os alunos aprendem a pesquisar, aprendem a se expressar por meio de gêneros digitais, muitas vezes praticam o trabalho em grupo. A aprendizagem é menos estruturada, mas muito significativa.

Qualquer ferramenta que permita a criação de textos, áudios (podcasts), vídeos, planilhas, programas pode ser usada para este fim. Os produtos finais solicitados aos alunos podem ser livros, blogs, materiais para redes sociais (mesmo que fictícias para uso escolar), filmes, noticiários, documentários, pesquisas, aplicativos, games, criações de robótica, produtos maker.

As ferramentas que se utilizam para esse fim, que também envolve o letramento digital, isto é, a capacidade de usar tecnologias com destreza e pensamento crítico, em geral, são ferramentas abertas ao grande público, e não, ferramentas destinadas ao uso escolar. É bom que seja assim, pois a escola é um espaço onde também se deve aprender a usar os recursos que estarão disponíveis para qualquer cidadão ao longo da vida.

Em termos escolares, é importante frisar que projetos de produção devem considerar algum espaço real ou virtual para os alunos apresentarem ou disponibilizarem suas produções para que professores e colegas e/ou comunidade em geral vejam, comentem e até avaliem.

 

  • Ferramentas de apoio a diferentes metodologias:

Até agora falamos de ferramentas que os professores adotam ou indicam para os alunos, com diferentes finalidades. Agora vamos ver as ferramentas que os professores podem usar para reforçar a execução das suas metodologias e abordagens de ensino. Trata-se de ferramentas com foco em educação que os professores configuram para atender aos seus objetivos.

Existem ferramentas de questionários com correção automática ou plataformas gamificadas que os professores configuram com as suas perguntas sobre os assuntos que efetivamente estão trabalhando com seus alunos. Há também ferramentas que facilitam a sala de aula invertida, ou a aprendizagem por projetos e MUITAS outras abordagens.

O importante, para que essas ferramentas efetivamente cumpram o que prometem, que os professores realmente tenham a liberdade de configurar as plataformas conforme seus objetivos.

 

  • Ferramentas de Videoconferência:

Em tempos de pandemia, a maioria dos alunos e professores devem ter tido contato com ferramentas para comunicação síncrona, em pequenos ou grandes grupos. Em termos de funcionalidades próprias para o ensino e a aprendizagem, elas podem permitir subdivisão entre grupos menores, fazer registro de presença, permitir (ou proibir) gravação, discussão paralela em chat, compartilhamento de tela, ou  fazer agendamentos.

Quanto menos o professor tiver de se preocupar com agendamento e listas de alunos, melhor. O ideal é clicar em um botão e ver sua turma. Recursos que ajudem a organizar os grupos, as falas, e compartilhar telas e arquivos também ajudam muito a conduzir uma aula síncrona mais engajadora.

 

  • Ferramentas de comunicação assíncrona:

Nem sempre a comunicação entre professor e aluno ou aluno-aluno precisa ser síncrona. Para permitir a interação ao longo do tempo, existem os fóruns de discussão e outras ferramentas que mandam recados para alunos e até para os seus pais.

Vale a pena conferir as possibilidades que essas ferramentas abrem para manutenção de discussões, compartilhamento de ideias fora da sala de aula, criação e administração de comunidades de prática. Para cada finalidade, podem-se imaginar funcionalidades diferentes: a possibilidade de mandar mensagens para grupos, de avaliar o que os alunos postam, de pesquisar com facilidade os materiais incluídos ali são algumas delas.

 

  • Diagnóstico/avaliação preditiva

Entrando agora um pouco mais na área da gestão, cada vez mais estão surgindo ferramentas que permitem avaliação automática, identificação de competências e habilidades que alunos dominam, e que ofereçam relatórios com diferentes níveis de compilação (individual, turma, série, escola, município). Algumas ainda conseguem prever fracasso e abandono escolar e identificar interação social entre alunos. A forma de apresentar os dados faz toda a diferença para quem precisa tomar atitudes para resolver os problemas identificados nos diagnósticos. É o formato da apresentação dos dados compilados que faz toda a diferença entre as ferramentas desta categoria.

 

  • LMS

Por fim, não poderíamos deixar de mencionar os LMS – ferramentas de gestão da aprendizagem. Essas, sim, são ferramentas de gestão que permitem a uma escola ou uma  rede reunir e administrar toda a oferta de conteúdos tecnológicos e registros de aprendizagem. Em geral, elas oferecem espaço para disponibilização de conteúdos e ferramentas de avaliação que o aluno, o professor e o gestor acompanham de maneiras diferentes.

O LMS, quando instalado e gerido estrategicamente, pode ajudar a administrar todos os itens acima, como por exemplo:

Ele pode permitir a integração com diferentes ferramentas de conteúdo curricular, extracurricular e repositórios; comunicação síncrona e assíncrona, além do sistema acadêmico de matrículas e progressão; ele pode ter espaço de entrega de trabalhos em vídeo, áudio ou texto e ainda pode permitir a criação de trabalhos ou avaliações de acordo com diferentes abordagens (nota, conceito, por competências, somativa, formativa, entre outros). Um LMS deve apoiar abordagens pedagógicas diferenciadas.

Esse tipo de ferramenta também pode oferecer relatórios com diferentes níveis de consolidação, visualização e análises preditivas, associados a mensagens personalizadas, ou não. Também podem direcionar informações e conteúdo aos alunos uma determinada turma e podem compilar avaliações e relatórios dos mais variados tipos. Dependendo da ferramenta, há envio personalizado de mensagens para pais de uma determinda série, para alunos que tiraram nota baixa, para alunos que tiraram nota alta, entre muitas outras funcionalidades.

 

Esperamos ter mostrado, com esse artigo que as possibilidades de uso de tecnologia na educação são muito diversificadas, e podem auxiliar alunos, professores e gestores a atingirem seus objetivos. Elas são poderosas.  Com professores e gestores que sabem onde querem chegar, são poderosíssimas e podem ajudar muito a resolver problemas que não conseguiríamos somente com a interação humana.

Portanto, pergunte-se: A onde você quer chegar? Do que você precisa?

 

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