Novas profissões e o futuro do trabalho são tópicos de debate no Fórum de Gestores
Longe de tentar fazer previsões de profissões do futuro, que sempre falham, ou falar de competências desejáveis – já catalogadas em mais de 300 –, os debatedores do painel “As novas profissões e o futuro do trabalho”, realizado no Fórum de Gestores, durante a 29ª edição da Bett Brasil, abordaram pontos-chave de como empresas e cidadãos responderão a um contexto muito mais complexo de transformações e adaptações da sociedade.
Para o jornalista especializado em educação, Paulo de Camargo, moderador do debate, “todas as previsões sobre profissões deram errado. O mundo é mais difícil de se prever e não existe uma lista de profissões do futuro”.
Ph.D. da Universidade Federal de Pernambuco, Luciano Meira, afirmou que “a boa notícia é que a expectativa de perda de postos de trabalho está menos acelerada do que se previa há cinco anos. Recentemente as expectativas catastróficas foram revistas para baixo, o que nos dá mais algum tempo para adaptação”, disse.
Foi consenso entre os debatedores que a educação é um ponto de convergência para superar cenários adversos. “O futuro das profissões é amplo e temos que formar jovens alinhados a esse novo mundo, cientes que novas e positivas transformações devem partir do homem”, disse a diretora do Centro de capacitação técnica, pedagógica e de gestão do Centro Paula Souza, Lucília Guerra. “Temos que estimular os alunos a provocar mudanças de cultura no seu meio”, completou Lucília.
Outro debatedor o executivo Rafael Gioielli, diretor de impacto social e ambiental da Mombak, empresa focada em remoção de carbono, avaliou que “empresas e cidadãos precisarão se adaptar e mitigar os impactos de viver em um planeta dois graus mais quente, com escassez hídrica e em transição energética”.
Instigados pelo moderador a priorizar apenas uma competência como fundamental para os jovens, os debatedores apontaram: Solidariedade, Pensamento Crítico e Criatividade.
Solidariedade foi a competência eleita por Meira. “Para mim, a Solidariedade não é um valor abstrato, mas algo que ganha materialidade prática no dia a dia. Aposto muito em nossa competência de continuamente redesenhar futuros”.
Para exemplificar solidariedade na prática, Meira apontou uma reflexão feita com técnicos e técnicas de enfermagem. “Ao invés de estudar como as doenças respiratórias estão afetando os pulmões da população (e passar a estudar os pulmões), mudamos o foco para como acolher a população idosa com problemas respiratórios. Isso muda totalmente o objetivo da maneira como se faz o trabalho, incorporando a solidariedade”, disse.
Já para Gioielli, o pensamento crítico é a competência fundamental para os jovens. “Temos que provocar o professor sobre a sua missão, que é preparar cidadãos, e deixar jovens melhores para o planeta, já que as gerações anteriores não conseguiram deixar um planeta melhor para esses jovens”.
Na visão de Lucília Guerra é a criatividade a competência imprescindível para a busca por novas soluções. “Temos que levar isso para a formação dos docentes e mudar a forma como ensinamos - diferentemente da forma como nós aprendemos no passado”.
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