Com corredores lotados, Bett Brasil apresenta soluções inovadoras para todos níveis de ensino
Com mais de 270 marcas expositoras, a Bett Brasil, maior encontro de Educação e Tecnologia da América Latina, é um reconhecido hub de inovação com uma feira de negócios que atrai a atenção de professores, educadores, mantenedores e gestores de instituições do ensino privado e público. Nesta 28ª edição, o evento trouxe uma área de exposição mais ampla com diversas atividades imersivas e experiências oferecidas para o público visitante, com demonstração de produtos, serviços e soluções.
"A evolução da educação básica brasileira passa pela Bett Brasil. Estar no evento é poder contribuir e conectar-se com as cabeças mais transformadoras do setor. Há 121 anos, contribuímos com a educação brasileira e a Bett Brasil nos provoca a sermos cada vez mais arrojados e transformadores”, disse Ricardo Tavares, diretor-geral da FTD Educação. Ele comentou que reencontrou muitos clientes, reafirmou conexões e parcerias, renovando contratos de longo prazo.
“A Bett Brasil está com a feira de negócios bem maior do que em anos anteriores, pelo menos de 2022, claro que era o retorno do período pós-pandemia, logicamente com o mercado um pouco tímido, mas eu vejo a feira de 2023 com vários fabricantes de tecnologia presentes, bastantes sistemas de ensino e com um aspecto muito mais positivo e promissor para geração de negócios e para iniciarmos conversas, e é lógico, para mantermos a nossa marca sempre visível na lembrança dos consumidores”, declarou Ricardo Lenti, gerente geral da ViewSonic na América Latina.
Já o diretor-geral do SAS Plataforma de Educação, Rafael Martines, explicou que a empresa trouxe uma programação de palestras mais ampla nesta edição da Bett Brasil e um espaço para explorar e discutir desde a Educação Infantil até o Ensino Médio com a interação dos especialistas pedagógicos da SAS. “Estamos promovendo diversos diálogos dentro e fora do estande sobre temas pertinentes à educação, junto a professores, gestores e mantenedores, e acreditamos que este espaço é o ideal para fomentar, ainda mais, o interesse pelo segmento e o compartilhamento de novas soluções e ideias”, afirmou.
Para o diretor comercial da Semente Educação, Leandro Rossi, o evento é uma oportunidade de apresentar a mudança de marca da empresa. “Este é o primeiro ano que a gente vem como "Semente Educação", que é uma mudança na marca. Antigamente nos posicionávamos como "Programa Semente" que é, na verdade, um dos produtos da Semente Educação. O Programa Semente trabalha desenvolvimento socioemocional da Educação Infantil até o Ensino Médio. Este ano, no entanto, estamos com outras marcas também na Semente Educação”, disse ele.
Quem também falou sobre a participação positiva no evento foi o consultor da Skies Learning, Lucas Guedes. “Nosso objetivo era lançar a marca Skies no evento. Foi a primeira vez que a gente imprimiu o nosso material didático e trouxemos todo o nosso time para mostrar para o que é a Skies. A gente vem com uma marca nova na Red Balloon para as escolas, totalmente aderente a esse mercado de Educação Básica”, afirmou Lucas.
Bett Conect@
Um dos destaques da edição de 2023 é o programa de reuniões Bett Conect@, que promoveu em dois dias mais de 500 conversas. Pela primeira vez na grade de programação do evento, o programa é direcionado para o relacionamento e networking por meio de reuniões pré-agendadas de 15 minutos entre instituições educacionais e fornecedores de tecnologias e soluções para a educação.
O diretor da Z26, Antonio Ferro, comentou que decidiu participar do Conect@ porque já conhecia esse formato de programa por experiências em outros eventos fora do país e confiava na expertise da Bett Brasil para promover essas rodadas de reuniões com qualidade. “É um momento mais tranquilo para ouvir as demandas de potenciais clientes e apresentar nossas soluções com calma. O melhor do Conect@ é que podemos conversar diretamente com os tomadores de decisões, o que facilita para fechar o negócio mais rápido”, disse Ferro.
O CEO da Geppetto, Vicente Vieira, esteve presente nos dois dias do encontro e destacou que a empresa realizou mais de 20 reuniões. “Esse formato é muito prático e assertivo, pois conseguimos ter acesso direto aos gestores da empresa. Pudemos expor nossas soluções e tivemos conversas muito positivas”.
Para o diretor da Editora Força Máxima, Leonardo Assis, a oportunidade de participar do Conect@ funciona como um acelerador para o momento atual da empresa, que está em expansão. “Tivemos aqui ótimas reuniões que nos geraram prospecções muito significativas, inclusive com pessoas de todo o país. Acredito que para o próximo ano o modelo deva se expandir ainda mais, pois atende muito bem o propósito de empresas e gestores”, afirma Assis.
Ahead By Bett
Uma das novidades da 28ª edição da Bett Brasil é o lançamento do Ahead by Bett, um evento paralelo direcionado para a Educação Superior e Profissional. A intenção é promover um ambiente de ideias, conexões e troca de experiências para as instituições de ensino que estão em busca da transformação digital e de novos modelos e abordagens de aprendizagem, além de oferecer um espaço para que os fornecedores de soluções, produtos e serviços deste segmento possam apresentar lançamentos e novidades.
No auditório do Ahead by Bett acontecem diversos painéis de debate pensados a partir de cinco temáticas principais: hibridismo, empregabilidade, inovação (nos novos modelos de ensino), curricularização da extensão e formação inicial de educadores e educadoras. Nesta quinta-feira (11) um dos painéis abordou o tema “Oportunidades do presente e futuro do trabalho”.
Os painelistas discutiram o impacto da transformação digital e da Inteligência Artificial no mercado de trabalho, bem como as oportunidades de internacionalização da educação. De acordo com a CEO da Oxygen, Andrea Janér, ainda não é possível prever um cenário assertivo sobre o futuro do trabalho e sua relação com as máquinas e com a Inteligência Artificial, porém, algumas skills são exclusivas do ser humano, o que valoriza e assegura determinadas atividades. “Estamos no início do amplo uso da IA, então, ainda não temos a resposta sobre o que isso significa para o mundo, mas, temos plena certeza que podemos contribuir com nossa capacidade criativa e analítica. O que nos faz superiores ao ChatGPT, por exemplo, é o nosso repertório de vida”.
Rotineiramente nos perguntamos qual será a profissão do futuro, mas, será mesmo que é possível prever isso? De acordo com Ricardo Terra, diretor Regional do Senai-SP, a resposta é não. “O futuro é dinâmico, muda toda hora. Podemos dizer o que este momento aponta como promissor, mas isso pode mudar a qualquer momento. Os ciclos de tecnologias hoje são muito curtos e precisamos nos preparar para isso”, destaca.
De acordo com o diretor, o Brasil tem potencial de destaque, principalmente, no campo de energia limpa. “A economia de baixo carbono vem em uma crescente e o Brasil tem espaço nisso. Já temos práticas de energia limpa e sairemos na frente de outros países, mas é preciso acelerar, o hidrogênio verde já está gerando ocupações pelo mundo que ainda não chegaram aqui”.
O Senai tem um núcleo de inteligência de mercado que conta com 56 bases de dados armazenados em nuvem. A partir disso, especialistas conseguem cruzar informações e prever cenários. Segundo Ricardo, as análises indicam como ocupações emergentes as profissões principalmente relacionadas à dados, como cientista de dados e DevOps.
Internacionalização do ensino - As oportunidades de ensino no exterior também estão em alta para o mercado do presente e do futuro. De acordo com um estudo elaborado pelo Américas British Council no Brasil, México, Colômbia e Peru, 34% dos entrevistados pensam em estudar no Reino Unido para aprimorar a carreira. Entre os brasileiros, a profissão de tecnologia foi um dos destaques.
“Devemos estimular a busca pela educação no exterior a fim de potencializar a carreira de jovens na América Latina, especialmente de grupos mais vulneráveis, como as mulheres. No British Council temos projetos muito bem-sucedidos que buscam dar oportunidades para mulheres na ciência e programas de estudos com suporte, inclusive, para os filhos. É preciso ter esse olhar quando falamos de futuro”, ressalta a gerente de Educação e Insights Hub da Américas British Council, Patricia Santos. O painel contou ainda com a moderação da gerente HR Latam da Pearson Education, Marcela Neves Birindelli.
Educação antirrascista
O diálogo é o instrumento mais importante para a transformação da educação, portanto proporcionar uma maior interação do público com os palestrantes convidados do Congresso Bett Brasil, com inovações nos modelos de apresentação dos painéis de conteúdo, é um dos pontos altos desta edição. O sucesso da ideia pode ser visto no auditório Aquário Participativo, onde cadeiras são abertas para que o público participe da conversa no palco.
Nesta quinta-feira (11), um dos destaques do espaço foi a conversa sobre os caminhos para uma educação antirrascista. Com uma grande participação do público, a diretora da Piraporiando, Janine Rodrigues e a co-vereadora da Mandata Coletiva do Quilombo Periférico, Débora Dias dos Santos, puderam expor um pouco suas ideias e opiniões sobre o assunto.
“A educação antirrascista é essencialmente uma educação sobre a vida, uma vez que precisamos construir uma trajetória de compromisso e respeito pela vida das nossas crianças na diversidade”, comentou Débora. Ela falou sobre a importância de ter pessoas brancas e não negras comprometidas com o antirracismo e também sobre o acesso das pessoas negras nos espaços de poder e decisão, em todos os setores, incluindo onde está é feita a construção pedagógica das escolas.
Janine reforçou a ideia de compromisso com a educação antirracista com responsabilidade e intencionalidade. Ela também destacou que o processo de implementar a educação antirrascita é longo e que é preciso balizar nossas expectativas - para evitar a frustração - neste sentido porque nada será revertido do dia para a noite.
Aprendizagem inclusiva
O auditório 6 do Congresso Bett Brasil ficou lotado para receber Leonardo Gontijo e Dudu do Cavaco, do Instituto Mano Down, para uma roda de conversa sobre inclusão nas escolas. O encontro contou ainda com a participação do professor Doug Alvoroçado, educador e consultor com ampla experiência no tema inclusão.
Dudu deu as boas-vindas aos visitantes ao som de “Trem das Onze”, tocada integralmente no cavaco. Leonardo, que é irmão do músico, destacou que o caçula sempre teve o sonho de aprender música, porém, a família encontrou muitas dificuldades para achar um professor que aceitasse ensiná-lo. “O Dudu foi recusado por dezenas de professores, pois eles acreditavam que ele não seria capaz de aprender música. Hoje, ele toca 10 instrumentos”.
O presidente do Instituto Mano Down, entidade que apoia a inclusão e autonomia de pessoas com síndrome de Down e outras deficiências, destaca que para ser eficiente, o processo de inclusão precisa acreditar na capacidade do outro em aprender. “Se os educadores não acreditarem no princípio de que todos podem aprender, nunca dará certo. É preciso legitimar cada pessoa como ela é e trabalhar sua singularidade”, diz.
Conhecido por sua forte atuação em escolas públicas, o professor Doug Alvoroçado ressaltou que a tecnologia e as experiências práticas têm papéis importantes no aprendizado do aluno com deficiência. “Busco sempre levar as tecnologias disponíveis para a sala de aula como forma de estímulo e como facilitadoras de aprendizagem. Também acredito muito na experiência prática. O êxito da educação inclusiva consiste em quatro passos: anamnese, planejamento, experiência e avaliação. O negócio é não ter medo de errar, é testar e ouvir dos alunos o que deu certo para cada um deles”.
Doug complementa aconselhando que os professores destacam mais as conquistas do que os erros dos alunos. “Temos que ter um olhar a partir do que o aluno já sabe, do que ele consegue fazer. Devemos trabalhar as possibilidades e não as barreiras”, destaca.
Palestras inspiradoras
Mais uma vez a tecnologia ganhou destaque entre as palestras inspiradoras do Congresso Bett Brasil. Sidnei Shibata, diretor-executivo da Khan Academy, abordou sobre como as ferramentas tecnológicas podem ajudar no aprendizado, especialmente revertendo os efeitos da defasagem causada pela pandemia da Covid-19.
Segundo ele, a pandemia do novo coronavírus é considerada uma das maiores rupturas da história. Em seu ápice, o evento afetou 95% da população mundial de estudantes. A pesquisa sugere ainda uma estimativa de perda de 8 a 9 meses no no progresso de um ano escolar típico no Brasil. O problema afeta, principalmente, a população mais vulnerável.
Na ocasião, Shibata reforçou a necessidade da aplicação de ferramentas que facilitem e estimulem a aprendizagem, além da abordagem personalizada para cada caso. "Plataformas, como a Khan, podem ajudar tanto alunos quanto professores, pois elas funcionam como um copiloto que ajuda nas tarefas e no suporte do ensino. Foi comprovado que estudantes que usaram as plataformas ao menos 30 minutos por semana tiveram ganhos estimados de 9 a 43% acima dos resultados esperados no pré-pandemia".
Entre os inspiradores, estiveram presentes também Pedro Aihara, deputado federal; Enio Ohmaye, CXO da EF Education First; Sidnei Shibata, diretor executivo da Khan Academy na América Latina; Priscilla de Sá, CEO da Power Speaker; Felipe Menezes, diretor de Inovação e Inteligência Artificial (CIAO) da Max.ia Education; João Lacerda, investidor da Max.IA; Roberto Shinyashiki, médico e palestrante; Marcos Raggazzi, diretor-executivo da Bernoulli Educação.
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