30ª edição da Bett Brasil reúne milhares de educadores e reforça o protagonismo da educação na transformação social
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Com recorde de público, a 30ª edição da Bett Brasil reuniu mais de 47 mil visitantes e 330 marcas expositoras ao longo de quatro dias de programação dedicada a diálogos, experiências, tendências e negócios. Realizado entre os dias 28 de abril e 1º de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, o evento se consolidou como o principal ponto de encontro da comunidade educacional da América Latina e reforçou o papel central da educação no desenvolvimento humano, social e econômico.
“A 30ª edição da Bett Brasil superou todas as expectativas, com um crescimento expressivo na visitação em relação a anos anteriores. Recebemos um público altamente qualificado, formado por educadores, gestores, autoridades e empresas de todo o país e da América Latina, o que reforça o papel do evento como o principal ponto de encontro para o ecossistema da Educação. O engajamento nas atividades da programação e o volume de negócios gerados demonstram que a Bett Brasil é, cada vez mais, um catalisador de inovação e transformação no setor educacional. Afinal, um dos nossos pilares é fomentar diálogos, ideias e soluções para uma educação equitativa, inclusiva e de qualidade na educação pública e privada", destacou a diretora geral da Bett Brasil, Claudia Valerio.
Claudia Valério durante cerimônia de abertura da 30ª edição da Bett Brasil. Foto: Bett Brasil
Para inspirar e discutir o futuro da educação e o papel da tecnologia e da inovação na formação de educadores e alunos, o evento promoveu 12 auditórios temáticos, divididos entre o Congresso de Educação Básica, Workshops, Fórum de Gestores, Fórum Ahead, dedicado à educação superior e profissional, auditório de Educação Pública e Arena Startups.
Sob o tema central “Educação para enfrentar crises e construir futuros regenerativos”, a programação contou com mais de 450 palestrantes e especialistas que debateram os desafios urgentes e as inovações na educação, abordando assuntos como crise climática, inteligência artificial, saúde mental, equidade na educação e desenvolvimento humano.
Adriana Martinelli, diretora de conteúdo da Bett Brasil. Foto: Bett Brasil
“Esta edição da Bett Brasil foi histórica. Consolidamos novos formatos de conteúdo (Sala de Aula Invertida e Espaço Criativo), que ampliaram a experiência dos participantes e abriram espaço para conversas mais profundas e colaborativas. Lançamos o Bett Brasil EdTech Awards e o Prêmio Educador Transformador, celebrando inovação e impacto. Uma edição que reafirma o compromisso da Bett Brasil com a transformação da educação”, avaliou a diretora de conteúdo da Bett Brasil, Adriana Martinelli.
Cerimônia de abertura
Secretários de Educação de estados e municípios, representantes de governos, gestores e professores de redes públicas e privadas, empresas de tecnologia educacional e instituições da sociedade civil e do terceiro setor reuniram-se para compartilhar conhecimento, ideias e projetos. A cerimônia de abertura da Bett Brasil marcou o início dessa troca ao debater o tema central: “Educação para enfrentar crises e construir futuros regenerativos”.
Painel de abertura da Bett Brasil reuniu autoridades educacionais. Foto: Bett Brasil.
Entre os painelistas, o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Cesar Callegari, ressaltou que o futuro já chegou e impõe desafios constantes à educação. “O mundo avança e nos provoca a buscar novas soluções. Para isso, é fundamental compreender que o aprendizado não se resume à reprodução de conteúdo, mas exige processos de experimentação. Criamos conhecimento quando experimentamos — e ainda mais quando fazemos isso de forma colaborativa e compartilhada”, afirmou.
Cesar Callegari, presidente do CNE. Foto: Bett Brasil.
Callegari destacou os principais desafios e projetos liderados pelo CNE neste momento, como a elaboração do novo Plano Nacional de Educação; a implantação das novas diretrizes curriculares e itinerários do ensino médio; a regularização do uso de telas nas salas de aula e orientações de novas normativas para a formação de professores, tanto no ensino fundamental quanto médio. “Estamos construindo um novo momento para mais dois milhões de professores. Vamos formar uma nova geração focada no ensino integral, na experimentação prática e teórica. Defendemos com muita firmeza que o uso de recursos tecnológicos não substitui a prática presencial e coletiva da pedagogia, e isso pauta esse momento”, finalizou.
Para a vice-presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP), Amábile Pacios, a formação de professores é pauta essencial para o avanço educacional. “O setor privado forma hoje 67% dos professores, o que nos confere muita responsabilidade. Precisamos de apoio para avançar nessa formação. Esse é um apoio conjunto e constitutivo”.
Amábile Pacios, vice-presidente da Fenep. Foto: Bett Brasil.
Amábile trouxe um ponto de reflexão aos presentes na cerimônia de abertura. Segundo ela, hoje há menos jovens querendo se tornar professores do que décadas atrás. “Com base na escola que administramos, há 10 anos não registramos um número expressivo de jovens que querem ser professores. Isso, em boa parte, é reflexo da falta de reconhecimento da sociedade pelo papel do professor. Precisamos mudar esse aspecto cultural, e isso é papel de todos nós”.
A diretora da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Governo Federal, Anita Gea Martinez Stefani, enfatizou que o MEC vem trabalhando intensamente a inserção da tecnologia na educação brasileira, mas respeitando as singularidades e os desafios do Brasil. “Nosso principal objetivo é evitar que a tecnologia seja mais um fator de desigualdade. Ainda temos quase quatro mil escolas sem energia elétrica, enquanto temos outras com altíssima tecnologia. Olhamos para isso com uma perspectiva sistêmica, do básico ao avançado no uso das inovações sem excluir ninguém”, afirma.
Anita Gea Martinez Stefani, diretora da Secretaria de Educação Básica (SEB). Foto: Bett Brasil
A formação continuada dos professores que contempla a habilitação em tecnologia foi outro tema trazido pela representante do Governo Federal. “Precisamos trazer a tecnologia para o currículo pedagógico e para o modelo presencial, fortalecendo o papel do professor como mediador, como instrutor do uso ético e coerente dessas ferramentas”.
Já o secretário executivo da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, Vinicius Neiva, pontuou que o governo estadual vem priorizando a alfabetização na idade adequada nas escolas públicas. Segundo Neiva, a administração tem usado novas tecnologias, que inclusive foram apresentadas ao governo em edições anteriores da Bett Brasil, e alcançado números positivos com a implantação do método.
Vinicius Neiva, secretário executivo da Secretaria de Educação de SP. Foto: Bett Brasil.
O secretário também citou dados que mostram que o ensino profissionalizante também está crescendo exponencialmente no estado paulista, o que faz o governo avançar na grade curricular técnica. “Precisamos definir as escolhas que vamos fazer na educação brasileira. Definir qual o conteúdo que será abordado dentro da sala de aula e como conectar isso ao futuro do jovem no mercado de trabalho. Estamos tendo um aumento muito grande na procura por cursos técnicos, o que enxergamos com muitos bons olhos”, afirmou.
Outro ponto colocado por Vinicius é a necessidade de discussões sobre o financiamento da educação para combater as crises atuais. “É uma pauta pouco abordada, mas precisamos falar sobre o financiamento da educação. Por exemplo, para enfrentar uma crise climática temos que adequar as escolas para receber ar-condicionado e tornar isso financeiramente sustentável. É uma discussão que deve ser compartilhada em diversas esferas e setores”.
A cerimônia de abertura contou com a moderação da jornalista e apresentadora da TV Cultura, Adriana de Barros.
Educação sobre mudanças climáticas
Entre os diversos temas abordados na programação, a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) na Educação se destacou como um dos principais focos do evento.
Neste contexto, o painel “Do local ao global: Educação e ESG como estratégias para um mundo sustentável” trouxe uma reflexão sobre o papel da educação diante das emergências climáticas e das transformações ambientais que desafiam o planeta.
Conduzida por Thaís Brianezi, professora da Escola de Comunicações e Artes da USP e membro do Comitê Consultivo da Secretaria Especial de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo (SECLIMA), e Edson Grandisoli, diretor educacional do Movimento Escolas pelo Clima, a palestra destacou dados, iniciativas e estratégias que conectam escolas, políticas públicas e o setor privado à agenda climática global.
Thaís compartilhou detalhes de um projeto de pesquisa da Fapesp que investiga o papel da comunicação no impacto da educação ambiental e climática, estruturado em quatro pilares: construção de uma agenda de políticas públicas, banco de dados colaborativo, formação de educadores e monitoramento contínuo.
Um dos destaques foi a formação experimental de professores de 35 escolas da rede municipal de São Paulo, com participação de 12 Diretorias Regionais de Ensino (DREs). “O objetivo foi elaborar um plano de ação climática com as escolas participantes, que agora poderá ganhar escala por meio de uma plataforma de educação a distância no AVAMEC, ambiente virtual do Ministério da Educação”, revelou Thaís.
Especialistas discutiram estratégias para um mundo mais sustentável. Foto: Bett Brasil
O professor e pesquisador Edson Grandisoli trouxe à discussão o agravamento da crise climática, reforçando que o termo “emergência climática” é cada vez mais necessário para descrever a intensidade e urgência da situação atual.
Ele apresentou dados alarmantes: se toda a população mundial adotasse os hábitos de consumo dos norte-americanos, seriam necessários cinco planetas Terra para sustentar esse modelo de vida; no caso dos brasileiros, seriam necessários dois. Além disso, Grandisoli destacou que em 2023 a humanidade ultrapassou seis dos nove limites planetários, incluindo a integridade da biosfera, mudanças no uso do solo e o ciclo da água doce.
Grandisoli também compartilhou resultados da ‘Pesquisa Nacional sobre Mudanças Climáticas’, organizada pelo Movimento Escolas pelo Clima e pela Reconectta, focada na percepção de crianças, jovens e adultos sobre as mudanças climáticas.
De acordo com o levantamento, a preocupação com as mudanças climáticas aumenta conforme a idade. Enquanto 73,4% das crianças de 7 a 14 anos se dizem preocupadas ou muito preocupadas com o tema, esse número sobe para 86,1% entre jovens de 15 a 29 anos e atinge 96,9% entre adultos com 30 anos ou mais.
Com relação à percepção da capacidade de agir, as crianças (7 a 14 anos) e adultos (30 anos ou mais) se percebem mais capazes de agir contra a mudança climática do que os jovens de 15 a 29 anos. Também sobre o grau de otimismo, são os mais jovens – de 7 a 14 anos – os mais otimistas sobre o futuro em relação às emergências climáticas.
“Quando analisados de forma conjunta, essa faixa dos 7 aos 14 anos é a que soma mais qualidades para encampar ações de ativismo climático, especialmente mulheres. Temos um público interessado nessa pauta, e precisamos aproveitar isso”, destacou.
Educação midiática
Outro tema destaque foi o papel da escola na formação de leitores conscientes e capazes de interpretar criticamente os conteúdos que circulam nas redes, nos jornais e no cotidiano digital. Mediado pela jornalista Petria Chaves (CBN), o debate contou com a participação da especialista em educação midiática e diretora da Entrepalavras Produção de Textos, Januária Alves, e do influenciador e comunicador Felipe Neto.
Conhecido por sua forte presença digital, Felipe destacou o potencial dos influenciadores e youtubers na promoção de bons hábitos de leitura. Segundo ele, as plataformas digitais e as novas mídias podem ser aliadas poderosas para incentivar o gosto pela leitura, desafiando a ideia de que essas ferramentas substituem os métodos tradicionais.
“Até mesmo o jornal, quando passou a ser distribuído em massa, foi criticado. Sempre que surge algo novo, há uma crítica sobre a destruição do modelo anterior. Eu sou contra essa tese”, afirmou Neto, defendendo o uso assertivo dos recursos digitais como facilitadores do aprendizado.
O hábito de leitura e o uso consciente das mídias digitais pautaram o painel. Foto: Bett Brasil.
No entanto, ele também alertou para os desafios do meio digital, mencionando a falta de regulamentação nas redes sociais, que favorece o lucro em detrimento do conteúdo literário.
“A rede social é totalmente desregulada, e essa falta de legislação desestabilizou o digital. Hoje, o algoritmo privilegia o que dá lucro, que no caso, não são os livros. Isso acaba gerando desinteresse nas pessoas, especialmente nos jovens”, disse. Segundo Felipe, influenciadores de nicho, como os de literatura, enfrentam dificuldades devido aos algoritmos das plataformas que limitam o alcance.
O comunicador também compartilhou sua experiência pessoal com a literatura, ressaltando a importância de tornar a leitura prazerosa. “Leitura não deve ser hábito, deve ser um hobby. Tem que ter paixão. Na minha visão, forçar o contato de crianças com literaturas que elas ainda não compreendem é comprometer todo o processo”, afirmou. Ele citou o uso de audiobooks como uma alternativa para despertar o gosto pela leitura, destacando a importância de testar diferentes métodos para ampliar os horizontes dos leitores.
Por sua vez, Januária Alves, refletiu sobre a realidade da leitura no Brasil, mencionando a perda de mais de 4 milhões de leitores nos últimos anos. “Há uma guerra pela leitura no Brasil. Mas não formamos leitores sem boas leituras”, observou. Ela também compartilhou suas memórias de infância, quando a leitura foi uma ferramenta para aquietar sua mente agitada, ressaltando a importância do ato de ler como um mergulho interior.
Uso consciente de celulares nas escolas
A advogada Alessandra Borelli, especialista em direito digital e sócia da Opice Blum Advogados, destacou que a fase inicial de resistência e abstinência digital nas escolas já foi superada - em decorrência da lei que restringiu o uso do celular nas escolas. “Estamos percebendo que dá para ser feliz com o celular restrito”, afirmou. Segundo ela, o momento agora é de resgatar habilidades fundamentais, como a capacidade de se expressar sem depender da tecnologia, especialmente entre as crianças.
No painel “Do banimento ao uso consciente: como a lei que proíbe o uso do celular nas escolas redefine as regras do jogo?”, Borelli ressaltou que o sucesso da medida depende de um esforço coletivo entre escola e família. “A responsabilidade não pode ser só da escola. Não adianta restringir o uso dentro da sala de aula e compensar com uso excessivo em casa. É preciso consistência”.
Ela alertou para os efeitos do uso intenso das tecnologias digitais, que têm moldado uma geração menos preparada para lidar com tarefas que exigem concentração, paciência e resiliência — competências fundamentais para a vida profissional. “Estamos todos digitalmente sobrecarregados, juridicamente mal-informados e mentalmente esgotados”, resumiu.
Alessandra Borelli falou sobre a restrição de celulares nas escolas. Foto: Bett Brasil.
Alessandra também trouxe um olhar da neurociência para o debate. De acordo com ela, o uso constante de telas afeta diretamente o funcionamento cerebral, especialmente em crianças.
“A relação de dependência com os dispositivos interfere nas conexões neurológicas. O cérebro passa por um processo chamado poda sináptica, em que elimina conexões menos usadas e fortalece as mais frequentes. Isso significa que o hábito da rolagem infinita das telas altera o padrão de atenção e torna mais difícil manter o foco em tarefas na sala de aula, até mesmo em necessidades simples como a leitura de uma pergunta com o enunciado mais longo, por exemplo”.
Por isso, a especialista acredita que o tempo sem celular nas escolas poderá criar paradigmas e experiências mais saudáveis para o desenvolvimento cognitivo. “Vamos começar a colher esses frutos em breve, talvez já no próximo ano”.
Já o painel “O que os professores da educação básica revelam sobre o uso de IA na sala de aula: desafios, percepções e possibilidades” reuniu a professora da UTFPR – Cornélio Procópio e coordenadora do projeto TEDI (Tecnologia e Educação Digital para a Terceira Idade), Camila Sestito, o doutor em Ciência da Computação e líder do projeto InteliGente, Robson Bonidia, e o presidente-fundador do Instituto Significare, Wellington Cruz.
O debate foi embasado em uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Significare em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que ouviu 346 professores de todos os estados brasileiros. A conversa trouxe reflexões sobre o uso real das tecnologias em sala de aula, abordando pontos como segurança, ética e inclusão digital.
Um dos principais pontos do levantamento é que, embora a maioria dos professores possua conhecimento básico sobre IA, poucos dominam seu uso de forma avançada. Para Camila, isso aponta para dois grandes desafios: “É preciso formar professores capazes de usar a IA no cotidiano e, ao mesmo tempo, prepará-los para apoiar os alunos nesse processo”.
Debate revelou a percepção dos educadores sobre uso de IA. Foto: Bett Brasil
Apesar das limitações, mais de 80% dos docentes entrevistados veem benefícios na aplicação da IA em sala de aula, especialmente para planejamento de aulas e criação de conteúdos interativos. Cerca de 61,6% já utilizam ferramentas generativas de IA para obter ideias, elaborar planos de aula e desenvolver materiais, embora apenas 14,3% tenham incorporado a tecnologia na criação efetiva de materiais didáticos.
Entre os principais obstáculos apontados pelos educadores estão a falta de acesso à internet, escassez de equipamentos, ausência de suporte técnico e, sobretudo, a falta de tempo.
Bonidia ressaltou que não basta apenas levar tecnologia às escolas; é fundamental garantir o uso ético e responsável. “Não adianta introduzir IA em uma região e negligenciar outras menos desenvolvidas”, alertou. Ele também destacou a necessidade de formar estudantes conscientes e críticos quanto ao uso dessas ferramentas.
Para Cruz, a responsabilidade ética no uso da IA deve fazer parte da formação dos alunos. “Cerca de 78,3% dos professores acreditam que é fundamental educar os estudantes sobre a ética no uso da IA — e mais do que isso, avaliar se eles realmente aprenderam a utilizá-la de forma crítica e consciente”, disse ele.
Bett Conecta
Outro destaque da edição foi o Bett Conecta, realizado pela primeira vez nos quatro dias da Bett Brasil. A iniciativa teve como objetivo impulsionar negócios no setor educacional por meio de reuniões personalizadas entre instituições de ensino e fornecedores de tecnologias e soluções para a educação. Ao todo, mais de 1.500 encontros foram agendados nesta edição.
Bett Conecta promoveu reuniões personalizadas entre fornecedores de soluções e instituições de ensino. Foto: Bett Brasil
“A ampliação do programa ofereceu mais oportunidades de diálogos e resultados. É gratificante ver participantes retornando, engajados e em busca de inovação para suas instituições. Com o lounge sempre movimentado e um alto índice de participação, o Bett Conecta se consolidou como um dos grandes diferenciais do evento”, destacou Gabriel Kineippe, responsável pelo projeto. Ele acrescentou: “Em 2026, seguiremos com o compromisso de gerar valor, negócios e impacto real na educação.”
Prêmio Bett Brasil EdTech Awards
Uma das grandes novidades desta edição do evento foi a entrega do prêmio Bett Brasil Edtech Awards, que reconheceu startups com soluções inovadoras para os desafios educacionais. Com 120 inscrições, a premiação foi dividida em três categorias — Early Stage, Traction e Scale-up. Nove finalistas apresentaram seus pitches ao vivo durante o evento. Os vencedores foram escolhidos por uma comissão avaliadora, enquanto a startup de destaque foi definida por votação popular.
A premiação contou com apoio da CESAR School, Distrito, Instituto Significare e da Ibero-American Association of EdTech (IAAE). Confira os vencedores:
- Early Stage: Collabits
- Traction: Teachy
- Scale-up: Lingopass
- Startup de Destaque: Edify Education
Os vencedores da premiação Bett Brasil Edtech Awards. Foto: Bett Brasil
Além do troféu e certificado, os premiados receberam mentoria especializada e garantiram presença na Arena Bett Startup 2026 (formato Table Top), além de ampla visibilidade junto à maior comunidade educacional da América Latina.
Soluções e inovações para educação
Mais de 330 marcas apresentaram lançamentos e inovações em soluções, produtos e serviços voltados para o ecossistema educacional público e privado.
Uma das iniciativas foi da FTD Educação, que apresentou uma ferramenta para correção automática de redações manuscritas. Utilizando visão computacional e machine learning, a solução já está em uso em escolas públicas de 38 municípios de sete estados brasileiros. A tecnologia gera comentários personalizados aos alunos e apoia os professores na orientação pedagógica, além de, a partir do segundo semestre, contar com um sistema de detecção de plágio.
“A FTD Educação tem investido constantemente em inovação e indicadores sociais, como métricas de performance. Com isso, os professores podem atuar com mais precisão, focando na aprendizagem e na orientação individual dos estudantes, enquanto os processos mais demorados são automatizados”, explicou o diretor-geral da FTD Educação, Ricardo Tavares.
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- Último dia da 30ª edição da Bett Brasil debate os desafios da escola na era digital
A SOMOS Educação, por sua vez, apresentou o Plurall IA, uma solução que combina inteligência artificial com curadoria pedagógica para fortalecer a inclusão escolar. A principal novidade é a funcionalidade de criação de Planos de Ensino Individualizados (PEI), que usa dados e informações dos educadores para propor trajetórias de aprendizagem personalizadas.
“A Plurall IA funciona como um assistente pessoal inteligente e confiável, que trabalha com a curadoria e com os materiais didáticos das marcas e sistemas de ensino da SOMOS. Os professores, gestores e educadores ganharam mais tempo para focar na prática pedagógica inclusiva e as escolas fortalecem seu compromisso com a equidade e a diversidade”, afirmou o sócio e diretor de Soluções Digitais da SOMOS Educação, Bruno Brusco.
Já a Agenda Edu, plataforma SaaS, lançou um assistente escolar com IA integrada ao seu SuperApp. A nova funcionalidade permite que escolas criem atividades, comunicados e eventos de forma automática em instantes.
“A IA está revolucionando diversos segmentos e na educação não seria diferente. O SuperApp da Agenda Edu, que automatiza 85% da operação das escolas, ganha ainda mais autonomia e um papel importante na rotina das escolas, uma vez que a IA ajuda na economia de tempo e custos, otimizando a comunicação entre escolas, alunos e familiares”, comentou o cofundador e CEO da Agenda Edu, Anderson Morais.
Área de exposição reuniu centenas de inovações, produtos e soluções para educação. Foto: Bett Brasil.
A Plataforma Sofia, por sua vez, idealizada pelo professor Profinho – nota 1000 no Enem – apresentou uma solução de IA para correção instantânea e padronizada de redações, alinhada aos critérios do exame nacional. Criada para reduzir custos, evitar atrasos e garantir consistência, a ferramenta já beneficia milhares de alunos e instituições, garantindo economia de até 80%, maior satisfação dos estudantes e padronização absoluta nas avaliações.
“Os alunos nasceram na Era Digital, mas o estudo da redação permanecia no século XIX. A Sofia resolve isso com autonomia, agilidade e feedbacks precisos. É a única plataforma que corrige as redações dos alunos com IA e ainda capacita o professor da escola”, ressaltou o criador.
No campo da tecnologia educacional, o Quizizz trouxe uma solução que busca equilibrar inovação e políticas recentes de restrição ao uso de celulares. “O Quizizz apresentou na Bett Brasil uma solução que alia tecnologia, inteligência artificial e gamificação mesmo sem a presença de telas nas mãos dos estudantes: o modo papel”, explicou a diretora pedagógica do Quizizz, Rebecca Rios. A proposta permite que alunos respondam perguntas com cartões impressos com QR codes, enquanto o professor usa um único dispositivo para projetar as questões e registrar as respostas com a câmera.
Já a preocupação com o meio ambiente pautou a participação da Recickla, organização de educação ambiental pertencente ao portfólio da Dome Ventures. A empresa apresentou a coleção ‘Nossa Jornada’, que está sendo utilizada em diversas regiões do país. “A coleção reúne conteúdos alinhados à BNCC, com foco nos 4 Rs da sustentabilidade, economia circular, logística reversa e mudanças climáticas”, explicou Carolina Machado, CEO da Recickla.
Com foco na educação pública, o gerente de Vendas para Governo da Editora do Brasil, Marco Jordão, destacou a importância da educação ambiental após a sanção da Lei 14.926/2024. No estande da editora, o principal lançamento foi o livro ‘Educação Climática com a Turma do Pererê’. Segundo Jordão, a obra “é essencial para incentivar ações sustentáveis, formar cidadãos conscientes sobre a proteção ambiental e promover a mudança de hábitos na comunidade por meio de crianças, educadores e famílias”, concluiu.
Próximos passos
Dando continuidade ao seu compromisso de promover a inovação educacional em todo o Brasil, a Bett Brasil levará sua expertise e curadoria de conteúdo à Jornada Bett Nordeste. O evento itinerante ocorrerá em Recife, nos dias 27 e 28 de agosto, com o objetivo de aproximar educadores, gestores públicos, instituições e empresas do ecossistema educacional da região.
Já em 2026, a 31ª edição da Bett Brasil será realizada de 5 a 8 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo.
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