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Celulares e educação: o dilema da geração conectada

por Doug Alvoroçado
Celulares e educação: o dilema da geração conectada
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Que tal iniciar uma conversa sobre o uso consciente do celular em sua escola ou família?

Os celulares se tornaram parte essencial da vida cotidiana, incluindo para crianças e adolescentes (de todas as idades). Contudo, seu uso descontrolado nas escolas pode trazer uma série de desafios para alunos, educadores e famílias. Se pensar rapidamente já podemos enumerar alguns:

  • Distração durante as aulas:

Um dos maiores desafios é a dificuldade de manter a atenção plena dos alunos. Quando o celular não é usado de forma orientada, os estudantes podem acabar navegando em redes sociais como TikTok ou Instagram, ou até jogando enquanto o professor está explicando a matéria. Isso impacta diretamente o aprendizado, pois desvia o foco do conteúdo para atividades que não têm relação com a aula.

  • Isolamento social:

O uso excessivo de celulares também afeta a socialização entre os alunos. Durante os intervalos ou recreios, ao invés de interagirem uns com os outros, muitos estudantes ficam isolados em suas telas.

Isso cria um ambiente escolar mais silencioso, com pátios e quadras vazios, deixando de lado a convivência que é tão importante para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais.

  • Impacto na dinâmica em sala de aula:

A presença de celulares pode dificultar a interação entre professores e alunos. Em vez de participarem ativamente das discussões ou prestarem atenção nas explicações, os estudantes podem se distrair com mensagens ou notificações, prejudicando o fluxo pedagógico planejado.

  • Riscos à saúde mental:

O uso indiscriminado de celulares pode agravar problemas como ansiedade e dificuldade de concentração. Além disso, a exposição constante às redes sociais pode impactar a autoestima e gerar comparações prejudiciais, especialmente em adolescentes.

  • Desafios para os educadores

Professores enfrentam o desafio de administrar o uso de celulares em sala de aula, o que pode gerar conflitos e dificultar a gestão do tempo. É necessário estabelecer regras claras para que a tecnologia seja vista como uma ferramenta de apoio, e não como uma distração.

Precisamos analisar essa questão, explorando a legislação atual, as diretrizes educacionais e estratégias para promover um ambiente escolar saudável em relação ao uso da tecnologia.

O que diz a legislação?

A Lei nº 15.100, de 13 de janeiro de 2025, e o Decreto nº 12.385/2025 estabelecem normas claras sobre o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos nas escolas de ensino básico. O principal objetivo é proteger a saúde mental, física e psicológica de crianças e adolescentes.

Conforme a legislação, o uso de celulares é permitido:

  • Durante atividades pedagógicas, sempre sob a supervisão e autorização do professor, se encaixando na proposta.
  • Em situações de emergência, quando estritamente necessário.
  • Para gerar acessibilidade.

Por outro lado, o uso de celulares é proibido:

  • Durante aulas, recreios e intervalos, exceto quando destinado a fins educacionais.

Diretrizes recentes da CNE

O Conselho Nacional de Educação (CNE) lançou novas diretrizes para ajudar as escolas a abordar a questão dos celulares. O foco é orientar e apoiar os educadores, além de conscientizar sobre os impactos negativos do uso excessivo de telas. Especialistas alertam para os riscos de ansiedade, depressão e dificuldades de socialização que podem surgir desse hábito.

Leia também:

Estratégias para uma convivência harmoniosa

  • Conscientização: promover palestras, debates e atividades lúdicas que abordem o uso consciente e seguro dos celulares.
  • Formação: oferecer cursos e workshops para educadores e alunos sobre como utilizar a tecnologia de maneira responsável.
  • Diálogo aberto: criar espaços para conversas sobre os desafios e as consequências do uso excessivo de celulares.
  • Mediação: facilitar a resolução de conflitos e promover o uso equilibrado da tecnologia, sempre alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Dicas para escolas

Para lidar com os desafios do uso de celulares nas escolas, é essencial que as instituições de ensino adotem estratégias claras e alinhadas às diretrizes educacionais.

O primeiro passo é que gestores e educadores se familiarizem com as normas do MEC e as regras internas da escola, garantindo uma abordagem consistente para o uso da tecnologia no ambiente escolar. É importante que os celulares não sejam vistos apenas como ferramentas de distração, mas como aliados quando utilizados de forma criativa e direcionada.

Os professores, por exemplo, podem planejar atividades pedagógicas que integrem o uso dos celulares, como pesquisas rápidas, quizzes interativos ou projetos colaborativos que estimulem o aprendizado digital. Isso não só engaja os alunos, mas também lhes ensina como utilizar a tecnologia de forma produtiva e responsável.

Além disso, educadores devem ser modelos de uso consciente da tecnologia. Demonstrar equilíbrio no uso de dispositivos pode inspirar os alunos a adotarem práticas mais saudáveis e funcionais com seus próprios aparelhos. Com essas ações, as escolas podem transformar o celular em uma ferramenta de apoio ao aprendizado, ao invés de um obstáculo dentro da sala de aula.

Dicas para famílias

Para promover um uso saudável de celulares entre os filhos, é fundamental que as famílias mantenham um diálogo aberto sobre os riscos e benefícios da tecnologia. Conversar sobre as experiências online, os desafios das redes sociais e os perigos da exposição excessiva pode ajudar as crianças e adolescentes a desenvolverem uma visão crítica em relação ao uso do celular.

Além disso, é importante que as famílias definam limites claros e regras de uso para os dispositivos. Estabelecer horários específicos para o uso do celular, como durante as refeições ou antes de dormir, pode ajudar a equilibrar o tempo de tela com outras atividades, como estudos e interações pessoais.

Por fim, a supervisão do que os filhos acessam na internet é essencial. Isso não significa invadir a privacidade deles, mas sim orientá-los sobre o que é seguro e apropriado.

Utilizar aplicativos de controle parental pode ser uma ferramenta útil para garantir que as crianças naveguem na internet de forma segura e responsável. Dessa forma, as famílias podem contribuir para um desenvolvimento saudável e equilibrado na era digital.

Sugestões para todas as idades

 Dicas para todas as idades: equilíbrio entre o mundo analógico e digital.

  • Pequenos (0-5 anos):  

Analógico: Priorize brincadeiras ao ar livre, como correr, pular corda, brincar na areia ou usar brinquedos que estimulem o desenvolvimento motor, como blocos de montar e jogos de encaixe.  

Digital: Se necessário, escolha aplicativos interativos voltados para o desenvolvimento infantil, com limite de tempo (máximo de 1 hora por dia) e sempre com supervisão de um adulto.

  • Crianças (6-10 anos):  

Analógico: Incentive atividades como leitura de livros físicos, desenhos, pintura, jogos de tabuleiro e esportes em grupo. Essas práticas ajudam na criatividade e no desenvolvimento social.

Digital: Introduza o uso de aplicativos educativos que ensinem matemática, idiomas ou ciências de forma divertida. Garanta que o tempo de tela seja equilibrado e que os conteúdos sejam apropriados para a idade.

  • Adolescentes (11-18 anos):  

Analógico: Promova debates em casa ou na escola sobre temas do cotidiano, leitura de livros, escrita criativa ou atividades esportivas que incentivem a socialização. Incentive também hobbies fora do digital, como tocar instrumentos ou praticar artesanato.  

Digital: Oriente o uso responsável das redes sociais, discutindo os impactos na saúde mental e na autoestima. Reforce a importância de consumir conteúdos positivos e de qualidade. Ferramentas digitais para organização de estudos ou aprendizado de novas habilidades (como programação ou edição de vídeos) também podem ser úteis.

  • Adultos (+18 anos):  

Analógico: Encontre tempo para hobbies offline, como leitura, jardinagem, prática de exercícios, reuniões com amigos ou atividades manuais, como culinária ou pintura. Esses momentos ajudam a relaxar e desconectar. 

Digital: Utilize a tecnologia com propósito, como aprender algo novo em cursos online, organizar sua rotina com aplicativos de produtividade ou explorar plataformas de bem-estar, mas sem deixar que o celular ocupe todo o seu tempo livre.

O segredo está no equilíbrio! Misturar atividades analógicas e digitais para cada faixa etária pode contribuir para um desenvolvimento saudável e para uma relação mais consciente com a tecnologia. Afinal, tanto o mundo físico quanto o digital têm muito a oferecer – basta saber usar cada um no momento certo!

Conclusão: a importância do tema

O uso de celulares nas escolas é uma questão que nos afeta diretamente! Ao tratar desse assunto de forma leve e bem-humorada, podemos trabalhar juntos para construir um ambiente escolar mais saudável e feliz.

Que tal iniciar uma conversa sobre o uso consciente do celular em sua escola ou família? Compartilhe este artigo com seus amigos e vamos juntos construir um futuro digital mais equilibrado!

Sobre o autor:


*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Bett Brasil.

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