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O protagonismo do aluno é o caminho do Novo Ensino Médio

Redação Bett Blog
O protagonismo do aluno é o caminho do Novo Ensino Médio
Segundo o secretário de estado de educação de Mato Grosso do Sul, a melhoria contínua vai além de seguir à risca os textos dos itinerários formativos

Entre muitos painéis e debates, a 29ª edição da Bett Brasil, maior evento de Inovação e Tecnologia para a Educação da América Latina, teve uma mesa redonda com um tema alvo de muitas discussões na educação: o Novo Ensino Médio.

O secretário de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul, Hélio Daher, e o professor paraense, Rafael Herdy, foram sabatinados pela jornalista Karla Dunder, editora-assistente do UOL, em painel com o tema: “O que falar sobre o Novo Ensino Médio?”.

Falando sobre como transformar a realidade do impacto causado por este modelo educacional que divide opiniões, Herdy foi enfático ao dizer que o sistema tem erros e acertos, mas que o novo momento e os aprendizados adquiridos trazem uma oportunidade de reconstrução da metodologia.

“A proposta do Novo Ensino Médio é muito interessante, com a possibilidade dos itinerários formativos, mas tivemos problemas na implantação no Brasil inteiro. Os estados tiveram muita dificuldade para se adaptar e os professores também experimentaram dificuldades para entender esse conceito. Entretanto, estamos agora em novo momento. Um momento diferente, em que já testamos, verificamos os problemas e temos uma nova chance para transformar o futuro das nossas crianças e jovens, por meio da flexibilização do novo ensino médio”, ressaltou.

Rafael-Herdy-Novo-Ensino-Médio

Protagonismo do estudante

Daher comentou que o ensino médio brasileiro vem sendo reformado e, ao longo do tempo, vem sendo revisto em uma ação necessária, já que há muitos alunos que abandonam as escolas por conta do desinteresse.

“Hoje, a juventude quer que o ensino médio converse com esse universo que ela vive, principalmente, pelo ponto de vista da rapidez, da necessidade e comunicatividade que o estudante experimenta. Se não fizermos isso, falharemos como gestão e veremos muitos jovens abandonando as escolas, porque muitos deles acreditam que a escola não faz sentido e largam os estudos. Enquanto tivermos o abandono educacional que o Brasil tem, o ensino médio precisa ser refletido e repensado”, salientou o secretário.

E, para ele, independente de questões políticas, o Novo Ensino Médio possui erros e acertos, e a flexibilidade é um caminho sem volta. “Precisamos validar o que deu certo e tirar aquilo que está dando errado. Por exemplo, a ampliação da carga horária da formação geral básica e a flexibilização são essenciais. Mas, por outro lado, o Enem ainda não conversa com esta proposta e isso causa insegurança nos jovens e na própria família sobre como será o futuro”, acredita o secretário.

Helio-Daher-Bett-Brasil-Ensino-Médio Público-Novo-Ensino-Médio

Formação de professores

Além disso, Daher mencionou que a formação de professores é um assunto muito pertinente nesta conta, já que os educadores precisam lecionar por meio do itinerário informativo, muitas vezes, sem a formação específica, gerando insegurança neles também.

Contudo, parte do problema para a resolução de uma melhora adaptação do ensino médio passa, também, pela própria gestão, como folha de pagamento dos professores, alimentação dentro das escolas, transporte público, entre outros. “Há uma estrutura, que ninguém observa, mas que sustenta esta oferta de manter os alunos nas escolas. E ela precisa ser repensada e financiada para entregarmos, de fato, um ensino médio que faça sentido para os estudantes”.

Por fim, o professor Herdy enfatizou que o novo modelo é muito positivo, porém, com a inclusão da flexibilização e maneiras inovadoras de lecionar. “Os itinerários formativos dão uma ótima oportunidade para que as escolas e os professores possam pensar em metodologias ativas, inovadoras e atrativas para os alunos, o que também é possível fazer dentro da formação geral básica. Desta forma, desenvolvemos um protagonismo maior para os alunos, que serão mais atraídos pelas escolas e vão querer fazer parte dos ambientes escolares”, finalizou.

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