STJ aposta na educação parental para fortalecer vínculos e prevenir violências na infância
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Com o objetivo de promover relações mais saudáveis entre adultos e crianças, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem investido em projetos voltados à educação parental, prática baseada em conhecimento, empatia e respeito, voltada a mães, pais, responsáveis e educadores. A iniciativa parte da Comissão da Primeira Infância do STJ e se ancora na Lei da Parentalidade Positiva (Lei nº 14.826/2024), que determina o fortalecimento de ações públicas nesse campo.
Segundo a coordenadora da Comissão da Primeira Infância do STJ, Juliana Nogueira, a educação parental é uma estratégia fundamental para a prevenção de estresse tóxico e traumas na infância.
“A primeira infância, de zero a seis anos, é a fase em que cerca de 80% do cérebro se desenvolve, em especial nos três primeiros anos. Vivências adversas nesse período podem impactar profundamente o desenvolvimento emocional e físico das crianças”, explicou ela no painel “Educação Parental nas Escolas Públicas: uma experiência do projeto STJ nas escolas”, realizado no auditório de Educação Pública, durante a 30ª edição da Bett Brasil.
Juliana Nogueira explicou a importância da educação parental em palestra no auditório de Educação Pública. Foto: Bett Brasil.
Entre os fatores essenciais para uma infância mais saudável, Juliana destaca o acolhimento, a criação de ambientes seguros e o respeito à dignidade das crianças. “É preciso entender as fases do desenvolvimento infantil, tratar as crianças com igual valor e investir em vínculos fortes. Isso não apenas previne violências, como fortalece a sociedade como um todo”, completa.
Dentro do próprio tribunal, o STJ criou o projeto “Círculo de Acolhimento Parental”, voltado aos mais de 3.000 colaboradores da instituição. A proposta foi sensibilizar e apoiar servidores e servidoras que também exercem a parentalidade em casa.
A ação ganhou desdobramento externo com o projeto “STJ nas Escolas: Círculo de Apoio à Educação”. O projeto promoveu práticas respeitosas e não violentas em escolas públicas do Distrito Federal, unindo professores e famílias. “O que se pratica nas escolas é reflexo da sociedade. Encontramos professores exaustos, muitas vezes sozinhos diante de 35 crianças pequenas. Era preciso repensar tudo com empatia e muito cuidado com quem cuida”, relatou a médica pediatra e servidora do STJ, Giulianna Felizola.
Giulianna Felizola destacou também a valorização dos educadores neste tema. Foto: Bett Brasil.
A iniciativa incluiu workshops com professores, palestras para pais e gravações em estúdio para ampliar o alcance do conteúdo. Foram realizadas 33 visitas presenciais, alcançando 14 escolas, com público total de 1.543 pessoas, incluindo 1.120 professores e 423 responsáveis. A estimativa é que mais de 14 mil crianças tenham sido beneficiadas indiretamente.
Entre os aprendizados, Giulianna destaca a necessidade de escuta ativa, autorregulação emocional e valorização dos profissionais da educação. “Não é possível oferecer o que não se tem. É urgente que os professores sejam reconhecidos, valorizados e tenham melhores condições de trabalho. As escolas precisam ser prioridade, porque é nelas que estão as nossas crianças que têm prioridade absoluta”, finalizou.
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