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08 fev 2021

Como a tecnologia pode ajudar a mitigar os impactos da COVID 19 na aprendizagem?

Autora Convidada: Claudia Costin
Como a tecnologia pode ajudar a mitigar os impactos da COVID 19 na aprendizagem?


 

O Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas- CEIPE-FGV publicou, em fevereiro, um documento voltado às redes públicas de ensino, com algumas recomendações do que pode ser feito para diminuir as perdas de aprendizagem decorrentes de cerca 40 semanas de fechamento das escolas. Naturalmente, ocorreu alguma forma de aprendizagem remota, mas a falta de conectividade dificultou uma sólida resposta educacional à COVID e os professores não puderam ser adequadamente preparados para o desafio que tiveram que enfrentar.

Mesmo assim, a maior parte das redes municipais e todas as estaduais conseguiram desenvolver atividades de ensino, com as dificuldades previsíveis, mas também com um intenso aprendizado profissional dos docentes, que tiveram que se adaptar a mídias por eles anteriormente pouco utilizadas para dar aulas.

Neste contexto de aprender fazendo e de reduzida estruturação do ensino, o calendário de 2021 se inicia com as redes em situações muito distintas. A maior parte pôde concluir o ano letivo de 2020, contando com 800 horas de atividades remotas. Outras ainda terão que avançar nos próximos meses, para concluir este ano atípico e tentarão, a partir daí, entrar nos aprendizados referentes ao ano letivo de 2021.

Independente das condições de cada rede de ensino, há que se ter um olhar especial para os mais vulneráveis que, certamente, tiveram maiores dificuldades com a conectividade e, mesmo com a realização de atividades assíncronas enviadas para casa ou transmitidas pela televisão ou rádio, aprenderam pouco. Este grupo também é o que apresenta maior risco de abandonar a escola e de ter, assim, seus sonhos de futuro destruídos.

O documento reconhece que parte da aprendizagem continuará remota, mesmo com a volta às aulas presenciais. Afinal, para diminuir o tamanho das turmas e permitir distanciamento social, precisaremos estabelecer um rodízio de alunos, com uma parte deles tendo aulas em casa certos dias da semana, enquanto outros ficarão nas escolas, antes de substitui-los na aprendizagem remota.

Cria-se, assim, uma situação nova, em que combinamos aulas presenciais com aprendizagem em casa. Se conseguirmos, a partir das escolas, assegurar equipamentos e conectividade para todos, poderemos avançar em direção a um Ensino Híbrido competente.

Mas, recomenda o documento, precisaremos também documentar o processo de ensino em casa, tanto para computar as horas e assim cumprir a obrigação legal, quanto para avaliar a qualidade do trabalho feito e aprender com acertos e erros do que vem sendo vivido nesta experiência nova. Precisaremos também formar os professores para uma prática pedagógica que utilize melhor o tempo de sala de aula, ensinando a utilizar conceitos aprendidos numa prática de resolução colaborativa e criativa de problemas e remetendo para aprendizagem em casa as aulas expositivas, a produção textual e as pesquisas individuais a partir de perguntas abertas. Neste caso o professor atuará menos como um mero fornecedor de aulas expositivas e mais como um assegurador de aprendizagens, alguém que ensine a pensar e a prototipar soluções.

O texto propõe também que se faça uma repriorização curricular, já que não haverá tempo para se abordar todas as habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular. Recomenda que se crie um sistema de recuperação de aprendizagem, a partir de avaliações diagnósticas sistemáticas. Aqui também a tecnologia pode ser uma oportunidade de se identificar, com maior precisão, o que cada aluno não aprendeu na primeira fase de ensino remoto e de direcioná-los para os conteúdos ainda não dominados– inseridos em plataformas adaptativas na forma de aulas digitais e soluções “gamificadas”. Assim, pode-se construir uma trilha de aprendizado personalizada, sem adicionar uma carga adicional ao professor, que já terá um trabalho bem desafiador no retorno.

O que é mais importante, no entanto, é assegurar que os alunos retornem para uma escola transformada, a partir de uma experiência dolorosa, mas que poderá construir um caminho tanto para que as perdas de aprendizagem sejam repostas, como para prepará-los para o período incerto que viverão daqui para frente. Afinal, em tempos de 4ª Revolução Industrial, a vida vai lhes exigir que sejam pensadores autônomos, capazes de compreender suas possibilidades e riscos e que tenham, também, condições de se reinventar com frequência. Afinal, a constante extinção de postos de trabalho e, talvez, de profissões inteiras, dada a automação acelerada, não irá mais permitir um percurso profissional único e completamente seguro.

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