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Gestores no centro da transformação: como a Educação enfrentará crises e construirá futuros regenerativos

por Adriana Martinelli
Gestores no centro da transformação: como a Educação enfrentará crises e construirá futuros regenerativos
Como enfrentar crises e construir futuros regenerativos a partir da educação? Foto: Freepik.
Estratégias como fortalecer redes de colaboração, investir em tecnologia e promover formações contínuas são essenciais para enfrentar os desafios da educação atual

Os desafios para uma educação de qualidade e equânime nunca foram tão urgentes. Os tempos atuais exigem novas estratégias para enfrentar crises e preparar escolas e gestores para um novo futuro. Este é o momento para repensar, refazer e reimaginar a educação. 

Como premissa básica, debater como gestores e educadores podem se preparar para um mundo em rápida transformação, onde inovação e adaptação são essenciais.

Para isso, diversos caminhos são apontados no sentido de aprofundar discussões, diálogos e práticas efetivas. Um dos principais coloca o gestor no centro da conversa sobre essa transformação rápida, acelerada que impõe novos desafios cotidianamente. Outro são os aspectos intrínsecos próprios dos novos tempos, que envolvem enfrentar as crises existentes e trabalhar na construção de futuros regenerativos.

O gestor no centro da conversa  

O gestor precisa agir para transformar a escola. Estratégias como fortalecer redes de colaboração, investir em tecnologia e promover formações contínuas são essenciais para enfrentar os desafios da educação atual.

Decidir, tomar decisões assertivas e agir geram angústia em todos. Compreensível que afete também educadores e gestores. Angústia porque o gestor precisa colocar em movimento ações que, na prática, ainda não estão definidas, mas que precisam de soluções para que sejam criadas. 

Ao nos concentrarmos nas urgências e nas diversas crises existentes e desafiadoras, é imprescindível que o gestor esteja no centro da conversa. Até porque quando as urgências se multiplicam, precisamos ter empatia e praticar o acolhimento face às crises individuais em meio a um mundo complexo. E dentro das escolas, individualmente, está o gestor.

É neste cenário que a Bett Brasil, evento tradicional e reconhecido como o maior e mais abrangente sobre Inovação e Tecnologia para a Educação da América Latina, se posiciona como palco para o diálogo, onde apresenta oportunidades, soluções e tendências.

De 28 de abril a 1º de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, a 30ª edição da Bett Brasil será um espaço essencial para esse debate sobre o presente e o futuro da educação.

Não trará todas as respostas, mas oferecerá um panorama atualizado do que acontece no Brasil e no mundo. Não dará respostas fáceis e imediatas sobre os desafios prementes, mas abrirá portas para uma reimaginação da educação que temos no presente, assim como “pitadas” sobre as tendências para o futuro. 

Não à toa, o evento deste ano colocou como tema central um pensamento que tem profundas e simbólicas mensagens a todos os entes educacionais, para as futuras gerações, para educadores e gestores: “Educação para enfrentar crises e construir futuros regenerativos”.

A proposta é olhar para as infinitas possibilidades de sistemas sustentáveis e resilientes, com foco na regeneração dos recursos naturais, nas questões sociais, emocionais e, inevitavelmente, educacionais. 

Esse é um tema que requer a participação de todos na sociedade. Evidente que, tendo a Educação como elo principal para enfrentar as mais diversas crises e construir futuros regenerativos, vale reiterar a importância dos gestores no centro dessas conversas. 

Ao longo dos anos, a Bett Brasil aperfeiçoou o Fórum de Gestores, espaço dedicado ao diálogo, aos debates e propostas, para pensar na resolução e no enfrentamento das crises que permeiam a humanidade, e obviamente incidem na educação, nos estudantes, nos educadores e nos gestores.

Com base na realidade educacional brasileira e global, podemos antecipar estratégias para lidar com crises e preparar gestores para as mudanças aceleradas que exigem adaptação constante.

Macrotema e seus alicerces  

Como enfrentar crises e construir futuros regenerativos a partir da educação? O tema central da 30ª edição da Bett Brasil traz a proposta de reimaginar e apresentar as mais variadas possibilidades para que a educação seja o ponto de partida para enfrentar as várias crises, com o pensamento em construir futuros regenerativos. 

Daí a importância de discutir esse assunto e saber quais crises estão postas e de que forma a educação ajuda a resolvê-las. E isso exige um debate calcado em alicerces com bases sólidas e profundas. 

Discussões da Bett Brasil 2025

30ª edição da Bett Brasil reunirá especialistas para discutir os desafios, tendências e soluções para educação. Foto: Bett Brasil.

Essa reimaginação e reconstrução por meio da educação são viáveis e necessitam de alicerces que evitem que a estrutura educacional afunde ou sofra deformações ao longo do tempo; que esteja protegida contra movimentos do solo, erosão e outras forças naturais, e que aumente a vida útil e garanta a segurança e a integridade de toda a sociedade. 

Para reimaginar e construir futuros regenerativos, tão essencial é também compreender qual a relação das famílias com o ecossistema educacional e promover ainda mais o protagonismo dos estudantes, assim como a autonomia dos professores e a liderança dos gestores. 

Tudo isso sem deixar de questionar aspectos essenciais, como o que está funcionando dentro e fora das salas de aula e nas escolas? Se não está dando resultado, como resolver essas dores, essas angústias? 

E é para questionar, debater e dialogar que a Bett Brasil traz novamente renomados especialistas, educadores, formadores de opinião e influenciadores brasileiros e internacionais para apresentarem distintas visões sobre a escola, a sociedade e o mundo.

Para tais discussões, estão elencados alguns subtemas, alicerces base que irão sustentar o tema principal do evento, tais como:

  • Crise Climática: educação ambiental, ESG na educação e economia verde;
  • Inteligência Artificial: impacto na aprendizagem, personalização do ensino, desafios éticos e reorganização das escolas;
  • Saúde Mental: ansiedade, bullying, o impacto das redes sociais, o clima escolar e o bem-estar de alunos, professores e gestores;
  • Aprender a Fazer: formação profissional alinhada ao mercado de trabalho e ao Novo Ensino Médio. E as lacunas existentes na educação profissional e no ensino superior;
  • Acesso, permanência e equidade na educação: inclusão, evasão escolar, neurodiversidade, representatividade, educação em tempo integral, antirracista, indígena, quilombola e ribeirinha; 
  • Desenvolvimento Humano: educação socioemocional, formação de professores e novas metodologias.

Aprender a Fazer  

Ao tratar de futuros regenerativos no contexto da educação, a Bett Brasil fomenta também a formação docente e sua interação com o mundo.

A pedagogia regenerativa se insere como instrumento que promove o desenvolvimento de uma postura crítica e transformadora, introduz modelos educacionais escolares, com criatividade, resolução de problemas, pensamento crítico, feedbacks construtivos, cocriação de conhecimento e interação entre pares, elementos centrais para um processo dinâmico e contínuo de construção conjunta. 

O Fórum de Gestores é um dos espaços da Bett Brasil, onde vamos discutir os principais temas educacionais e de interesse de educadores e gestores. Ao observar as tendências e o que vem por aí, aprender a fazer é uma das questões que estão no radar de todo o sistema educacional. E não por acaso dos gestores brasileiros e mundo afora.

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Serão 16 sessões de conteúdo ao longo de 4 dias no Fórum de Gestores. Foto: Bett Brasil

Para ajudar no tema, convidamos Xavier Araguay, fundador e presidente da Reimagine Education, com mais de 45 anos de experiência em liderança e gestão de mudanças e inovação educacional em universidades, escolas e redes de escolas. 

Araguay estará na 30ª edição da Bett Brasil para falar justamente sobre o ato de “Aprender a Fazer”. Vai provocar questionamentos, vai instigar a reimaginação da educação, e se estamos preparados para liderar com a transformação educacional que está por vir em um mundo que muda em grande velocidade, que se transforma a cada instante e por múltiplas pressões: sociais, demográficas, familiares, econômicas, educacionais, administrativas e tecnológicas, especialmente com o surgimento e o desenvolvimento da Inteligência Artificial e seu impacto no processo de ensino e aprendizagem. 

Uma das propostas de Araguay é fazer uma pausa. Pausa para refletir, olhar o horizonte, antecipar as grandes mudanças em curso e como enfrentar as transformações profundas que precisam de liderança, e de bons gestores escolares. 

Afinal, o gestor é um agente essencial na transformação da educação. Seu papel vai além da administração: ele precisa liderar mudanças, construir soluções e adaptar-se a cenários desafiadores, sempre com uma visão estratégica e inovadora. Cabe também ao gestor saber escutar e liderar tais mudanças, ao observar os contextos desafiadores.

E o que vem por aí?  

Com tantas mudanças e avanços, o futuro da educação caminha para ser mais personalizado, tecnológico, dinâmico e alinhado às necessidades de uma sociedade em constante transformação. 

Em especial, os futuros regenerativos, a restauração por meio de ações que possam melhorar os ecossistemas, as comunidades e os processos sociais e econômicos ao longo do tempo.  

Essa abordagem está relacionada à sustentabilidade, à ecologia e ao design social, com o intuito de criar uma cultura regenerativa, uma prática constante de recuperação, renovação e fortalecimento de sistemas, que revitalizam e até melhoram o que foi danificado ou desgastado. 

Educação ambiental e científica para a democracia são duas áreas que se conectam profundamente. Ambas buscam formar cidadãos críticos e engajados com o bem-estar coletivo e a sustentabilidade. Até porque educadores, gestores e estudantes são agentes transformadores, comprometidos em resistir a forças que ameaçam a transição justa para uma economia de baixo carbono, onde não se prioriza o lucro em detrimento da justiça social e ambiental.  

A tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, impactará significativamente a educação e promete aprofundar essa transformação em 2025 e depois. Tende a se consolidar como uma parceira indispensável das escolas, atuando como assistente virtual e ajudando na elaboração de relatórios detalhados de desempenho.  

A IA auxiliará professores e gestores no planejamento de estratégias pedagógicas mais eficazes. Práticas como realidade aumentada e laboratórios maker, integrados à rotina escolar podem proporcionar experiências imersivas e inovadoras, transformando o papel do professor em facilitador e mentor. 

O foco na individualização do ensino, adaptando currículos e métodos ao perfil de cada estudante, continua a ser uma prioridade, criando ambientes inclusivos e focados em potencializar o desempenho individual. Por isso, as tecnologias para análises detalhadas de dados são grandes aliadas, pois podem garantir que as necessidades de cada aluno sejam mapeadas e atendidas de forma assertiva. 

O modelo tradicional de avaliação está sendo repensado, abrindo espaço para avaliações formativas e contínuas, que priorizam o desenvolvimento de competências como resolução de problemas, pensamento crítico e colaboração.  

A inclusão também ganha força com o aumento de diagnósticos de necessidades educacionais não convencionais. Planos educacionais individualizados (PEIs) e atividades personalizadas para alunos superdotados ou com altas habilidades demonstram um compromisso com a equidade. 

O aprendizado por meio de projetos também deve ser consolidado como uma metodologia eficaz para engajar alunos e desenvolver habilidades além do ambiente escolar. Será preciso conectar teorias e práticas e promover competências como trabalho em equipe, liderança e autonomia.  

Há também a urgência da escuta. E, como nunca é demais recorrer ao educador Rubem Alves, exemplifico: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil…”. 

Como todos sabem, a escola é o lugar para pensar, repensar, fazer, refazer e reimaginar. Por isso mesmo, a 30ª edição da Bett Brasil tem o compromisso com a inovação, com as tecnologias, como o reimaginar o pensamento para futuros regenerativos, para a transformação do conhecimento em sabedoria, para a identificação de tendências e preparação para o que está por vir. 

A Bett Brasil 2025 marca um novo ciclo para a educação: mais humana, conectada, inovadora, colaborativa, regenerativa e pronta para enfrentar os desafios do século XXI.

Sobre a autora:


Artigo publicado originalmente na Revista Escola Particular - edição março/abril.

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