Durante a 29ª edição da Bett Brasil, maior evento de Inovação e Tecnologia para a Educação da América Latina, o painel “Educação Profissional: uma pauta presente para o futuro!” demonstrou que é possível aumentar com qualidade a oferta de ensino profissionalizante na educação pública.

A coordenadora de educação profissional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Daiane Fraile, apresentou o projeto estratégico de expansão e fortalecimento da educação profissional e tecnológica oferecido pela rede estadual de ensino.

Liderando o projeto, ao lado do secretário de estado da educação, Daiane apresentou os números da adesão à educação profissional no estado. Em 2024, 32% dos estudantes de ensino médio no Parará optaram pelo ensino profissionalizante. Em algumas regiões do estado, esse percentual chegou a 41%.

O curso técnico com maior crescimento no período foi na área de TI, com 616% de aumento, com mais de 20 mil estudantes.

“Mas não se pode romantizar. A implantação do projeto teve desafios consideráveis, como falta de professores para cursos profissionalizantes e falta de formação e de autorizações legais para os cursos. Fomos superando esses obstáculos pela aproximação com o setor produtivo em rodadas de conversas, pela construção dos materiais didáticos e capacitação de formadores e pela estruturação de um modelo mediado pela tecnologia”, disse Daiane.

O modelo adotado no Paraná é o “escola-estúdio”, no qual o professor fica em estúdio e de lá interage em tempo real com os alunos em sala de aula, nas diversas cidades do estado”, explicou.

Daiane conta que também foram feitas parcerias estratégicas com o conselho estadual de educação do estado, Senai e IES Unicesumar.

Segundo ela, os professores dos cursos profissionalizantes vêm em grande parte do setor produtivo, sem vivência em sala de aula. Hoje, mesmo não sendo obrigados, 98% desses professores utilizam o material desenvolvido pelo projeto.

Pesquisa realizada no estado mostrou que mais de 75% dos estudantes da rede estadual do Paraná querem fazer um curso técnico. É para atender a essa demanda e aumentar a empregabilidade dos estudantes que o estado está investindo no fortalecimento e ampliação do projeto.

O diretor de educação profissional da Secretaria da Educação do estado de São Paulo, Daniel Barros, apresentou o programa Novotec, um modelo de ensino técnico integrado ao ensino médio, realizado pelo governo do estado em parceria com entidades como o Centro Paula Souza e escolas privadas, entre outras entidades.

No final de 2023 eram 35 mil estudantes nos cursos técnicos de 774 escolas do estado. Em 2024, após um ano de operação do novo modelo, esse número saltou para 77 mil, um aumento de 117%, abrangendo 1401 mil escolas. Isso representa um aumento de mais de 81% nas escolas da rede pública que ofertam os cursos profissionalizantes.

Os indicadores da rede estadual medem dados de frequência, participação e resultado nas provas, uso dos computadores e das plataformas.

“Os estudantes que fazem o programa profissionalizante Novotec têm frequência escolar maior que a média (88% versus 82%), taxa de acerto na Prova Paulista, que é bimestral, acima da média (52% versus 43%), com destaque para matemática e recebem notas superiores em todas as disciplinas da formação geral básica nas avaliações internas dos próprios professores”, afirmou ele.

O mais importante, na opinião de Barros, é que esses alunos não passaram por processos seletivos rigorosos para fazer o técnico, mas deram a “sorte” de receber esse itinerário na escola que já frequentavam. “Ou seja, o programa leva o ensino técnico para quem de fato mais precisa. E isso vai impactar a empregabilidade deles e já está impactando o nível de compromisso, engajamento e aprendizado”, concluiu. O auditório de educação pública contou com o apoio da Digix. 

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