Mais do que ocupar cargos de gestão, liderar na educação exige escuta ativa, visão estratégica e disposição para o autoconhecimento. Essa foi a reflexão proposta pela diretora do Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação, Anna Penido, no painel “Lideranças que transformam e se transformam com a educação”, promovido na 30ª edição da Bett Brasil. Em sua fala, ela destacou que gestores educacionais só serão capazes de promover mudanças significativas nas escolas se também estiverem abertos à própria transformação.

Ao abordar os desafios enfrentados por lideranças escolares no Brasil, Anna Penido apresentou dez características que considera fundamentais para uma atuação verdadeiramente inspiradora:

• 1. Abre-se ao novo e é resiliente;
• 2. Acolhe e encoraja;
• 3. Comunica-se de maneira inclusiva;
• 4. Possui visão estratégica e capacidade de resolver problemas;
• 5. Toma decisões com base em dados e evidências;
• 6. Foca a gestão da aprendizagem no(a) estudante;
• 7. Promove coesão, diversidade e inclusão;
• 8. Gere pessoas com cuidado e confiança;
• 9. Cria condições e gera recursos;
• 10. Promove equidade.

Segundo Anna, essas competências precisam ser cultivadas intencionalmente e fazem parte de um processo contínuo de desenvolvimento pessoal. “É preciso desenvolver uma comunicação acessível e inclusiva, capaz de acolher a diversidade de perspectivas que existem dentro da escola. Criar um ambiente seguro para a fala é fundamental”, afirmou.

Ela ressaltou ainda que escuta ativa, clareza na expressão pessoal e resiliência são três pilares indispensáveis para sustentar uma liderança sólida e coerente com os desafios da educação contemporânea. A diretora também enfatizou a necessidade de líderes que saibam equilibrar a gestão cotidiana com a definição de prioridades estratégicas. “Líderes precisam ter a capacidade de olhar o todo, identificar o que é mais urgente e reservar espaço na agenda para as questões que realmente importam”, disse.

Assista à entrevista de Anna Penido ao Conexão Bett: 

Um dos pontos centrais abordados foi a importância da coesão entre os diferentes atores da educação — secretarias, escolas, mantenedoras e organizações parceiras — e da atuação intencional para garantir equidade no acesso à aprendizagem. “Dentro das escolas, é fundamental identificar os grupos mais vulneráveis e atuar intencionalmente para reduzir desigualdades, garantindo que todos tenham as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento”, alertou.

Para finalizar, Anna reforçou um convite à reflexão pessoal dos líderes presentes: “Parem e pensem o que vocês estão fazendo e o que estão negligenciando em si mesmos”. Para ela, a transformação coletiva começa com uma liderança que reconhece suas vulnerabilidades e se compromete com o desenvolvimento contínuo — de si mesma e de toda a comunidade escolar.

Compartilhe nas redes sociais: