Na década de 90 o mundo se reorganizava. A União Soviética desintegrava-se, caía o muro de Berlim, e a Europa discutia a união de forças em um bloco que se tornou muito mais do que econômico.

Nesse contexto, onde países de culturas tão diversas, com idiomas completamente diferentes uns dos outros, precisariam comunicar-se entre si de forma eficiente e fluida, era fundamental otimizar o ensino de línguas adicionais, com parâmetros claros e objetivos bem definidos.

Surgia o "Marco Comum Europeu de Referência", um conjunto de objetivos linguísticos universais que definem o que se deve saber para desenvolver a proficiência em um idioma. 

Mas a pergunta principal era: como chegar a esses objetivos de maneira eficiente e sólida?

Em 1994 David Marsh, linguista australiano e líder da comissão encarregada de responder a essa pergunta, fundou a abordagem CLIL. A ideia revolucionaria o senso comum vigente à época, de ensinar uma língua adicional como “língua estrangeira”, focando somente em objetivos linguísticos. No CLIL o chamado “conteúdo” assume protagonismo, colocando a aquisição da língua adicional como meio, como veículo para aprendê-lo. Conteúdos nada mais são que temas de outras áreas do conhecimento: história, geografia, matemática, ciências, etc. Nessa perspectiva, o aluno adquire conhecimento acerca desas outras áreas e ao mesmo tempo desenvolve-se linguisticamente na língua adicional.

Os resultados têm sido impressionantes. Os mais altos níveis de proficiência na Língua Inglesa, por exemplo, encontram-se na Europa. Isso tem feito mais e mais países adotarem a mesma abordagem. Aqui no Brasil CLIL é praticamente sinônimo de educação bilíngue, sendo utilizado em cada vez mais escolas no país. O próprio David Marsh, líder dessa verdadeira revolução no ensino de línguas adicionais, é co-autor e colaborador do programa bilíngue Realvi que une a abordagem CLIL a tecnologias imersivas para entregar aos alunos uma experiência única de aprendizado.

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