Para onde vai a escola? Gestão para futuro e mudanças constantes
As formas de prover educação mudam e se adaptam às novas condições sociais constantemente. Nos dias de hoje, no entanto, as transformações chegam de maneira muito mais rápida do que anteriormente, tornando um desafio capturar a atenção dos estudantes, especialmente os mais jovens, que estão imersos nas novas ferramentas que o mundo digital pode proporcionar.
A transformação da educação escolar é uma tendência que se fortalece diariamente no Brasil e no mundo. Uma das razões é que o modelo tradicional de ensino não desperta engajamento nem mantém a atenção sustentada dos nossos estudantes, condições necessárias para que a aprendizagem se realize.
Pensando nisso, muitas instituições têm apostado em alternativas diferentes para tornarem as aulas mais dinâmicas, não apenas por meio de novas tecnologias, como também por uma transformação completa em todos os aspectos do ambiente escolar.
Acedriana Vicente Vogel, diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, elencou quatro pontos importantes que devem ser levados em conta quando o assunto é a gestão escolar, considerando que o futuro da escola depende das escolhas que fizermos no presente. “A gente está passando por transformações estruturais. Uma importante metamorfose na educação”, destaca a educadora. Confira!
1. Arquitetura
O primeiro ponto destacado por Acedriana é a arquitetura do ambiente escolar, que ainda segue, na maior parte das escolas, um modelo do século XIX. O conceito de uma sala de aula com carteiras em fileiras, onde cada aluno fica de frente para as costas do outro, está ultrapassado e precisa ser urgentemente revisto.
As novas gerações precisam de um espaço diferente, que permita e fomente o trabalho colaborativo, um espaço mais organizado para interação. Com base nisso, a ideia é ter uma sala de aula com arranjos de carteiras alternativos, conforme o planejamento previsto pelo professor. Há momentos em que faz sentido o trabalho individual, assim como há outros momentos em que faz mais sentido trabalho em pequenos grupos ou grupos maiores, o foco é ampliar e potencializar o contato entre os estudantes e com o professor, por meio de metodologias de ensino, mais ativas, fertilizadas por um espaço que provoque a participação, a possibilidade de olhar nos olhos, de ser incluído no projeto educativo.
Um outro ponto a ser superado é a organização das salas – única e exclusivamente - com os estudantes nascidos em um mesmo ano. O que nos impede reunir estudantes por domínio ou afinidade em um determinado tema, ampliando ainda mais as possibilidades de interação e troca? Vale reforçar aqui que o novo ensino médio abre muitas possibilidades nesse sentido para que possamos experimentar e sentir que é possível.
2. Currículo
O segundo aspecto que deve ser revisto com urgência é o currículo. A partir dos diversos estudos realizados para desenhar a recomposição das aprendizagens, por conta das lacunas do ensino remoto, identificamos que cerca de 40% do que está previsto para cada ano do ensino fundamental é considerado essencial, indispensável para que o aluno possa avançar em sua escolaridade. Isso prova que temos espaço para fazer algumas escolhas, a partir da diferenciação entre o que é essencial e o que é complementar em nossa matriz, abrindo um espaço para novas aprendizagens. Uma escola relevante no futuro, com um currículo que faça sentido e tenha significado para os estudantes precisa estar a serviço do desenvolvimento do pensamento crítico, da comunicação, da colaboração e da criatividade.
3. Tecnologia
Negar o valor das ferramentas tecnológicas para o processo de ensino é negar ao estudante o seu próprio mundo. O mais complexo para o professor é calibrar o uso da tecnologia de tal forma que contribua didaticamente para o processo educacional e que não seja mais um elemento de distração para os estudantes.
No trabalho pedagógico, a tecnologia ganha potência por meio da rastreabilidade do percurso do estudante, identificando de maneira rápida e precisa as dificuldades de cada aluno. Uma vez mapeada essas dificuldades se transformam em insumos preciosos o trabalho personalizado do professor. Não há nada mais desafiador e necessário do que o trabalho individual no espaço coletivo de sala de aula e, nesse sentido, a tecnologia tem muito valor para o processo de ensino.
A tecnologia também pode expandir o tempo da sala de aula por meio dos espaços colaborativos virtuais. Aprendemos durante o período da pandemia de Covid-19 que há inúmeras possibilidades virtuais de aprendizagem que enriquecem e potencializam o trabalho presencial.
4. Formação de professores
Por fim, para garantir o futuro das escolas, é essencial um olhar especial para os professores, visto que esses profissionais são insubstituíveis e cada vez mais raros. Recentemente a pesquisa do Instituto Semesp e da MK Estatística revela um apagão de docentes para os próximos anos, em virtude do desinteresse do jovem de seguir a carreira de professor. Essa é uma tendência que precisaremos reverter com urgência. Formação de gente, depende de gente! De gente com um olhar atento e profissional, com uma escuta ativa e um diálogo construtivo com os seus estudantes. Nós, seres humanos, aprendemos por amor ou ódio, jamais pela indiferença. Por esse motivo, vínculo humano é indispensável na sala de aula, para organizar o trabalho pedagógico de tal forma que todos se sintam pertencentes e desenvolvam a paixão por aprender!
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