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Estilos de aprendizagem: o que são e por que a ciência questiona o mito

por Doug Alvoroçado
Estilos de aprendizagem: o que são e por que a ciência questiona o mito
Foto: Freepik
A ideia por trás dos estilos de aprendizagem é que as pessoas processam e compreendem informações de maneiras distinta

Olá, time! Quero compartilhar uma faísca de conhecimento que acende debates por aí: os estilos de aprendizagem! Será que existe um jeito "certo" ou "errado" de aprender? Ou um estilo que se encaixa perfeitamente em cada um de nós? Vamos mergulhar juntos neste tema com informação baseada nas fontes!

Se você é professor buscando aprimorar suas aulas, pai ou mãe apoiando o estudo em casa, ou aluno em busca do seu superpoder de aprendizado, este papo é para você! Entender os estilos pode ser uma ferramenta incrível..., mas, como toda ferramenta poderosa, precisa ser usada com sabedoria, sem cair em armadilhas!

O que são, afinal, esses estilos de aprendizagem?

A ideia por trás dos estilos de aprendizagem é que as pessoas processam e compreendem informações de maneiras distintas. Essa premissa levou o meio educacional a adotar classificações para entender como os alunos aprendem, buscando atender às suas particularidades. Modelos famosos surgiram para tentar organizar essa diversidade.

Um dos modelos mais conhecidos é o VARK, que geralmente contempla quatro categorias principais, e às vezes uma quinta: visual, auditivo, leitura/escrita e cinestésico, com a adição do multimodal para quem se encaixa em vários estilos. Mas existem outros modelos, como os de Kolb (que fala em experienciar, observar, conceituar e experimentar), Honey-Alonso (ativo, reflexivo, teórico, pragmático), Dunn e Dunn (com seis aspectos) e Honey e Mumford (ativistas, refletores, teóricos ou pragmáticos). Essa variedade de teorias já nos dá uma dica: não há um consenso único, o que já acende uma luzinha de atenção!

Vamos dar uma olhada rápida nos estilos mais frequentemente mencionados:

  • Estilo visual (ou gráfico): pessoas com essa preferência aprendem melhor vendo. Elas adoram usar mapas, símbolos, esquemas, fluxogramas, fotografias, vídeos e apresentações com imagens para entender ou organizar informações. Costumam se distrair fácil com movimentos e podem lembrar mais de rostos do que de nomes. Preferem usar símbolos para se comunicar em vez de apenas palavras.
     
  • Estilo auditivo: aprender ouvindo é o forte por aqui. Essas pessoas se beneficiam de palestras, debates, discussões em grupo e tutoriais em áudio. Elas tendem a fazer perguntas e, às vezes, até respondê-las para si mesmas para processar a informação. Mensagens de áudio e comunicação fluida como se estivessem conversando cara a cara (mesmo por texto) se encaixam aqui. Costumam se distrair com sons.
     
  • Estilo leitura e escrita: a aprendizagem acontece através da leitura e da escrita. Pessoas com esse estilo preferem receber e comunicar informações por meio de manuais, resumos, redações e anotações. Fazer fichamentos, ler antes da aula e rabiscar textos são práticas comuns. Este estilo é frequentemente o mais preferido por alunos e professores no meio acadêmico e tende a ser mais valorizado.
     
  • Estilo cinestésico (ou cinestésico): a chave é experimentar e praticar. Essas pessoas precisam conectar o conhecimento à vida real, aprender fazendo, interagindo com o ambiente e dando exemplos concretos. Avaliações práticas, seminários e demonstrações são ideais para elas. O aprendizado ocorre melhor através de experiências próprias, não apenas pela experiência de outros.

Você se identificou mais fortemente com algum desses estilos? Observe como você se sente mais confortável ao interagir com novas informações.

Identificando o seu estilo (com cuidado!)

Descobrir sua preferência de aprendizagem pode ser um processo interessante de autoconhecimento! Existem questionários (como o VARK), observação do próprio comportamento, e reflexão sobre quais métodos funcionam melhor em diferentes situações.

Para professores e famílias, observar como os alunos interagem com diferentes atividades e conteúdos pode oferecer pistas valiosas sobre suas preferências. Um aluno visual pode passar mais tempo olhando para os slides, um auditivo pode participar ativamente de debates, um de leitura/escrita pode estar sempre fazendo anotações detalhadas, e um cinestésico pode ser o primeiro a querer fazer a experiência prática.

No entanto, e aqui vem a parte importante: embora responder a esses questionários possa ser divertido (como descobrir qual personagem de Game of Thrones você seria!), os resultados não devem ser levados tão a sério a ponto de serem o único modelo de estudo. O professor Neil Fleming, um dos criadores do VARK, disse que o modelo não é uma ferramenta diagnóstica precisa.

Que tal experimentar uma forma diferente de aprender algo hoje, mesmo que pareça fora da sua zona de conforto? Pode ser uma surpresa!

Desvendando o "Mito" dos estilos de aprendizagem

Agora, vamos tocar em um ponto crucial que as fontes destacam: a ciência não encontrou evidências fortes que provem que estudar apenas pelo seu estilo preferencial de aprendizagem traga resultados significativos nas avaliações. Embora você possa ter uma preferência (achar uma videoaula mais "gostosa" que um livro, por exemplo), isso não significa que aprender apenas por esse método é o mais eficaz.

Vários estudos e especialistas em psicologia cognitiva desbancam a ideia de que alinhar estritamente o formato de ensino com a suposta capacidade de absorção de cada pessoa leva a melhores resultados. Pelo contrário, outros fatores importam muito mais. Por exemplo, a proficiência na leitura é fundamental para aprender com material escrito. Se você tem dificuldade em ler e interpretar um texto, não é porque você é "visual", mas sim porque a habilidade de leitura precisa ser desenvolvida.

A pesquisa sugere que o que realmente importa é alinhar a metodologia de ensino com o conteúdo da matéria, e não com a preferência individual do aluno. Ao ensinar geometria, uma abordagem visual beneficia todos os alunos, mesmo aqueles que acham que aprendem melhor ouvindo. Para poesia ou literatura, métodos mais verbais podem ser mais eficazes para o Time. Quando a natureza do conteúdo é alinhada à forma de ensino, o aprendizado melhora para todos.

Rótulos podem ser limitantes! Se você se convence de que só aprende de um jeito (ex: "Ah, sou auditivo, não consigo aprender lendo PDF"), você pode acabar não insistindo em outros métodos que poderiam ser eficazes ou até mais rápidos para certos conteúdos. O que você diz para si mesmo sobre suas habilidades afeta muito sua resposta a uma situação.

Professores e famílias, ao planejar ou apoiar estudos, pensem: "Qual é a melhor forma de apresentar este conteúdo para que todos possam compreendê-lo melhor?". Para alunos: "Qual é a melhor ferramenta para este assunto agora?".

Aproveitando seu estilo (sem receitas mágicas!)

Então, se focar em um único estilo não é a chave, como podemos usar essa compreensão para aprender melhor? A resposta está na diversidade e flexibilidade!

  • Para professores: variar as técnicas de ensino é crucial, não para "encaixar" o aluno em um modelo, mas para criar oportunidades de aprendizagem e estimular diferentes habilidades no Time. Use slides e vídeos (visual), promova debates e discussões (auditivo), proponha resumos e atividades de escrita (leitura/escrita), e inclua atividades práticas e projetos (cinestésico). Uma aula que combina diferentes abordagens pode contemplar e beneficiar o máximo de alunos possível. Lembre-se: seu próprio estilo de ensino não deve limitar as oportunidades de aprendizado dos alunos.
     
  • Para alunos e famílias: em vez de se prender a um único método ("Eu só aprendo com videoaula!"), lance mão das ferramentas que estão à sua disposição de acordo com o conteúdo e o objetivo. Para matemática, uma videoaula pode ser ótima para seguir o raciocínio. Para direito constitucional, talvez um material escrito permita avançar mais rápido, mesmo que exija desenvolver mais a habilidade de leitura. O estudo ativo, que envolve praticar e ensinar aos outros, é considerado muito eficaz para retenção de conteúdo. Combine métodos: ler e assistir, ouvir e fazer anotações, praticar e discutir. Não fuja dos métodos que são desafiadores; eles podem ser essenciais (como ler a prova no dia do exame!).
     
  • Avaliação contínua: a avaliação não deve ser vista como um retrato final do aprendizado, mas sim como uma forma contínua de verificar o progresso e a compreensão em um determinado momento. Isso ajuda a identificar pontos que precisam de mais atenção, independentemente do estilo "preferido".

A aprendizagem acontece em um contexto de experiências, convivências e oportunidades. Se não houver impedimentos físicos ou emocionais significativos, sua capacidade de aprender está mais atrelada a criar e estimular novas habilidades do que a focar em um único estilo.

Leia também:

Desafio vocês a planejarem uma atividade de estudo ou uma aula que intencionalmente combine pelo menos três estilos de aprendizagem diferentes. Como isso mudaria a experiência?

Por que isso interessa para o nosso time?

Entender os estilos de aprendizagem, e principalmente os mitos associados a eles, é fundamental para promover um ambiente educativo mais eficaz e inclusivo.

  • Para professores: libera vocês da pressão de ter que "diagnosticar" e ensinar individualmente para dezenas de estilos. Em vez disso, direciona o foco para a diversificação pedagógica que beneficia a todos. Permite planejar aulas que atendam às necessidades de diferentes estudantes ao alinhar a metodologia com o conteúdo, maximizando o potencial de cada um.
     
  • Para alunos: remove a desculpa ("Não aprendi porque o professor não ensinou do meu jeito!"). Capacita vocês a explorarem e dominarem uma variedade de ferramentas de aprendizado, escolhendo o que funciona melhor para cada situação. Incentiva o desenvolvimento de habilidades essenciais (como a leitura e interpretação) que são cruciais para o sucesso acadêmico e na vida, mesmo que não sejam inicialmente as preferidas. Aumenta a autoconfiança e a autocompreensão.
     
  • Para famílias: ajuda a guiar seus filhos e filhas a serem aprendizes mais flexíveis e resilientes. Permite que vocês apoiem seus estudos encorajando a experimentação de diferentes métodos e entendendo que a dificuldade em um formato pode ser uma oportunidade para desenvolver uma nova habilidade, e não uma limitação permanente.

No fim das contas, o mais importante não é o rótulo do estilo, mas a jornada de aprendizado em si. É sobre descobrir o que funciona para você em diferentes momentos e para diferentes desafios, mantendo a mente aberta e a caixa de ferramentas sempre cheia!

Conversem sobre este artigo! Professores, discutam com seus pares. Famílias, conversem com seus filhos e filhas. Alunos, conversem entre si e com seus professores. Como podemos juntos criar ambientes de aprendizagem mais diversos e eficazes? Dialogue sobre aprendizado!

Espero que este papo tenha sido útil e inspirador para o Time! Se quiserem explorar mais sobre métodos de estudo eficazes, as fontes indicam que há muita ciência bacana por trás disso!

Sobre o autor:


*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Bett Brasil.

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