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Diálogos de Inteligências: quando humanos e algoritmos constroem caminhos éticos para a educação

Redação Bett Blog
Diálogos de Inteligências: quando humanos e algoritmos constroem caminhos éticos para a educação
Foto: Freepik
Subtema da Bett Brasil 2026 integra inteligências individuais, coletivas e artificiais para enfrentar desafios como cidadania digital, fake news, vício em telas, equidade e inovação educacional

Com o tema central “Inteligências Individuais, Coletivas e Artificiais: todas em nós, agora! Quando elas dialogam, a educação se transforma”, a Bett Brasil, o maior evento de Inovação e Tecnologia para a Educação da América Latina, chega à sua 31ª edição, de 5 a 8 de maio de 2026, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Para aprofundar o macrotema, o Bett Blog preparou uma série de quatro matérias dedicadas aos subtemas que estruturam a programação do evento.

Neste texto, será abordado o eixo “Diálogos de Inteligências - Todas em Nós” que integra inteligências individuais, coletivas e artificiais em diálogo, apontando caminhos para inclusão, equidade, justiça social e inovação.

É o espaço da síntese, onde se discutem dilemas éticos da tecnologia, cidadania digital, fake news, vício em telas e os impactos sociais das plataformas digitais.

Também é neste subtema que surgem novas formas de gestão educacional, inovação em modelos de negócio, estratégias de marketing e captação, mostrando como múltiplas inteligências podem se articular para transformar a educação e construir futuros sustentáveis.

Para o conselheiro da Bett Brasil, professor adjunto de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco e head de Pedagogia da Proz Educação, Luciano Meira, esse diálogo não apenas é possível, como é necessário. “O ‘Diálogos de Inteligências’ posiciona a cidadania digital, as fake news e o vício em telas não como falhas isoladas da IA, mas como oportunidades para uma inteligência coletiva que emerge da interação entre humanos e algoritmos”, explica.

No caso da cidadania digital, Meira compara o fenômeno a um “jogo de espelhos”, em que as inteligências artificiais amplificam vieses humanos presentes nas redes sociais, justamente por serem, como descreve, “papagaios estocásticos fundados em racionalidade probabilística”.

Para ele, o caminho não está apenas em detectar deepfakes por meios técnicos, mas em formar estudantes capazes de “decodificar” esses conteúdos por meio de reconstruções narrativas coletivas. “Grupos de alunos podem colaborar para reverter narrativas falsas em tempo real, recuperando uma prática antiga, mas esquecida na escola: a conversação”, diz.

Luciano Meira -

Luciano Meira explica a importância do subtema Diálogos de Inteligências’ no contexto educacional atual. Foto: Reprodução/pessoal.

Já as fake news, segundo Meira, ocupam nesse contexto um papel de catalisadoras de uma inteligência híbrida. Ele aponta que estudos recentes em neurociência cognitiva mostram que o cérebro humano processa desinformação também via heurísticas de ancoragem, ou seja, confiamos na primeira informação recebida.

“Integrar IA generativa em salas de aula permite "treinar" inteligências coletivas para gerar contra-narrativas éticas, através de questões geradas pela IA, transformando vítimas em arquitetos de verdades plurais. Isso é importante pois frequentemente pensamos em LLMs (modelos de linguagem) como geradores de respostas, mas pouco na sua capacidade de formular perguntas”, afirma.

Quanto ao vício em telas, Meira define que o tema revela descompassos entre algoritmos e ritmos humanos. “Algoritmos de recomendação exploram ciclos dopaminérgicos, mas diálogos humanizados podem recalibrá-los via biofeedback coletivo”, explica. Ele propõe que os próprios estudantes monitorem seus padrões digitais e ajustem coletivamente seus hábitos para favorecer pausas reflexivas, intencionalidade e equilíbrio emocional.

Ecossistemas de Inteligência Híbrida

Para o professor Meira, é fundamental que as escolas promovam a integração entre pessoas, tecnologias digitais e valores humanos. Ele defende que a transformação educacional deve ocorrer em uma “zona de desenvolvimento proximal coletiva”, espaço no qual inteligências individuais e grupos se entrelaçam com redes artificiais para co-criar valores éticos e superar o tradicional modelo transmissivo de ensino.

“Essa integração gera inclusão ao democratizar o "pensamento swarm": imagine plataformas de IA que, em vez de personalizar isoladamente, facilitam "enxames cognitivos" onde alunos de origens diversas co-constroem conhecimento via agentes colaborativos, ajustando dinamicamente por equidade socioeconômica, por exemplo, priorizando vozes sub-representadas em debates virtuais sobre justiça social”, explica.

A inovação, para Meira, emerge da fusão entre valores humanos e algoritmos adaptativos. Ele destaca práticas como a “ética em camadas”, nas quais a IA simula dilemas reais, como a alocação de recursos escolares, e permite que estudantes tomem decisões coletivas equilibrando eficiência algorítmica com empatia humana e solidariedade.

No campo da justiça social, a abordagem ganha ainda mais força. Meira ressalta que integrar IA ao cotidiano escolar pode ampliar o desenvolvimento integral ao cultivar uma alfabetização relacional, na qual os alunos aprendem a se relacionar com a inteligência artificial como parceira. “Essa metacognição social mitiga desigualdades, como em programas onde chatbots culturais adaptam conteúdos a identidades indígenas, por exemplo, promovendo pertencimento”, explica.

E ainda resume: “Assim, escolas viram ecossistemas de inteligência híbrida, onde valores humanos ancoram IA, gerando trajetórias de vida mais justas e inovadoras.

O subtema Diálogos de Inteligências - Todas em Nós é um convite para pensar a educação como uma trama viva em que tecnologias não substituem inteligências humanas, mas ampliam e desafiam seu potencial coletivo.

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