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25 abr 2024

Bett Brasil dita novas tendências da educação

Assessoria de imprensa
Bett Brasil dita novas tendências da educação
Terceiro dia do maior encontro do ecossistema educacional da América Latina é marcado por discussões em torno de novas abordagens educacionais, como Edutainment e acolhimento, e lançamentos de soluções de tecnologia

Já ouviu falar de edutainment? É um conceito novo no qual o entretenimento é utilizado como ferramenta para potencializar a experiência de aprendizado. A tendência surgiu como novidade nos corredores da 29ª edição da Bett Brasil, maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina, que acontece no Expo Center Norte até amanhã (26).

O Edutainment é novo no Brasil, porém a abordagem já foi introduzida em outros países. Segundo report da Mordor Intelligence sobre o tema, o crescimento projetado do segmento é de 17% ao ano, até  2025, principalmente com centros de Edutainment (Educação + Entretenimento) como parques ecológicos e museus de ciência e tecnologia, além da procura por outros locais e experiências que unem aspectos educacionais e de diversão.

Na Bett Brasil, que abriga mais de 300 marcas do ecossistema educacional, a International School, programa líder do setor de ensino bilíngue no Brasil, apresentou a nova plataforma IS Max, que usa o conceito do edutainment e que proporciona a estudantes, professores e famílias acesso a conteúdo e produções nacionais e internacionais de estúdios renomados como BBC Learning, Deutsche Welle, Lionsgate, Lego, The Smurfs, TV Pinguim e Motion Pictures Association, entre outros.

“Decidimos lançar a plataforma durante a Bett Brasil, pois ele é o maior evento de educação e tecnologia para nosso setor da América Latina, com um público extremamente qualificado. E, assim como imaginamos, a reação está sendo muito positiva. Todo mundo que visita nosso espaço fala que a IS Max é um produto inovador e que trará educação com entretenimento de uma maneira surpreendente. E, claro, ficamos muito felizes com isso”, comenta o CEO da International School, Ulisses Cardinot.

CEO da International School

A Forma Turismo, maior operadora de viagens estudantis do Brasil e da América Latina, também apostou no conceito como destaque do estande na Bett Brasil. A empresa é responsável pela operação da Visita aos Estúdios da Mauricio de Sousa Produções, uma atração que proporciona uma imersão ao universo da Turma da Mônica e do Sítio do Pica Pau Amarelo, que está em fase de construção e será inaugurado no segundo semestre de 2024, em Atibaia (SP).

“Trazemos o lúdico e o entretenimento para auxiliar nas abordagens das escolas, uma verdadeira extensão do conhecimento. O projeto do Sítio do Pica Pau Amarelo está todo baseado em edutainment, por exemplo, tudo realmente imersivo para que a experiência entre os estudantes seja realmente enriquecedora. O estudante é ‘provocado’ a interagir, de uma forma que consiga aprender na prática o que foi passado em sala de aula”, destaca César Leonel, diretor da Forma.

Outra marca expositora do evento que também adotou o conceito de edutainment é o Grupo CI, maior empresa de turismo educacional do Brasil. “Estamos entusiasmados em participar pela primeira vez na Bett Brasil com expectativa de nos conectarmos com os principais players do mercado de educação e tecnologia. Nos últimos 10 anos, notamos a necessidade de experiência fora da sala de aula. Em um dia a dia cada vez mais conectado e digital, as atividades proporcionadas pelo Grupo CI geram interações e conexões reais com o mundo e a sociedade, ajudando o jovem na absorção do conteúdo ensinado nas salas de aula e na internet, ampliando os horizontes e visões sobre os assuntos estudados”, declara o sócio-diretor do Grupo CI, Celso Garcia.

O Grupo CI reúne empresas que oferecem experiências de intercâmbio (CI Intercâmbio), viagens e festas de formatura (Amaze Travel), além de viagens pedagógicas. A Trilha Educação é focada em viagens pedagógicas com roteiros educacionais, como visitas ao Petar- Parque Turístico, à Amazônia, às cidades históricas de Minas Gerais e centenas de outros roteiros.

Afeto a serviço da educação

Parceiros de longa data da Bett Brasil, o Movimento LED - Luz na Educação trouxe para o evento o debate “A aprendizagem através do afeto - Como atitudes acolhedoras e mais humanas podem mudar a trajetória dos alunos”. A roda de conversa aconteceu no palco destinado ao ensino público e contou com a mediação da jornalista e atriz Sandra Annenberg.

 Sandra Annenberg - bett brasil

Recentemente, o professor de educação básica Allan de Souza, presente no painel, viralizou nas redes sociais com um vídeo que mostra uma canção antirracista que desenvolveu com os seus alunos. A música ‘Meu cabelo é bonito’ faz parte do projeto MPBIA - Música Popular Brasileira Infantil Antirracista. “Fui convidado a fazer um projeto educacional nesse sentido e encontrei na música o melhor caminho. O MPBIA é uma forma de acolher e educar, e hoje está disponível nas plataformas digitais de áudio para que isso chegue a todo o país. É muito gratificante”, revelou o professor durante o encontro.

Acolher também é o lema da professora Dione Fonseca, que leciona para crianças imigrantes e refugiadas. Ao notar que os alunos apresentavam medo e resistência ao entrarem na escola devido às lembranças de conflitos e guerras de sua terra natal, Dione decidiu implantar uma didática especial de boas-vindas, a canção africana ‘Barima tuwe’. “Pesquisamos e vimos que essa música é um símbolo de boas-vindas e acolhimento, então decidimos sempre entoá-la quando um aluno novo chega na escola. Ela tem um ritmo gostoso, que embala e acalma. É uma forma de mostrar receptividade e segurança para essas crianças que já sofreram tanto”, explicou.

Acolher - LED

Compreender a diversidade também faz parte desse processo de inclusão. Poeta, cientista social e estudante, Midria apresentou aos congressistas a importância do reconhecimento da não binariedade e do uso da linguagem neutra nos espaços de educação. “A língua portuguesa privilegia o masculino universal, mas existem múltiplas culturas pelo mundo que reconhecem o terceiro gênero, que é não binaridade. É preciso entender que o gênero é uma questão social, por isso a necessidade de acolher, e o uso do pronome neutro é um caminho para isso”, explicou.

A moderadora do painel, Sandra Annenberg, aproveitou para fazer uma provação aos presentes. “Ainda que as mulheres sejam maioria no Brasil e no mundo, continuamos privilegiando o pronome masculino. Por quê?”.

Ao final do debate, os participantes concordaram que para alcançarmos uma educação inclusiva e igualitária é preciso regionalizar o ensino, valorizar os professores e conscientizar as pessoas sobre o exercício da cidadania. “Só mudamos o mundo com empatia e educação”, enfatizou Annenberg.

BNCC e a Educação Infantil

A infância é um período crítico para o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional das crianças, por essa razão a Educação Infantil é uma etapa da vida escolar fundamental para a formação social de todos nós.

Na Bett Brasil, maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina, a temática foi abordada em um painel que contou com a participação da professora Márcia Bernardes, coordenadora estadual do Programa de Alfabetização do Estado de São Paulo, e do professor Geraldo Peçanha de Almeida, diretor do projeto Pólen. Na pauta da conversa, a implementação efetiva da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

BNCC e a Educação Infantil - Bett

A professora Márcia falou sobre o histórico da Educação Infantil no país, desde o reconhecimento legal desta etapa em 1998 até a inclusão na BNCC, em 2017. “A BNCC é um marco importante porque, pela primeira vez, a Educação Infantil foi inserida em um documento que contempla todos os segmentos da Educação Básica”, afirmou a docente.

Ela reforçou que apesar dos avanços, existem lacunas na implementação da BNCC que precisam ser discutidas. Um dos pontos centrais é a formação continuada de professores, essencial para garantir todos os direitos de aprendizagem para as crianças. “É muito importante que os professores se interessem em aprofundar os estudos, indo além da BNCC, que é um norte”, disse, e ainda complementou com dados que são um sinal de alerta: “36% dos alunos das redes municipais e estaduais de São Paulo que passaram do 2º para o 3º ano do ensino infantil não sabem ler e escrever. É um universo de 120 mil alunos não alfabetizados. São alunos que foram muito prejudicados em razão da pandemia”.

O professor Geraldo Peçanha também destacou a formação continuada dos professores como um dos desafios atuais da Educação Infantil. “De onde nos alimentamos para sermos educadores de infância? Não podemos parar de estudar, pois tudo que aprendi foi com os estudos ininterruptos. Alguns dos campos de experiência BNCC são traços, sons, cores e formas. Mas, você pergunta para um professor quem são três artistas plásticos, músicos ou ritmos brasileiros voltados para o público infantil e ele não sabe responder”, ressaltou.

Peçanha ainda comentou outros pontos de lacunas na Educação Infantil, como a dificuldade dos educadores em incentivar o protagonismo nas crianças e deixá-las viver a multiplicidade da infância; a reflexão sobre o reconhecimento da presença masculina de educadores no segmento infantil, uma situação que ele diz experienciar até hoje.

Arena Startups

Na Bett Brasil, a Arena Startups é dedicada às inovações de edtechs. São cerca de 21 edtechs, que participam do evento para apresentar suas soluções tecnológicas voltadas para o setor educacional. A Arena também abre espaço para  palestras com convidados do segmento para que empreendedores, gestores, educadores e investidores possam aprender e trocar ideias sobre como impulsionar o uso de tecnologia, quebrar paradigmas e melhorar os processos de gestão nas instituições de ensino.

Na Arena Startups, a primeira mesa redonda do dia foi marcada pelo Pitch Startups: Gestão Escolar, que trouxe o sócio-diretor da Cubo Escolar, Luiz Mário Mialichi Júnior, a assessora pedagógica da rede Blue Educação, Priscilla Mazzetti, e a docente e pesquisadora, Rita Maria.

Arena-Startups-Bett-Imprensa

Os executivos traçaram o perfil de suas empresas, mas trouxeram, também, importantes insights sobre a gestão escolar. “Trazer soluções tecnológicas para a Educação parece fácil, mas não é. Por isso é importante termos este espaço para falar sobre inovação.”, afirmou Rita.

Já Priscila reforçou a importância de desenvolver materiais que ofereçam aos estudantes experiências que sejam próximas da realidade na qual vivem e que conectem os estudantes com as aulas, potencializando o aprendizado. E Luiz enalteceu que, além de uma boa didática, as escolas precisam concentrar suas tarefas administrativas de forma mais rápida e intuitiva, inclusive, envolvendo os pais no dia a dia escolar de seus filhos, por meio da tecnologia, com notificações e avisos por e-mail. 

Proteção de dados e tecnologia

Neste terceiro dia de Bett Brasil, a programação do Fórum de Gestores contou com uma palestra especial sobre proteção de dados e o uso da tecnologia na Educação. Alessandra Borelli, advogada especializada em Direito Digital, iniciou a apresentação listando uma série de dúvidas comuns aos gestores educacionais quando o assunto é o uso de tecnologia, e reforçou a necessidade de treinamento e cautela ao lidar com dados em unidades de ensino. “Precisamos nos atentar que o universo escolar compreende várias legislações, não somente a Lei Geral de Proteção de Dados. Não é incomum termos problemas de vazamentos decorrentes de atitudes como superexposição de alunos por professores ou uso indevido de ferramentas tecnológicas, que infringem, além desta, outras leis”.

A especialista citou alguns casos nacionais e internacionais em que escolas tiveram dados vazados, e demonstrou preocupação pelo fato de grande parte da população não ter conhecimento do que é a LGPD e seu devido impacto na sociedade. Uma pesquisa do Serasa Experian confirmou que 75% dos brasileiros desconhecem a lei.

Fórum-Gestores-Bett-Imprensa

Borelli enfatizou ainda que menos é mais. “Não coletem dados desnecessários. Trabalhem com o mínimo, assim, podemos ter um índice menor de riscos e danos. Lembrem-se que a confiança é a porta de entrada para uma relação, então é preciso ter cuidado com ocorrências que possam levar a danos reputacionais”. A advogada também chamou a atenção dos presentes aos cuidados com documentos físicos. “LGPD não é somente para ambiente digital. Temos que ter atenção às pastas, formulários, listas de contatos e outros papéis que deixamos à vista ou em lugares desprotegidos”, destacou.

No Brasil, as multas previstas pela Lei Geral de Proteção de Dados podem ser de até 2% do faturamento da empresa no último exercício, limitadas a R$ 50 milhões por infração. Essas multas podem ser aplicadas em casos de descumprimento das disposições da lei, como o tratamento inadequado de dados pessoais ou a falta de medidas de segurança para proteção dessas informações.

O painel contou ainda com a participação de Daniel Magnavita, gestor e líder da frente de Inteligência Artificial na Fundação Vanzolini e mediação de Hermani Araujo, diretor no Colégio GGE.

Fórum Ahead by Bett: Empresas investem na união do ensino médio com o ensino profissionalizante

Na segunda edição, o Fórum Ahead by Bett abriu espaço para a discussão sobre a educação superior e profissional. No painel Participação das Empresas junto as Instituições de Educação Profissional, SENAI e de empresas como Aché, J&F e Stellantis apresentaram seus braços educacionais -- instituições de ensino criadas por cada uma com o propósito de formar jovens profissionais de nível técnico, unindo o ensino médio e o ensino profissionalizante.  

Com ensino em período integral, essas empresas alinham a educação pública às estratégias de seus negócios e formam profissionais com as competências necessárias para o mercado de trabalho.

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Foi assim com Laís, jovem de 18 anos, que relatou sua trajetória para uma plateia espantada com o seu desempenho. Aos 10 anos, a estudante da rede pública atendeu a um processo de seleção do Germinare Business, escola do Instituto J&F que tem o propósito formar jovens como administradores de empresas, os “tocadores de negócios”.  A escola forma jovens aptos a gerenciar um negócio de R$ 1 milhão.

 “Ao passar no processo migrei da rede pública para o ensino integral do Instituo J&F: ganhei um tablet e 29 novas matérias para estudar, entre elas Marketing, uma das que mais me identifiquei. O primeiro negócio que assumi foi a chamada Loja Educadora. Baseada na formação que recebi, em meses passei as vendas da loja de 17 para 65 mil reais”.

Com apenas 18 anos, e após passar por várias etapas do aprendizado, Laís já gerencia uma operação de R$ 700 mil na empresa. 

O relato de Laís tangibiliza os resultados que as empresas têm alcançado com seus braços educacionais, que atuam em parceria com a rede pública de ensino.

Como uma escola de negócios, a Germinare Business, da J&F, une uma proposta de ensino simultaneamente técnica e acadêmica. A matriz curricular contempla os componentes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que constituem a educação básica formal, e incorporam aulas de gestão de negócios, nas Academias de Negócios, que englobam commodities, varejo, marcas, finanças e negócios digitais.

“Ganha a sociedade, ganha o jovem, ganha a escola e ganha a empresa. Acreditamos que o crescimento das pessoas é o motor para o crescimento dos negócios”, disse Luizinho Magalhães, diretor da Faculdade e Novos Projetos do Instituto J&F (Grupo JBS).

SESI e Microsoft celebram acordo de cooperação técnica 

O Serviço Social da Indústria (SESI) e a Microsoft do Brasil escolheram a Bett Brasil para celebrar um novo acordo de cooperação técnica para a implementação de soluções educacionais inovadoras que contribuam para o processo de ensino e aprendizagem em até 465 escolas da Rede SESI, que atuam com Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA)

A parceria inclui a implementação de ferramentas como Inteligência Artificial no ensino e migração de parte do ambiente educacional para serviços em nuvem. “Esse acordo vai permitir que alunos, professores e outros profissionais das escolas da Rede SESI tenham acesso a tecnologias que podem apoiar tanto o processo de aprendizagem quanto as atividades administrativas dessas instituições. Levar soluções de nuvem e Inteligência Artificial (IA) para o dia a dia do ensino é de extrema relevância para o avanço na educação e para o futuro profissional desses estudantes”, disse vice-presidente para Setor Público, Saúde e Educação na Microsoft Brasil, Alessandra Karine.

O superintendente de Educação do SESI, Wisley Pereira, explica que a convergência entre educação e tecnologia é fundamental para a melhoria do ensino no país. “A cada dia surgem tecnologias que aprimoram a qualidade de vida das pessoas e o ensino nas escolas não pode ficar fora disso. Se falamos em futuro do trabalho, devemos enriquecer o ensino com ferramentas inovadoras e proporcionar aos nossos estudantes e professores mecanismos que facilitem o aprendizado. Unir-se a parceiros que têm a tecnologia em seu DNA, como a Microsoft, nos impulsiona a conectar inovação à educação”, declarou Pereira.

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