Por que é importante a literatura estar na escola?
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"O mais importante é ler, entrar em contacto direto com a literatura, mergulhar no texto vivo que se tem diante de si, mais do que fixar-se em ideias e comentários críticos."
Jorge Luis Borges
Sabemos que, muitas vezes, o adulto leitor reserva um momento de seu dia para ler um livro. De fato, uma boa obra é uma opção de lazer ou até mesmo de sossego para as angústias do cotidiano, das horas em que estamos sem fazer nada durante o fim de semana ou durante as férias. E, ao longo da vida, encontramos aqueles livros que falam diretamente com nossos anseios e reflexões pessoais.
Antes da invasão das redes sociais em nossa rotina, os meios de comunicação audiovisual (TV, cinema, rádio, revistas etc.) já ocupavam o lugar de um produto mais palatável, com conteúdo de compreensão rápida, mas, na maior parte dos casos, menos rico que o dos livros. E até hoje, a mensagem midiática chega, com raras exceções, pronta para o espectador.
Ao contrário, ao ler um livro o leitor de certa forma o reescreve quando expande a história em sua imaginação e cria o ambiente a partir de sua memória, vivência e conhecimento de mundo. É por isso que podemos ver a obra literária como um texto vivo, capaz de ser entendido de muitas maneiras e recriado a partir da visão de cada um. A cada nova obra lida, o leitor enriquece seu repertório e amplia seu universo pessoal. E mais, prepara-se para compreender e enfrentar as situações da vida à luz do que vivenciam os personagens das histórias.
A literatura ensina? O que ela ensina?
Para ver respondidas as duas perguntas acima é preciso, em primeiro lugar, aproximar a criança da literatura, com o foco em formar seu comportamento leitor. Cabe ao adulto, tanto em casa como na escola, contribuir para isso por meio da exposição aos variados gêneros textuais, como as parlendas, os textos informativos, as fábulas, os poemas, os contos, as narrativas ficcionais etc.
Isto é, a literatura pode (e deve) estar presente na vida da criança desde bebê. Para ela, a leitura de literatura mediada por um adulto (professores, pais ou responsáveis), além de favorecer momentos de tranquilidade e interesse, tem uma dupla função: construir seu repertório de histórias e, através da conversa sobre o que foi lido, abrir a possibilidade de falar de questões e temas pouco discutidos espontaneamente durante a infância e a adolescência, em casa e na escola.
Tornar a literatura presente na formação do indivíduo é uma maneira sensível e estética de educar e de formar o gosto pela leitura. E o gosto se cria no contato sistemático com a linguagem escrita, com ilustrações de qualidade, com a bela composição gráfica, a boa trama e a apresentação coerente dos acontecimentos.
A literatura expõe as diversas facetas dos homens – suas alegrias, necessidades, desejos e sentimentos – e, também, sua vida cotidiana, seu trabalho, o amor, a morte... E o leitor assíduo, por sua vez, amplia seu vocabulário, tem sua criatividade e imaginação estimuladas, aprimora sua capacidade de concentração e aprende a se expressar de forma mais rica, entre outros benefícios.
Estratégias de escolha do livro
Considerando que o ponto de partida é o trabalho com a leitura, a primeira etapa da formação do leitor tem início na escolha da obra, realizada pela equipe editorial das Editoras de literatura infantil e juvenil, ao assumir o compromisso de publicar trabalhos de qualidade e profundidade. Enriquecer a estética da produção literária traz a possibilidade de crianças e jovens terem acesso ao que há de melhor em termos de criação, tanto de seu país como de outros. Um exemplo disso está no catálogo de literatura da Editora Via Lúdica que, juntamente com a Cantilena Editora, oferece experiências literárias que encantam e inspiram o leitor a explorar novos mundos através da leitura.
Já o(a) professor(a) mediador(a) de leitura deve pensar e planejar com antecedência a conversa sobre a história a ser lida, centrar sua atenção na escolha cuidadosa do que será apresentado aos alunos e, ao planejar a leitura, considerar os múltiplos aspectos que podem ser abordados a partir de cada obra. Há momentos certos para se ler determinados títulos.
Ao pensar os critérios de escolha e as estratégias de apresentação das obras, o(a) professor(a) deve colocar a intencionalidade pedagógica no centro de sua atenção, para selecionar o título mais adequado de acordo com o ano/série em que se encontra a turma, o gênero ou tema que contemple o trabalho com determinado conteúdo e um texto de qualidade no que se refere ao estilo e à adequação. Por fim, ele(a) deve buscar uma obra cujo projeto gráfico leve o leitor a conduzir seu olhar para a harmonia entre as cores e grafismos. Em todas as situações, o(a) professor(a) deve procurar garantir a qualidade do que se lê.
Após a escolha do título, vem a preparação da turma para a leitura: Qual objetivo os alunos devem ter ao ler determinado gênero, quais conhecimentos prévios possuem sobre o conteúdo do texto (saber o necessário para conhecer mais a partir do texto) e quais previsões podem fazer sobre ele antes da leitura. Já o maior esforço e a maior parte da atividade compreensiva do aluno ocorrem durante a leitura, quando se espera que seja adquirido o domínio dos procedimentos de leitor pela criança, por meio da leitura compartilhada ou independente.
Finalmente, depois da leitura, a partir da maneira como o(a) professor(a) conduz a discussão e escolhe as perguntas a serem feitas, o aluno leitor poderá fazer uso de estratégias que surgem, muitas vezes, também durante a leitura, como a identificação da ideia principal do texto, a elaboração de um resumo e a formulação e resposta de perguntas. É neste momento da conversa sobre o que foi lido que a criança desenvolve a escuta atenta e exercita a argumentação.
A partir da leitura orientada, constante e sistemática, o aluno aprende como perceber o objeto livro e adquire o comportamento leitor. Com isso, vem a possibilidade de criar e utilizar critérios próprios de escolha do que irá ler, como a seleção pelo título, pela capa, pelas ilustrações internas, ou, ainda, pela leitura do início ou final da história, entre outros.
No site da Editora Via Lúdica, além de resenhas e descritivos de todos os títulos do catálogo, há roteiros de leitura na seção Na Sala de Aula, com sugestões de abordagem para antes, durante e depois da leitura para o(a) professor(a) utilizar com seus estudantes. Seguem abaixo alguns exemplos:
A história de Chapeuzinho Vermelho, recontada por meio de gestos de mãos infantis, ganha vida transformando a leitura em uma experiência corporal, é perfeita para leitores a partir de 4 anos e tem no roteiro de leitura muita inspiração para o(a) docente.
Os Adoráveis Desobedientes de Dóris, que conta sobre o dia a dia de uma mãe crocodilo que enfrenta o desafio de cuidar de seus 26 filhotes que vão de Antônio a Zeca, cada um com uma personalidade única, possui roteiro de leitura para turmas a partir dos 6 anos. Também no âmbito desta mesma faixa etária, a obra Sinto Saudade aborda o luto tanto da perspectiva de quem vive a realidade de um amor que partiu para outro lugar sem dizer adeus, como da necessidade de encontrar um lugar onde a ausência dessa pessoa se acomode.
Finalmente, a partir dos 8 anos, a história da criança adotada A menina com quatro nomes destaca como o afeto pode ser compartilhado de várias maneiras e possui um roteiro de leitura muito instigante para uso com os estudantes.
Acreditamos ser o livro infantil a porta de entrada da leitura para a criança e, neste contexto, a literatura traz a ela o lúdico da vida por meio das palavras.
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Referências:
- Cf. Jorge Luis Borges, Oral, Buenos Aires, 1979, p. 22.
- Carta do Santo Padre Francisco sobre o papel da literatura na Educação, São João Latão, 12º do Pontificado, Roma, 17/7/2024.
- Solé, Isabel. Estratégias de Leitura, Editora Artmed, 6ª edição, Porto Alegre, 1998, capítulos 5,6 e 7.
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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Bett Brasil.
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