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18 dez 2020

Escrever e pensar no Ensino Médio

Autora Convidada: Claudia Costin
Escrever e pensar no Ensino Médio


 

Normalmente, quando se fala de inovação em Educação Básica, pensa-se menos na importante questão da produção textual na escola. Mas não é possível fazer um bom trabalho pedagógico, nas mais diferentes áreas de conhecimento trabalhadas em sala de aula, sem produção textual de qualidade, desde a pré-escola. Apenas dar aulas expositivas e ouvir as opiniões ou ideias verbalizadas pelos alunos, não os leva a pensar e aprofundar o que foi aprendido. Há uma importante conexão entre o ato de escrever e o pensar para elaborar as aprendizagens. Mas a complexidade dos processos de escrita e correção leva a que seu uso, no Ensino Médio, esteja muitas vezes restrito às aulas de Língua Portuguesa ou a trabalhos em grupo que recebem uma nota, mas não demandam retrabalho. Pretendo falar aqui sobre como a escrita sobre o que foi lido ajuda a incorporar, a partir de uma reflexão autoral, o texto no repertório cultural e científico do aluno.

Se meros fichamentos de leitura contribuem pouco para a construção de aprendizados sólidos e sobretudo para a formação de pensadores independentes, há algo mais a ser feito. Vou deter-me aqui sobre duas abordagens complementares, especialmente no trabalho pedagógico no Ensino Médio: trabalhar a função social da escrita como registro histórico do pensado e conectar as disciplinas em áreas de conhecimento, a partir de reflexões autorais.

No primeiro caso, para construir o hábito de uma escrita mais elaborada, a partir do que foi lido, vale a pena sugerir a leitura de autobiografias e pedir textos com reflexões sobre elas. Lendo a excelente obra de Barak Obama, “Uma terra prometida”, sobre seu tempo como presidente dos Estados Unidos, chamou-me atenção o quanto fica clara a  importância de  escrever sobre o vivido, de forma que as novas gerações entendam a história não como uma coleção de fatos, datas, heróis e tendências, mas como o processo de tomada de decisões de pessoas reais, em contextos desafiadores, e que erros foram cometidos mesmo por personalidades admiradas.

Na questão da conexão de disciplinas em áreas de conhecimento, conforme previsto na BNCC, essa religação dos saberes, preconizada por Edgar Morin, pode nos levar a pensar em projetos integradores que não têm como ser explanados por mestres em meras aulas expositivas, mas explorados por alunos a partir de leituras e experiências diversas e incorporados a seu pensamento, em textos autorais.

O trabalho do professor, para as duas finalidades apontadas, envolve aperfeiçoamentos do texto do aluno e pode demandar mais de uma correção. No entanto, plataformas que apoiam docentes nesta tarefa já existem, muitas baseadas em Inteligência Artificial, e devem permitir que, no futuro, utilize-se muito mais produção textual para conectar experiências e leituras dos alunos com um processo mais aprofundado de reflexão que consolide os saberes adquiridos. Afinal, ler, escrever e pensar são ações humanas que se complementam na aprendizagem ao longo de toda a vida!

 

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