Gestão escolar deve se atualizar e definir prioridades para o ano letivo de 2021
O planejamento pedagógico para o ano letivo de 2021 -- com muitas escolas no país inteiro adotando a sugestão de continuum, feita pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) -- exige dos educadores muita criatividade e ainda mais flexibilidade. Especialistas do setor apontam alguns caminhos a serem percorridos, especialmente pelos gestores educacionais, que mais uma vez terão um período de árduo trabalho para garantir que a aprendizagem aconteça nas escolas sob suas responsabilidades.
Letícia Lyle, cofundadora da Camino Education, da Cloe, e diretora da Camino School, acredita que é preciso olhar para 2020 como um ano de reflexão, de busca por melhorias e de abertura de olhares para as demandas que o presente está exigindo. Na opinião da educadora, 2021 exigirá dos educadores algumas prioridades, como solucionar dificuldades, formar lideranças, personalizar a aprendizagem e a capacitação.
"É preciso entender que os educadores também estão cansados e o trabalho em parceria, de forma colaborativa, gera benefícios para todos. A empatia entre secretarias, gestores, professores, alunos e famílias, precisa acontecer constantemente", afirmou Letícia Lyle, que em dezembro do ano passado reuniu gestores para falar sobre o tema em um evento online realizado em parceria com a Bett Educar.
Na ocasião, os participantes abordaram questões de planejamento e gestão, além de compartilhar experiências do período. As secretárias de Educação dos municípios de Manaus (AM), Kátia Schweickardt, e Londrina (PR), Maria Tereza Paschoal de Moraes, fizeram um relato do trabalho realizado em plena pandemia. Ambas as gestoras revelaram ações e preocupações com acolhimento -- tanto de alunos quanto de professores e mesmo famílias.
"Educação é muito mais que as escolas. Eu não quero saber de um novo normal; eu quero uma nova Educação, que vá além dos muros da instituição, que coloque a aprendizagem no centro de tudo, e que aproveite este momento pandêmico para tratar de questões de apoio às famílias dos estudantes", disse Kátia Schweickardt, revelando que Manaus conseguiu engajar 190 mil alunos em 2020.
A rede pública municipal de Londrina, com a professora Maria Tereza à frente, também conseguiu ampliar seus programas de engajamento familiar implementados dois anos antes, apesar da pandemia e de todas as dificuldades impostas pelo isolamento social. "Nosso programa de professor mediador atuou tanto no apoio aos professores para o uso de tecnologias quanto junto aos alunos da rede e seus familiares, realizando mais de 20 mil visitas nesses nove meses de pandemia para engajar e auxiliar famílias", disse a secretária.
Os cuidados socioemocionais também foram priorizados por Raimundo Mota, secretário de Educação e Cultura da cidade de Cruz, no Ceará. O educador ressaltou a atenção com os professores, que ficaram muito sobrecarregados no período, com a criação de um programa de mentoria personalizada aos profissionais. "O objetivo foi aprender com nossos pares, e não apenas para discussões de questões pedagógicas. Isso foi importante para abrir espaço para partilhar dores e emoções. O professor também precisa muito disso", explicou o secretário.
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