Delegação brasileira reflete sobre equilíbrio entre digital e analógico
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Durante a manhã do segundo dia em Londres (21/01), a delegação brasileira se dividiu para conhecer várias instituições de ensino da cidade. Foram seis as escolas de educação básica que receberam os brasileiros: St Joseph's Catholic Primary School, Wellington Primary School, Lansbury Lawrence Primary School, Cubitt Town Primary School e King's Cross Academy.
A diretora de departamento de TI da secretaria de educação RS, Magda Motta, acredita que sua visita à King’s Cross Academy vai ajudar a promover mudanças na sua rede no Brasil. “Estou encantada porque vislumbrei muitas possibilidades para nossa rede. Vi o professor usando uma ferramenta na sua aula, e agora já estou pensando em que escola escolher para montar um piloto”, afirmou.
Segundo Magda, as questões de metodologia e de mentalidade parecem mais desafiadoras do que a aquisição de dispositivos - a rede gaúcha já tem milhares de Chromebooks como os da escola que ela visitou.
“Vi uma metodologia híbrida muito viva. O professor faz um exercício na lousa digital, depois vai para o flipchart. Os alunos têm os chromebooks e o papel ao lado”, cita. E também viu alunos ajudando uns aos outros e ajudando o próprio professor a usar a tecnologia. “O professor teve uma dificuldade tecnológica e foi natural o aluno ajudar.”
As visitas continuaram à tarde, com a delegação sendo recebida na universidade King’s College. A professora e pesquisadora da universidade Chris Harrison conduziu uma “aula” para a delegação sobre avaliações para a aprendizagem e levantou a questão da subutilização dos potenciais digitais.
“Na prática, as avaliações feitas na sala de aula têm mudado muito. Mas ainda temos de pensar: como as tecnologias podem melhorar as avaliações formativas? Por exemplo, para ajudar a dar feedback, que é um elemento extremamente necessário”, disse Chris.
Delegação brasileira durante visita à King's College. Foto: Bett Brasil.
Depois de ouvir e conversar com a especialista britânica, Vanessa Santos, gerente de avaliação do Poliedro, também se mostrou inspirada pela experiência. “A gente precisa ampliar o olhar sobre avaliação no Brasil, quebrar nosso paradigma. Foi muito interessante ouvir a professora falando sobre o poder das perguntas, como a gente pode trabalhar a avaliação para melhorar a aprendizagem”, afirmou.
Projeto educacional
Jonathan Shoobridge, diretor de estudos da EF Education First, fez questão de receber a delegação da Bett Brasil em Londres como se fosse um grupo de alunos: primeiro fizeram um tour pelo campus centenário, depois foram para uma sala e receberam material didático para uma verdadeira aula. A intenção era que, com a atividade oferecida na tarde de terça-feira, todos pudessem ter uma experiência semelhante à dos estudantes reais.
Em sala, logo o diretor passou uma tarefa para o grupo: que analisassem a unidade 1 e levantassem pontos que lhes chamassem atenção. Foram várias as observações: o material tinha um contexto atual, tinha indicações para quem tivesse o interesse de ir além, propunha discussões orais. “Os estudantes vêm para o Reino Unido porque querem falar. Então nosso material tenta garantir que eles aprendam pela prática”, explicou Shoobridge.
Delegação brasileira pôde conhecer em Londres as iniciativas da EF Education First. Foto: Bett Brasil.
Mas além da pedagogia em si, os representantes da EF contaram sobre suas estratégias de engajamento dos estudantes. Essa foi a parte que mais interessou Fábio Crespi, diretor do Lyceum. “Foi interessante a gente entender o modelo de negócios da escola. Ver que eles oferecem experiências além da sala de aula, como separam os alunos por grupos de interesse”, afirmou.
Alberto Brasileiro, diretor de tecnologia da rede Damas, de Recife, também disse ter aproveitado a visita. “Foi enriquecedor conhecer a escola, falar com os diretores, ser apresentado a uma escola que atende estudantes de tantos lugares diferentes”, afirmou.
A unidade da EF em Londres que a delegação visitou atende 700 alunos que aprendem inglês como segunda língua de mais de 100 nacionalidades.
Embora a rede tenha programas para crianças a partir dos 7 anos, a escola visitada recebe alunos a partir dos 16 anos. A gerente de novos negócios da EF, Nicole Santos, também acredita que a visita foi produtiva. "Já que as pessoas estão em Londres, faz sentido trazê-las até a escola, para que possam perceber de uma forma tangível o nosso trabalho. É um grupo com quem a gente teve muitas trocas”, disse.
Parceiros governamentais
À noite, a Britannica Education ofereceu um jantar de relacionamento para alguns dos membros da delegação ligados a secretarias de educação. Na ocasião, os executivos da empresa tiveram a oportunidade de apresentar a proposta da empresa, que está com uma nova operação no Brasil há dois anos.
Marcelo Zanon, diretor de currículo na Britannica Education, ressaltou a importância de fazer com que as crianças e jovens sejam cidadãos do mundo. “Temos que usar a educação do nosso país para transformar nossos estudantes em cidadão globais. O inglês é fundamental para isso”, afirmou ele, lembrando contudo que a Britannica Education também oferece soluções para diversas disciplinas, como ciências e português.
A Delegação Bett UK conta com apoio do Consulado-Geral Britânico, Britannica Education, Ecossistema SQUARE, Editora do Brasil, EF Education First, Google, Letrus, Samsung, Start by Alura e Quizizz.
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