Sala de aula: um território com muitos tipos de alunos. Ficou curioso? Vem descobrir!
Entrar em sala e dar uma aula incrível que impacte a maioria dos alunos é o grande desejo de professores, coordenadores e até mesmo diretores. Afinal, o que é mais importante na escola? Sem dúvida, que os alunos aprendam, construindo conhecimento e aplicando-o em diversas situações da vida.
Quando se trata de aprendizagem, é bom lembrar alguns pontos essenciais como estímulos selecionados, sentidos que captam esses estímulos, as diferentes percepções, atenção voluntária e um bom trabalho para fortalecer a memória.
Além disso, vale mencionar que possuímos diferentes canais comunicativos (sistema representacional preferencial: meios diferentes que usamos para captar informações e gerar aprendizagem, partindo de experimentações que envolvem os sentidos humanos). Isso quer dizer que a interação pode ocorrer por palavras, expressões, gestos, sons, posturas, símbolos ou cores. Ao conhecer por qual canal comunicativo você, preferencialmente, interage, será possível ter mais êxito em sua aprendizagem. Não é à toa que o filósofo Tales de Mileto dizia: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.”
E como acontece na prática?
Imagine que um professor tenha planejado para o início de sua aula um momento engajador a partir da reprodução de um clipe sobre a importância da água em nossas vidas. Durante a exposição da mídia, os alunos interagem de formas diferentes, pois cada grupo presente na sala de aula apresenta um canal comunicativo preferencial: uns são visuais, outros auditivos, ou cinestésicos, e não há como deixar de incluir os que são digitais.
O efeito, o impacto do clipe, não é igual no grupo. De acordo com a maneira de se conectar, uns vão observar mais cenário, roupas, paleta de cores; outros vão atentar para a letra/melodia da canção; alguns dançarão, baterão palmas ou darão aquela “batucadinha esperta” e haverá aquele grupo que pensará em ouvir a música num app ou na tecnologia envolvida na produção/edição do suporte. O que isso quer dizer? A mensagem é clara: a sala de aula é um território único, mas nela habitam diferentes tipos de alunos.
Ficou curioso? Descubra mais sobre os tipos de alunos existentes na sala de aula!
Aluno visual: - Cortou o cabelo, professor? - Ele observa tudo em você!
Usa preferencialmente o sentido da visão e, além de precisar de contato visual com o professor, apresenta maior facilidade em assimilar conteúdos por meio de imagens ou elementos visuais que ampliam o contexto do que é ensinado.
Aluno auditivo: - Existem músicas que falam sobre isso? - Ele aprende com facilidade quando canções são envolvidas na aula.
Constrói conhecimento, de preferência, pela escuta: canal auditivo conectado. É o aluno que tem capacidades para conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos pela palavra falada, por sons e ruídos, organizando suas ideias, conceitos e abstrações a partir da fala.
Aluno cinestésico: - Professor, hoje tem um joguinho? - Ele aprende quando as estratégias escolhidas envolvem movimentos, interações e dinâmicas.
Aquele que apresenta habilidades de conhecer e interpretar a partir dos movimentos corporais. É o aluno que gosta de colocar a mão na massa, participar de experimentos, dinâmicas, demonstrações e resoluções de exercícios.
Aluno digital: - Posso ler no livro digital? - Ele prefere realizar as atividades por meio dos suportes tecnológicos.
Em plena era da Educação 4.0 e de alunos nativos digitais (ressaltando as gerações Z e Alpha), é totalmente compreensível a existência de muitos estudantes desse tipo, afinal, essa é a tendência do momento. Ainda assim, destaca-se um grupo de alunos altamente tecnológicos que preferem fazer as atividades em suportes digitais, aprendendo de forma mais atraente e eficiente aquilo que envolve o universo da informática.
Vale ainda ressaltar que um aluno pode ser mais visual em uma etapa da vida e mais auditivo em outra. Isso é uma questão de treino, necessidade e experimentação. Também é válido dizer que um único aluno pode apresentar habilidades comunicativas e de interação por mais de um canal e ser, ao mesmo tempo, visual e cinestésico.
Assim, entendendo os diferentes tipos de alunos que habitam o território sala de aula, professores e equipe podem desenvolver estratégias e práticas diversificadas a fim de envolver todo o grupo de estudantes e favorecer a aprendizagem de forma consistente.
E você, é visual, auditivo, cinestésico? Qual o seu sistema representacional preferencial? Quer testar? Que tal realizar a dinâmica proposta no vídeo a seguir?
Acha que acabou por aqui? Não mesmo!
Seguem dicas para você interagir com os diferentes tipos de estudantes encontrados em uma sala de aula:
O visual: o professor pode andar pela sala, passar entre as fileiras, elogiar um material e até expressar emoções positivas pela face. Fazer um quadro ordenado, organizado, com cores e ilustrado, se possível. A sugestão é apostar em recursos visuais: imagens, infográficos, diagramas, tabelas, o grifar com marcador de texto colorido, o uso de post-its, mapas mentais, flashcards, filmes e séries. A boa aula expositiva com recursos de slides será um sucesso! Uma ótima técnica de estudo será fazer resumos usando tabelas, diagramas e esquemas. Também é interessante sugerir a construção de imagens mentais sobre o que estiver sendo estudado.
O auditivo: o docente pode lançar mão de recursos como podcasts, contação de histórias, apresentações de trabalhos que priorizem o gênero oral (debate, seminário, mesa-redonda). A utilização de dramatizações, músicas (1) e audiobooks também será muito bem-vinda para um estudante que é mais auditivo. São alunos muito atentos ao tom de voz do professor durante as aulas. Fazer resumos e gravá-los para ouvir periodicamente será uma grande dica de estudo.
- “A música e o som, enquanto energia, estimulam o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no à ação e promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidade e grau”, diz Gainza (1988, p. 22) sobre o ensino de música.
O cinestésico: para conquistar a atenção desse aluno, siga um modelo bem dinâmico de aula. Planeje atividades mais práticas, que proponham a construção ou a experimentação e que não sejam demoradas (são alunos mais inquietos). Estimule as brincadeiras e as danças. Proponha a confecção de murais, exposições, o grifo em materiais (interação) e o estudo com intervalos regulares para renovar concentração e foco.
O digital: seu aluno demonstra interesse em atividades realizadas pelo celular ou tablet? Ama ler os arquivos PDF em leitores digitais? Sabe editar vídeos, gravar podcasts e tem sempre um app interessante para apresentar em aula? Não tenha receio de aproveitar essas habilidades tão comuns entre as gerações Z e Alpha. Busque ferramentas que envolvam a tecnologia: Padlet, Kahoot, Socrative, Quizlet...
Educador, agora é hora de aproveitar as dicas e fazer o seu melhor: ÓTIMA AULA!
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