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Microescolas inovadoras podem ser o caminho para a recuperação da educação

Autor convidado: Educador 21
Microescolas inovadoras podem ser o caminho para a recuperação da educação


 

De acordo com definição do Wikipédia, micro é um prefixo do Sistema Internacional de Unidades denotando um fator de 10⁻⁶ (um milionésimo). Comumente, o prefixo significa “muito pequeno”. O que a enciclopédia multilíngue digital não explica, no entanto, é que quando o prefixo se une a “escolas”, ele pode passar a significar possibilidades infinitas e se tornar gigante. Quem esteve presente à palestra de Thiago Almeida no Fórum de Gestores, no terceiro dia da Bett Brasil 2022 , conseguiu entender bem esse conceito.

De acordo com o empreendedor, fundador e diretor executivo da Escola Hub, para entender o conceito é preciso, antes de mais nada, diferenciar o que é uma escola pequena da microescola. “O movimento de microescola tem uma lógica de se organizar de uma forma diferente e de propor um aprendizado diferente. É micro não porque é pequeno. É micro porque é enxuto, porque tem uma preocupação de trabalhar com pedagogias inovadoras, de ser mais acessível, de ter mais capilaridade, de estar presente em lugares onde, talvez, a maioria das escolas não pretende ir porque não tem demanda para fazer escola para mil alunos”, definiu.

A Escola Hub surgiu como um projeto em 2018. A primeira unidade foi aberta em Juiz de Fora, tendo iniciado seu primeiro ano letivo a partir de fevereiro de 2019, com turmas de 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Chegou a 2020 com três unidades — mesmo ano em que iniciou seu projeto de expansão abrindo mais dez unidades — no Rio de Janeiro, em Niterói, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis. “Ainda estamos aprendendo sobre os desafios do modelo. Cada lugar tem sua especificidade. Há lugares, por exemplo, que exigem especificidades de segurança que nós não experimentamos nas primeiras unidades. Isso exige gestão, e são pontos a serem considerados”, explicou o executivo.

O painel “Gestão de microescolas inovadoras” também contou com a presença de Paulo Pinheiro de Senna Nogueira Batista, CEO e fundador da escola Alicerce Educacional. Com mais de 80 unidades em todo o Brasil, o Alicerce é uma empresa de impacto social que traz os conceitos mais inovadores e eficientes em educação do mundo. Desenvolve de forma acelerada a base educacional de pessoas de qualquer idade e em todo contexto social, já tendo impactado a vida de mais de 10 mil alunos.

“Nesse modelo, o gestor administrativo da minha unidade tem que ser pedagógico, e os professores têm que ser um pouco administrativos também. Um a equipe única, que olhe de forma integral para toda a organização daquele espaço, porque tudo ali tem um papel voltado para a aprendizagem. Esse é o maior desafio, que conecta com o desafio cultural que o Thiago mencionou”, explicou Paulo Pinheiro.

Almeida define a instituição como sendo uma escola de projetos, de aprendizagem colaborativa, investigativa e criativa, orientada para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, que pretende promover nos estudantes uma condição de autonomia intelectual, de pensamento crítico verdadeiramente sólido, de atitude empreendedora e a competência de aprender a aprender.

“Na nossa visão, 200, até 250 alunos, é o ideal. Mas nada impede que se adote uma estrutura onde caiba talvez quatro segmentos, chegando aí a 300, até 350 alunos. Mas você pode tratá-los como núcleo separado e garantir o senso de equipe. São desafios múltiplos, desde formação de docentes até cultura organizacional e de aprendizagem também. É uma escola de vínculos, e dependendo da velocidade que você cresce fica mais difícil criar esses vínculos”, disse o fundador da Escola HUB.

Criada em 2018, a escola Alicerce se denomina como a empresa de educação que mais cresce no Brasil. De acordo com o próprio CEO, a missão da instituição é levar educação de alta qualidade e a um preço acessível, onde o governo não chega. Por isso, Paulo Pinheiro afirma que a Alicerce nasceu com uma visão grandiosa e, para isso, segue, desde o início, as melhores práticas de governança corporativa. O que não significa que não enfrente desafios.

“O principal desafio é que uma escola com essa mentalidade precisa de um mapeamento entre a gestão do negócio e a gestão da aprendizagem. No modelo tradicional das escolas brasileiras, o modelo de divisão é o pedagógico e o administrativo, mas isso só funciona em uma base conteudista. Porque o pedagógico é padronizado, com um currículo rígido, e quando você vai para essa mentalidade de organização microescolar, você tem que ser uma coisa só, porque tudo está ligado. Não tem um currículo de estanque padronizado que é uma coisa alheia à organização escolar”, resumiu o CEO da Alicerce.

 

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