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Segundo dia da 30ª edição da Bett Brasil destaca inovação, sustentabilidade, inteligência artificial e gestão educacional

Redação Bett Blog
Segundo dia da 30ª edição da Bett Brasil destaca inovação, sustentabilidade, inteligência artificial e gestão educacional
Bett Brasil reúne milhares de educadores em São Paulo. Foto: Bett Brasil
Evento reúne mais de 330 marcas expositoras e oferece uma intensa programação de conteúdo até quinta-feira, 1º de maio. Confira resumo do 2º dia

O segundo dia da 30ª edição da Bett Brasil, maior evento de inovação e tecnologia para a educação da América Latina, que acontece em São Paulo até o dia 1 de maio, reforçou o protagonismo da escola como agente de transformação diante dos desafios contemporâneos. Com mais de 330 marcas expositoras, a área de exposição apresentou soluções que unem metodologias ativas, tecnologia de ponta e responsabilidade socioambiental, refletindo as tendências mais discutidas na educação pública e privada.

Entre os temas que dominaram os corredores e palcos do evento, a sustentabilidade ganhou centralidade, especialmente após a sanção da Lei 14.926/2024, que tornou obrigatória a inclusão dos temas de mudança climática e biodiversidade nos currículos escolares.

O painel expositivo “Do local ao global: Educação e ESG como estratégias para um mundo sustentável” trouxe uma reflexão sobre o papel da educação diante das emergências climáticas e das transformações ambientais que desafiam o planeta. Conduzida por Thaís Brianezi, professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e membro do Comitê Consultivo da Secretaria Especial de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo (SECLIMA), e Edson Grandisoli, diretor educacional do Movimento Escolas pelo Clima, a palestra destacou dados, iniciativas e estratégias que conectam escolas, políticas públicas e o setor privado à agenda climática global.

Thaís compartilhou detalhes de um projeto de pesquisa da Fapesp que investiga o papel da comunicação no impacto da educação ambiental e climática. A iniciativa, que começou em fevereiro de 2024 e deve prosseguir até 2026, está estruturada em quatro pilares: construção de uma agenda de políticas públicas, banco de dados colaborativos, formação de educadores e monitoramento contínuo.

Um dos destaques da iniciativa foi a formação experimental de professores de 35 escolas da rede municipal de São Paulo, com participação de 12 Diretorias Regionais de Ensino (DREs). “O objetivo foi elaborar um plano de ação climática com as escolas participantes, que agora poderá ganhar escala por meio de uma plataforma de educação a distância no AVAMEC, ambiente virtual do Ministério da Educação”, revelou Thaís.

Para acompanhar os resultados, o projeto conta com a plataforma MonitoraEA, um sistema de avaliação contínua voltado às escolas públicas. Thaís alertou que, embora exista um avanço nas iniciativas, o reconhecimento da importância da educação ambiental ainda é baixo. “Há um distanciamento histórico sobre o tema. Precisamos avançar nessa questão”.

Agravamento da crise climática

O professor e pesquisador Edson Grandisoli trouxe à discussão o agravamento da crise climática, reforçando que o termo “emergência climática” é cada vez mais necessário para descrever a intensidade e urgência da situação atual. Ele apresentou dados alarmantes: se toda a população mundial adotasse os hábitos de consumo dos norte-americanos, seriam necessários cinco planetas Terra para sustentar esse modelo de vida; no caso dos brasileiros, seriam necessários dois. Além disso, Grandisoli destacou que em 2023 a humanidade ultrapassou seis dos nove limites planetários, incluindo a integridade da biosfera, mudanças no uso do solo e o ciclo da água doce.

Juventude engajada

Grandisoli também compartilhou resultados animadores da Pesquisa Nacional sobre Mudanças Climáticas, organizada pelo Movimento Escolas pelo Clima e pela Reconectta, focada na percepção de crianças, jovens e adultos sobre as mudanças climáticas. O estudo revelou que a faixa etária de 7 a 14 anos representa o público mais engajado com a pauta. 

De acordo com o levantamento, a preocupação com as mudanças climáticas aumenta conforme a idade. Enquanto 73,4% das crianças de 7 a 14 anos se dizem preocupadas ou muito preocupadas com o tema, esse número sobe para 86,1% entre jovens de 15 a 29 anos e atinge 96,9% entre adultos com 30 anos ou mais.

Com relação à percepção da capacidade de agir, as crianças (7 a 14 anos) e adultos (30 anos ou mais) se percebem mais capazes de agir contra a mudança climática do que os jovens de 15 a 29 anos. Também sobre o grau de otimismo, são os mais jovens – de 7 a 14 anos – os mais otimistas sobre o futuro em relação às emergências climáticas.

“Quando analisados de forma conjunta, essa faixa dos 7 aos 14 anos é a que soma mais qualidades para encampar ações de ativismo climático, especialmente mulheres. Temos um público interessado nessa pauta, e precisamos aproveitar isso”, destacou.

Papel das instituições e o futuro do planeta

Para discutir sustentabilidade, governança e o papel das instituições no futuro do planeta, um painel reuniu o vice-presidente do Instituto Ayrton Senna, Ewerton Fulini, e a diretora de Relações Institucionais, Governamentais e Sustentabilidade do Grupo Marista, Carmen Murara.

Fulini ressaltou que, embora a pauta ESG esteja normalmente associada ao mundo corporativo, ela também tem grande relevância no contexto educacional. “A Educação entra como a raiz dessa árvore chamada ESG e é o ponto de partida desse conceito, pois é por meio dela que as crianças aprendem habilidades comportamentais e seguem os exemplos dos educadores.”

Aquario Bett

Para o vice-presidente do Instituto Ayrton Senna, é essencial que as escolas revisem o que estão fazendo em seu ambiente. “Quais são as práticas que as escolas adotam? Como desenvolver competências nos alunos para que cuidem de si mesmos, dos outros e promovam ações eficazes para diminuir as desigualdades? E que essas ações não considerem apenas o século XX, mas também os próximos”, afirma Fulini.

Já Carmen reforçou que, na Educação, existem dois grandes compromissos quando o assunto é ESG: os alunos e o produto de ensino comercializado.

“Temos que pensar nos jovens que estão nas escolas e universidades. Quem são esses futuros cidadãos que estamos formando? Essa é uma grande responsabilidade. Esse é o nosso público prioritário. Também não podemos esquecer do segundo compromisso fundamental: a maneira como comercializamos o produto de ensino. Por exemplo, os livros são sustentáveis? Isso precisa ser um valor dentro das instituições para engajarmos alunos, stakeholders e toda a comunidade escolar. Todos precisam se envolver nessa pauta. É assim que ela começa, e é preciso darmos o exemplo. E se você acredita nisso como valor educacional, é mais fácil transmitir esse princípio para todos”, complementa Carmen.

Sustentabilidade financeira para as instituições de ensino

O segundo dia também abriu espaço para o tema da gestão financeira de instituições de ensino. Equilibrar despesas e receitas parece ser uma tarefa hercúlea para os gestores.

Uma das estratégias que pode fazer a diferença entre o lucro e o prejuízo para as escolas está na definição de uma gestão financeira assertiva, lastreada na análise e aplicação de dados confiáveis, capaz de transformar o período de matrículas — o grande catalisador de novos alunos — em uma oportunidade real de crescimento. Esse foi o tema do painel que contou com a participação do sócio da Corus Consultores, empresa de consultoria especializada em escolas particulares, Fernando Barão, e da diretora-geral do ISAAC, Paula Jorge.

Fórum de Gestores - Bett

Na visão de Barão, a confiabilidade dos dados disponíveis é determinante, e estes precisam estar à disposição dos tomadores de decisão. “Quando falamos em dados confiáveis, é essencial inserirmos na conta o orçamento total, incluindo alunos, bolsas, inadimplência, fluxo de caixa, entre outros, para que os números e informações sejam corretos e mais precisos.”

Barão listou as informações que considera essenciais para que as escolas possam aproveitar o período de matrículas para obter mais lucro: ponto de equilíbrio por turma, ociosidade por sala, percentual de descontos por curso e geral, volume semanal de visitas e de novas matrículas por curso, controle de quem visitou e não se matriculou, número de matriculados por curso, percentual de matriculados por curso e planilha de controle dos rematriculáveis.

Já Paula reforçou que é fundamental ter visibilidade e acompanhar os dados no dia a dia para tomar decisões mais assertivas. “O momento das matrículas é o mais crucial para a definição da receita anual de uma escola. Por isso, é fundamental que as escolas entendam, por exemplo, a relevância da taxa de matrícula, que representa uma fatia importante da receita, bem como saibam mensurar qual é a melhor data para o início das matrículas, visto que isso impactará o resultado. Informações assim somente os dados podem oferecer e, com o uso da tecnologia, tudo fica mais fácil”, complementa Paula.

Educação bilíngue e crise climática

A Edify Education foi uma das expositoras que abraçou a pauta ambiental com força. Em sua participação, a co-CEO Marina Dalbem, destacou o potencial da educação bilíngue como instrumento de mudança. “Acreditamos que a educação bilíngue é uma ferramenta poderosa para discutir ou até mesmo resolver os desafios do nosso tempo, e nenhum deles é mais urgente do que a crise climática”, afirmou.

A empresa apresentou a nova edição do Projeto Empatia, iniciativa que levará alunos de escolas públicas e privadas à COP 30. “Queremos que eles não apenas aprendam inglês, mas que estejam nos espaços onde decisões globais são tomadas, levando suas vozes”, completou Marina.

Impacto prático

A preocupação com o meio ambiente também pautou a participação da Recickla, organização de educação ambiental pertencente ao portfólio da Dome Ventures. A empresa apresentou a coleção Nossa Jornada, lançada em 2024, que já está sendo utilizada em diversas regiões do país.

“A coleção reúne conteúdos alinhados à BNCC, com foco nos 4 Rs da sustentabilidade, economia circular, logística reversa e mudanças climáticas”, explicou Carolina Machado, CEO da Recickla. A organização também realiza oficinas e eventos com foco em preservação ambiental. “Estar na Bett Brasil é uma oportunidade de levar essa mensagem a mais pessoas”, reforçou Diogo Catão, CEO da Dome Ventures.

Com foco no ensino público, o gerente de Vendas a Governo da Editora do Brasil, Marco Jordão, ressaltou a importância da educação ambiental após a sanção da Lei 14.926/2024. “Os jovens precisam estar preparados para esse futuro próximo, com projetos pedagógicos focados em prevenção, mitigação e preparação para desafios ambientais”, apontou. No estande da editora, o destaque é o lançamento “Educação Climática com a Turma do Pererê”, que, segundo ele, “é fundamental para fomentar iniciativas que promovam mais sustentabilidade, formar cidadãos conscientes sobre a proteção do meio ambiente e estimular a mudança de hábitos na comunidade por meio das crianças, educadores e famílias”.

Tecnologia além das telas

No campo da tecnologia educacional, a diretora pedagógica do Quizizz, Rebecca Rios, apresentou uma solução que busca equilibrar inovação e políticas recentes de restrição ao uso de celulares. “O Quizizz apresenta na Bett Brasil uma solução que alia tecnologia, inteligência artificial e gamificação mesmo sem a presença de telas nas mãos dos estudantes: o modo papel”, explicou. A proposta permite que alunos respondam perguntas com cartões impressos com QR codes, enquanto o professor usa um único dispositivo para projetar as questões e registrar as respostas com a câmera. 

A plataforma cria automaticamente um ranking com os acertos e erros dos estudantes, permitindo que o professor visualize rapidamente quais conteúdos foram bem compreendidos e onde estão as lacunas de aprendizagem. “Nosso objetivo é apoiar o professor, nunca substituí-lo. O modo papel é uma forma de manter a tecnologia presente de maneira equilibrada, acessível e eficiente”, reforçou Rebecca.

Personalização do ensino e IA

Celebrando seis décadas de história, o Grupo Unip-Objetivo também marca presença com um lançamento voltado à personalização do ensino. “O Objetivo comemora seus 60 anos de existência na Bett Brasil e lança a plataforma e-Genio”, anunciou o diretor de Tecnologia do grupo, Marcello Vannini. A novidade, segundo ele, “transforma o aprendizado e coloca os estudantes no centro da jornada educacional, oferecendo uma experiência prática, envolvente e inovadora apoiada pelo uso responsável de IA”.

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