Nova NR-1 reforça atenção à saúde mental no ambiente escolar e profissional
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As escolas e demais instituições de ensino deverão ampliar seu olhar sobre o bem-estar dos colaboradores. Isso porque a recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), publicada em maio, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, passa a exigir que empresas de todos os setores – incluindo o educacional – incorporem a prevenção de riscos psicossociais em seus sistemas de gestão em saúde e segurança no trabalho (SST). A vigência da norma será a partir de 26 de maio de 2026.
Parte do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), os riscos psicossociais ganham protagonismo e deixam de ser vistos como temas periféricos. A norma agora reconhece fatores como pressão excessiva, conflitos interpessoais, assédio moral, sobrecarga e jornadas exaustivas como elementos estruturais do ambiente ocupacional, que precisam ser mapeados, monitorados e prevenidos com seriedade.
Para as escolas, na prática, isso significa que a preocupação deve ir além dos riscos físicos ou ergonômicos, passando a considerar também o estresse, a exaustão emocional e a saúde mental dos educadores e demais profissionais da instituição.
Entre as ações previstas na nova norma estão:
- Mapeamento dos riscos psicossociais, considerando as especificidades de cada setor e função;
- Envolvimento dos trabalhadores no diagnóstico e nas decisões, com escuta ativa e canais abertos de diálogo;
- Revisão ou criação de políticas internas que promovam a saúde mental e previnam o adoecimento emocional;
- Participação da CIPA, quando houver, no planejamento das ações voltadas ao bem-estar psicológico;
- Prioridade para medidas preventivas, levando em conta a gravidade e o número de trabalhadores expostos.
A norma também reforça a importância do engajamento dos colaboradores. Criar um ambiente de confiança e transparência, onde as pessoas se sintam seguras para relatar situações de risco e colaborar em soluções coletivas, passa a ser um compromisso legal e ético para as organizações.
Para gestores escolares, empreendedores do setor educacional e profissionais de RH, compreender essas mudanças é fundamental. Garantir ambientes de trabalho saudáveis, respeitosos e em conformidade com a legislação não é apenas uma exigência legal é um passo necessário diante do crescimento dos problemas de saúde mental no país.
Em 2014, quase 203 mil brasileiros foram afastados do trabalho em razão de episódios depressivos, transtornos de ansiedade, reações a estresse grave e outras questões relacionadas à saúde mental. Dez anos depois, em 2024, os números mais que duplicaram, passando para mais de 440 mil afastamentos em razão de transtornos mentais e comportamentais, recorde da série histórica. Dados do Ministério da Previdência Social mostram que, na comparação com 2023, os números do ano passado impressionam: o aumento foi de quase 67%.
Além disso, desde janeiro de 2025, a Síndrome de Burnout passou a ser oficialmente reconhecida como doença ocupacional, o que aumenta ainda mais a responsabilidade das instituições em atuar de forma preventiva.
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*Com informações de Migalhas e Agência Brasil.
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