Educação midiática é ferramenta fundamental para formar cidadãos críticos na era digital
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Ensinar crianças e jovens a interpretar o mundo de forma crítica e cidadã, dentro e fora das telas, é um desafio cada vez mais urgente. Nesse contexto, a educação midiática nas escolas surge como um caminho essencial para incentivar o pensamento crítico, preparando os estudantes para lidar com o volume de informações circulante na era digital.
No final de fevereiro, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou novas diretrizes operacionais sobre o uso de dispositivos digitais em espaços escolares e a integração curricular da Educação Digital e Midiática, com orientações específicas para apoiar as redes de ensino na implementação da prática em todas as etapas de ensino (do ensino infantil ao médio).
“Em tempos de educação digital, inteligências artificiais, redes sociais e algoritmos, precisamos pensar em maneiras de garantir que nossos jovens saibam navegar nesse mundo hiperconectado”, apontou a secretária de Educação Básica, Kátia Schweickardt.
Segundo o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, João Brant, a construção traz um ineditismo que acompanha a urgência de orientar os educadores sobre os desafios no ambiente digital.
“É a primeira vez que temos diretrizes de educação midiática e isso é um ganho enorme tanto para os alunos quanto para os educadores, que passam a ter mais clareza sobre como tratar um tema urgente no mundo atual”, afirmou.
O texto deve ser homologado pelo Ministério da Educação (MEC) em breve e a implementação deve ser gradual e obrigatória a partir de 2026.
Avanço importante para o Brasil
No artigo “É preciso celebrar inclusão de educação midiática nos currículos escolares do país”, a coordenadora de comunicação do Instituto Palavra Aberta, Mariana Mandelli, ressaltou que a resolução do CNE é um marco para garantir que os alunos concluam a educação básica com autonomia, pensamento crítico e responsabilidade em um cenário de hiperinformação.
Ela pontua, no entanto, que o documento foca a educação digital e midiática apenas no uso qualificado e seguro das tecnologias, quando esse processo deve ocorrer também fora do ambiente digital.
“Com a digitalização das relações sociais e a própria restrição dos celulares nas escolas, é claro que esse seja o principal ponto de atenção. Mas a própria BNCC considera, no campo jornalístico-midiático que integra a parte de língua portuguesa, o jornalismo enquanto objeto de conhecimento. Isso significa que atividades de leitura crítica de textos e imagens em jornais, livros didáticos ou publicidades também devem fazer parte das práticas pedagógicas, ainda que não estejam intrinsecamente ligadas a contextos online”.
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Educação midiática em debate na Bett Brasil 2025
A educação digital e midiática será uma das pautas da 30ª edição da Bett Brasil, que será realizada de 28 de abril a 1º de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo.
O assunto será tratado no painel “Educação Midiática e literária: desenvolvendo leitores críticos em um mundo conectado”, com a participação do influenciador digital Felipe Neto, fundador do Instituto Vero que promove educação midiática por meio de projetos em escolas, e a especialista em educação midiática e diretora da Entrepalavras Produção de Textos, Januária Alves, além da moderação da jornalista e apresentadora, Petria Chaves.
Do Instituto Palavra Aberta, responsável pelo programa de EducaMídia que foi criado para capacitar professores e organizações de ensino no processo de educação midiática, a coordenadora Educacional do EducaMídia, Mariana Ochs, é uma das palestrantes convidadas. Ela irá participar do painel “IA e design de aprendizagem: conectando pessoas, processos e possibilidades”, junto com o Dr. Seiji Isotani, professor titular em Computação na Universidade de São Paulo (USP) e presidente eleito da Sociedade Internacional de Inteligência Artificial na Educação, além de ser integrante do Conselho Consultivo da Bett Brasil.
Outro tema relevante será a nova regra de restrição do uso de celulares nas escolas. O painel “Celulares nas escolas: entre a proibição e a educação para o uso consciente” contará com a participação da juíza de direito Vanessa Cavalieri e do diretor da ZeitGeist (Educação, Cultura e Mídia) e co-presidente da UNESCO MIL Alliance, Alexandre Le Voci Sayad.
No mesmo sentido, acontecerá o painel “Do banimento ao uso consciente: como a lei que proíbe o uso do celular nas escolas redefine as regras do jogo?”, terá a participação de Alessandra Borelli, advogada e especialista em segurança digital, e Cristiano Nabuco, presidente da Associação Matera.
Para participar da 30ª edição da Bett Brasil, inscreva-se no link aqui. A visitação é gratuita.
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