Gestão escolar também precisa se atualizar para acompanhar as exigências educacionais antecipadas pela pandemia
Os desafios de oferecer uma educação com qualidade permeavam nosso dia a dia muito antes da pandemia da Covid-19. Em um mundo que está em constante evolução, com crescimentos exponenciais nas áreas de tecnologia e acesso à informação, grandes potências mundiais já estão muito à frente no quesito de inovação na área educacional. No Brasil, enfrentamos dificuldades não só de desigualdade de acesso, mas de prioridades quanto às formas de ensinar, aprender e capacitar.
Com a paralisação das aulas presenciais, as redes de ensino, tanto públicas como privadas, precisaram se adaptar. Cada uma a seu modo, utilizando os recursos que tinham nas mãos, gestores tiveram que analisar políticas, metodologias e infraestrutura para atender todos os estudantes e ainda preparar os profissionais de ensino para essa nova realidade.
Realidade essa que exigiu flexibilidade, desenvolvimento socioemocional, adaptação e muita resiliência.
A partir desse momento, é necessário olhar para 2020 como um ano de reflexão, de busca por melhorias e de abertura de olhares para as demandas que o presente está exigindo. Pois o futuro da educação já começou.
Gestores e mantenedores precisam ter clareza sobre o contexto em que estão e para onde querem caminhar. É a hora de colocar a mão na massa, olhar para dentro da escola para e testar cada hipótese na prática. Os professores, grandes mestres e apoiadores nesse período de pandemia, precisam ser capacitados e formados. Os alunos precisam ser avaliados de forma coerente e correspondente à atual realidade de ensino remoto, em um momento que o afastamento social afetou de forma significativa a aprendizagem.
É fundamental reconhecer que o aprendizado dos alunos em 2020 foi muito além de suas capacidades cognitivas, das disciplinas e matérias conteudistas obrigatórias. Os estudantes que enfrentaram o ensino a distância durante a pandemia desenvolveram foco socioemocional, autorregulação e autocontrole para lidar com as adversidades, habilidades exigidas no século XXI que já fazem parte das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
As escolas que mantiveram vivas a aproximação com os familiares perceberam esse aprendizado. O professor teve maior protagonismo para inovar nas aulas remotas, enquanto o estudante teve maior protagonismo para organizar seus próprios estudos. O olhar das instituições de ensino precisa ser direcionado para diagnosticar as principais dificuldades deste ano atípico e tirar soluções estratégicas para melhorias no curto, médio e longo prazo.
Em 2021, recursos precisam seguir e priorizar a solução das dificuldades, formar lideranças, personalizar a aprendizagem e a capacitação. É preciso entender que os educadores também estão cansados e o trabalho em parceria, de forma colaborativa, gera benefícios para todos. A empatia entre secretarias, gestores, profissionais, alunos e famílias, precisa acontecer constantemente.
A escola existe para formar pessoas, ensinar crianças e adolescentes, e esse trabalho precisa priorizar o pedagógico. Quando as políticas públicas são bem feitas, é possível estar preparado para qualquer tipo de situação. O ensino agora está na casa dos alunos, e mesmo com a retomada das aulas presenciais e o pós-pandemia, essa aprendizagem ainda precisa acontecer fora dos muros da escola.
Esse cenário propiciou uma revolução na forma de educar, antecipando necessidades já observadas anteriormente e que foram fortalecidas. Daqui em diante, é papel de quem está chegando em cada gestão, prefeituras e secretarias de educação a elaborar essas estratégias e definir as prioridades de acordo com a realidade de cada rede de ensino.
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