Design curricular para a formação de cidadãos globais
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Desenvolver competências essenciais para a vida tem se tornado uma prioridade na formação de adolescentes em todo o mundo. A proposta vai além da transmissão de conteúdos tradicionais e defende a construção de currículos que preparem os jovens para enfrentar os desafios cotidianos com autonomia, responsabilidade e visão crítica.
O Dr. Phil Lambert, professor adjunto da Universidade de Sydney e especialista em Educação, apontou que mais do que ensinar as matérias tradicionais, é fundamental que, curricularmente, sejam inseridas nas propostas pedagógicas diversas capacidades substanciais para a vida.
Segundo ele, quando falamos em sustentabilidade na formação de cidadãos globais, consideramos tudo o que o mundo proporciona e refletimos sobre como agir diante das diversas questões que se impõem no dia a dia.
“Por que precisamos considerar a sustentabilidade? Assim como as coisas são desenvolvidas, elas são substituídas. Ao passo que a tecnologia evolui, ela fica obsoleta. Isso é sobre tecnologia revolucionária, mas também, sobre novas formas de comunicação, o impacto da IA nas nossas vidas, bem como, na Educação. É sobre fake news, deep fakes, entre outros. E como estamos preparando os jovens para isso?”, provocou o especialista durante sua palestra no painel “Educação para um futuro sustentável: o papel do currículo na formação de cidadãos globais” durante a 30ª edição da Bett Brasil.
Professor adjunto da Universidade de Sydney em seu painel na Bett Brasil. Foto: Bett Brasil.
Ele disse que soft skills e hard skills são duas das cinco grandes competências necessárias para os futuros cidadãos, pois somente assim, serão capazes de suportar a volatilidade do mundo. O professor reforçou que as hard skills são baseadas no trabalho e as soft skills fazem parte do trabalho, sendo a segunda essencialmente responsável por 85% do sucesso das pessoas para arrumar um emprego e seguir nele, por exemplo.
“Como os jovens adquirem capacidades e conhecimentos para lidar com tudo isso? O mundo é VUCA (Volátil, Imprevisível, Complexo e Ambíguo), no qual podemos demarcar diversas coisas, como a polarização política, crises energéticas, doenças, guerras. E mesmo que isso pareça ruim, ainda é muito positivo, pois temos os educadores, que são as peças-chave nesta engrenagem”, reforçou Phil.
Contudo, ele fez um alerta importante: “não adianta nada saber e conhecer sobre o assunto, mas não mudar o currículo. E, no fim, esta responsabilidade cai sobre os educadores, que mesmo com conhecimento, não poderão implementar esta educação global para os alunos”.
Na visão do acadêmico, os jovens precisam ser pensadores críticos, que verificam a fonte das informações falsas que eles recebem; precisam ser digitalmente letrados, positivos, criativos, justos e confiáveis.
“Adaptabilidade, compreensão, empatia, verdade, respeito e o pensamento crítico, são elementos primordiais para que os jovens sejam capazes de enfrentar o mundo atual”, finalizou o Dr. Phil Lambert.
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