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InteligêncIA: os impactos das novas tecnologias nas escolas

Redação Bett Blog
InteligêncIA: os impactos das novas tecnologias nas escolas
Foto: Bett Brasil
Subtema da Bett Brasil 2026 debate como a inteligência artificial pode transformar a educação com propósito, consciência ética e foco na inclusão

Com o tema central “Inteligências Individuais, Coletivas e Artificiais: todas em nós, agora! Quando elas dialogam, a educação se transforma”, a Bett Brasil, o maior evento de Inovação e Tecnologia para a Educação da América Latina, chega à sua 31ª edição, de 5 a 8 de maio de 2026, no Expo Center Norte, em São Paulo. As inscrições estão abertas e podem ser feitas aqui.

Para aprofundar o macrotema, o Bett Blog preparou uma série de quatro matérias dedicadas aos subtemas que estruturam a programação do evento. Neste texto, será abordado o eixo ‘InteligêncIA – Inteligências Artificiais’, que apresenta a inteligência artificial aplicada à educação de forma ética e prática. Inclui agentes inteligentes, Physical AI, letramento digital, personalização da aprendizagem e o uso pedagógico de plataformas digitais.

Traz também o debate sobre algoritmos, redes sociais e dados, mostrando como a IA pode apoiar práticas pedagógicas, transformar a sala de aula e gerar novos modelos de negócios educacionais.

A inteligência artificial consolidou-se como uma das forças estruturantes do século XXI, mas sua entrada no campo educacional exige algo que vai muito além de dominar ferramentas: exige consciência crítica, visão sistêmica e responsabilidade social.

Para o pró-reitor acadêmico da FIAP e conselheiro da Bett Brasil, professor Dr. Wagner Sanchez, a IA não é apenas uma ferramenta, mas “um novo ambiente cognitivo”, capaz de reorganizar a maneira como pensamos, aprendemos e interagimos com o conhecimento. Por isso, ao compreender a IA de forma crítica e consciente, segundo ele, as escolas estão potencialmente redefinindo o papel da educação na Era Inteligente.

Sanchez afirma que a IA generativa amplia capacidades humanas ao favorecer a criação, a resolução de problemas e a personalização de aprendizagens, mas também impõe novas exigências em governança, reflexão ética e curadoria digital. “Mais do que ensinar a usar a tecnologia, precisamos ensinar a dialogar com ela”, defende.

Wagner Sanchez na Bett Brasil

Wagner Sanchez explica a importância do uso consciente da IA no setor educacional. Foto: Reprodução

A formação de educadores, portanto, precisa incluir o que o professor chama de letramento em IA, uma alfabetização que permite entender, utilizar e questionar os sistemas inteligentes.

“Quando a escola assume esse papel, deixa de ser apenas transmissora de conteúdo e passa a ser um espaço de consciência digital e formação ética”, afirma. Para Sanchez, esse movimento prepara cidadãos capazes de conviver com a tecnologia de maneira crítica, produtiva e humana.

Essa análise encontra ressonância na visão do diretor de Inovação e Tecnologia da Fundação Lemann e também conselheiro da Bett Brasil, Guilherme Cintra. Para ele, a escola tem a prerrogativa de se inserir no seu tempo, e ignorar a inteligência artificial significaria renunciar à compreensão de parte essencial da vida contemporânea.

“A tecnologia está presente em basicamente tudo. Abdicar de tratá-la é abdicar de discutir uma esfera fundamental de como se produz conhecimento hoje, por exemplo”, explica. Ele ressalta que, com a popularização da IA generativa, os estudantes passaram a interagir com sistemas inteligentes de forma abrupta, e isso torna ainda mais urgente que a escola ofereça mediação crítica e segura.

Guilherme Cintra na Bett Brasil

Guilherme Cintra ressalta que é preciso pensar de forma pedagógica a integração da IA. Foto: Reprodução.

Cintra observa que o uso acrítico da IA pode comprometer o desenvolvimento de habilidades cognitivas importantes, já que o estudante corre o risco de terceirizar o raciocínio para a máquina. “Outro ponto que é preciso estar atento é que os algoritmos carregam vieses derivados dos dados com os quais foram treinados e da base de informação que está por trás desses modelos”, afirma.

Ele também destaca o risco de ampliação das desigualdades, uma vez que tecnologias inovadoras tendem a ser absorvidas primeiro por grupos com maior acesso a equipamentos, conectividade e formação. “Sem políticas públicas coordenadas, a IA pode ampliar desigualdades educacionais, ainda que tenha potencial para reduzi-las”.

IA como ferramenta de inclusão

Sanchez reforça que a IA só será verdadeiramente transformadora se for “inclusiva por design”. “Isso implica desenvolver competências em todos os níveis - gestores, professores e alunos - que combinem tecnologia e humanidade”, afirma. Ele destaca quatro pilares centrais:

  • Letramento digital crítico: compreender como algoritmos funcionam, quais dados utilizam e como influenciam decisões pedagógicas e sociais.
  • Criatividade ampliada: usar a IA como parceira no processo criativo e na resolução de problemas complexos.
  • Ética e Governança Algorítmica: avaliar impactos, reconhecer vieses e aplicar princípios de equidade nos sistemas inteligentes.
  • Empatia tecnológica: entender que a IA é mais potente quando apoia a diversidade humana e os diferentes modos de aprender.

Na visão do professor, essas competências se consolidam com ações de formação continuada, projetos reais de personalização da aprendizagem, políticas de governança de dados e transparência no uso de plataformas digitais.

“A IA pode ser a maior aliada da inclusão se for usada para ampliar vozes e não para silenciá-las. Integrada com propósito pedagógico, ela não substitui o professor, mas potencializa o ato de ensinar, tornando-o mais humano, sensível e inteligente”, afirma.

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No campo curricular, Cintra lembra que o Brasil já avança com a Base Nacional Comum Curricular de Computação, que pode evoluir para contemplar habilidades relacionadas à IA. Ele afirma que não é necessário criar uma disciplina totalmente nova, mas estruturar um currículo consistente que integre o tema de forma transversal ou vertical, conforme a realidade de cada rede.

O essencial, segundo ele, é garantir a convergência entre políticas locais e uma orientação nacional. “É preciso pensar a integração da IA pedagogicamente, e não apenas de forma técnica na lógica das escolas”, completa.

A transição para a Era Inteligente, como destacam os conselheiros, é antes de tudo cultural. Exige preparar professores para orientar estudantes em um ambiente permeado por algoritmos, plataformas e agentes inteligentes e preparar os próprios estudantes para serem sujeitos ativos desse processo, e não apenas consumidores de respostas automáticas.

Ao reunir essas discussões, o subtema InteligêncIA da Bett Brasil 2026 evidencia um caminho: a inteligência artificial não transforma a educação sozinha, mas potencializa transformações quando integrada com propósito, equidade e visão humanizada.

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