Formações tradicionais não bastam para quem ensina no século XXI!
Os desafios da educação brasileira são urgentes e promover impacto exige escalar aprendizado, o que não é uma tarefa simples. Por sorte, a tecnologia tem sido grande aliada nesse processo, levando conteúdos e trilhas formativas inclusive para o Brasil profundo.
Mas o acesso a todo esse material não é suficiente para mudar a prática dentro das salas de aula. Se quisermos formar alunos autônomos e com bom raciocínio crítico, precisamos antes de professores capazes de promover discussões interessantes, que incluam realidades diversas e relacionem assuntos rompendo barreiras disciplinares. Mais do que dominar conteúdos, um bom professor precisa ser capaz de refletir sobre sua prática, permitindo-se sair da sua zona de conforto para promover o seu crescimento profissional.
Não chegaremos a esses objetivos sem garantir o acesso dos educadores a estratégias e a espaços formativos que envolvam a troca de experiências e a construção coletiva e colaborativa de saberes!
Ser professor, hoje, exige repensar velhas práticas e construir novas formas de ensinar que promovam engajamento, reflexão e não se filiem à transmissão de conteúdos. Mas como fazer isso, sem referências que os inspirem no planejamento de aulas mais dialogadas e interativas? Sem terem vivido essas experiências, fica muito difícil colocá-las em prática.
A contemporaneidade exige uma nova lógica para construção de conhecimento pedagógico, mais dinâmica e colaborativa, integrando os saberes da prática pedagógica com a pesquisa acadêmica, de forma que uma alimente a outra, e as duas se encontrem em permanente estado de revisão e (re)significação.
Estudar sozinho não muda a prática
Apesar dos benefícios de escala, aulas expositivas em grandes auditórios e cursos autoformativos têm limitações importantes quanto à assimilação e à transposição de conteúdos para a prática de sala de aula. Esses formatos, quando consistentes, levam à informação, mas restringem a chance de o educador discuti-la ou questioná-la à luz da sua experiência.
Sem reflexão e sem que os educadores tenham a chance de relacionar os conteúdos às suas realidades, é difícil promover aprendizado significativo e eficaz, do ponto de vista da mudança de “modos de ser professor”. Além disso, de acordo com o pesquisador Justin Reich (2020), professor do MIT Teaching Systems Lab, o aproveitamento de educadores - a partir de programas autoformativos - é proporcional à sua experiência e ao seu conhecimento prévio sobre os assuntos tratados. Isso significa que quem sabe mais, tem maior facilidade de aprender com cursos autoinstrucionais e videoaulas, enquanto aqueles que mais precisam de novos conhecimentos e de ampliação de repertório são justamente os que têm mais dificuldade de compreensão e de assimilação dos conteúdos, por conta da falta de interação e diálogo.
Como escalar educação dialógica, baseada na troca entre pares?
Pensando em estratégias que apoiassem o aprendizado de educadores, iniciantes e experientes, e buscando responder às demandas de escala e de interação entre pares, nasceu a comunidade Redelê. Somos uma iniciativa de suporte e formação contínua, pensada e construída por educadoras, para educadoras e com educadoras de todo o país. Um projeto jovem, dinâmico e colaborativo, que utiliza a tecnologia para promover encontros virtuais entre professores e que já reúne educadores de 10 estados do país, dispostos a encontrar novas estratégias para lidar com desafios comuns do cotidiano escolar.
Os planos de adesão são individuais ou em lote para que escolas, grupos educacionais e redes de ensino possam oferecer a experiência às suas equipes. Na Redelê, acreditamos que a mesma autonomia defendida para os alunos deve ser oferecida aos educadores. Por isso, cabe a eles escolherem seu percurso formativo dentro da programação oferecida, de acordo com seus interesses e suas necessidades.
A liberdade para decidir quais assuntos deseja discutir dialoga diretamente com o protagonismo docente, validando interesses e necessidades e as vantagens da customização das trilhas formativas ultrapassam os benefícios individuais favorecendo também a construção de repertórios variados e a circulação de conhecimentos dentro das próprias equipes escolares.
Rodas de conversa e clubes de leitura promovem espaço seguro para trocas
A cada mês quatro novos temas, indicados pelos membros da comunidade, são discutidos em formato rodas de conversa que dá voz aos educadores e provoca a troca de experiências e a reflexão em torno de exemplos concretos de sala de aula. Para garantir o aprofundamento e a sistematização dos conteúdos, os encontros contam com a facilitação de formadoras experientes que, ancoradas por princípios teórico-metodológicos claros e amplamente discutidos pela equipe Redelê, criam um espaço seguro para trocas e promovem aprendizado efetivo diretamente relacionado à prática de sala de aula.
Nos clubes de leitura, uma facilitadora abre os encontros lendo um texto em voz alta e, na sequência, propõe uma conversa leve e fluida, garantindo aos participantes a ampliação do repertório, a experiência da fruição literária e a referência de boas leituras em voz alta, o que tem contribuído para que se sintam mais seguros na hora de escolherem as obras e lerem para seus estudantes.
Após os encontros, têm sido frequentes os relatos de membros da comunidade Redelê vasculhando bibliotecas e caixas empoeiradas, em busca das obras discutidas para que possam ler para seus alunos! As leituras e discussões têm revelado o encantamento por parte de muitos profissionais, o que reafirma nossa crença de que a experiência de ouvir histórias e falar sobre elas pode ser (trans)formadora, sobretudo para educadores que leem pouco ou que ainda não se consideram bons leitores.
A experiência com a comunidade Redelê tem escancarado a fragilidade emocional e o desamparo de muitos professores. Mas é impressionante ver como depois do segundo ou terceiro encontros os educadores passam a se reconhecer como grupo. O vínculo vem das histórias partilhadas, dos exemplos que são discutidos e da percepção de que, mesmo vindo de contextos tão diversos quanto a zona rural do Rio Grande do Sul, a capital de São Paulo e a comunidade ribeirinha do Pantanal, os desafios de todos vinculam-se às dificuldades de crianças com rostos, nomes, histórias e personalidades. A riqueza da troca entre pares é justamente descobrir que as estratégias usadas pelo professor no sul do país podem inspirar muito os alunos do sertão nordestino que passam por uma dificuldade semelhante.
Tecnologia usada para promover encontros
Nos últimos anos, a tecnologia “encurtou caminhos”, levando conteúdos importantes aos quatro cantos do país. Agora, é hora de usarmos as ferramentas digitais para promover encontros e possibilitar a troca e a circulação de práticas entre nossos educadores.
A comunidade Redelê é a resposta de formadores experientes às demandas formativas do mundo contemporâneo. Um projeto que reúne um time de especialistas em diversas áreas para ajudar educadores de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental a olhar para sua própria prática com as lentes ajustadas e a coragem de se reinventar sempre que necessário.
Somos uma comunidade de aprendizagem que entende o conhecimento como corpo vivo e o educador como um eterno aprendiz. Por isso, queremos que aprendam uns com os outros e construam conhecimento a partir dos seus próprios acertos e dificuldades.
Sabemos que escalar interação e diálogo não é trivial, por isso, nós, da Redelê, estamos sempre atentos para fazer os ajustes necessários à metodologia, contando com avaliações sistemáticas e encontros regulares entre as facilitadoras e as coordenadoras pedagógicas do projeto. Estamos vigilantes para que cada membro da rede se sinta acolhido e encontre na comunidade o suporte de que precisa.
É tempo de acreditar nos professores e dar a eles a chance de construírem um percurso formativo que valorize seus conhecimentos e potencialize suas habilidades. Tempo de ver formadores e professores como colegas, capazes de construir juntos a educação de qualidade que as nossas crianças tanto merecem. Tempo de olhar para a educação como um trabalho de equipe.
*Conteúdo sob responsabilidade exclusiva do anunciante.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Bett Brasil.
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