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04 ago 2023

Metaverso e Inteligência Artificial transformam o ensino

Felipe Morgado
Metaverso e Inteligência Artificial transformam o ensino
Tecnologias viabilizam processo de aprendizagem mais imersivo e personalizado. SENAI já tem experiências na educação profissional

O metaverso, compreendido por uma miríade de tecnologias imersivas como realidade virtual (RV), mista (RM) e aumentada (RA), e a inteligência artificial podem ser elementos chave para uma reinvenção da educação. Cada vez mais acessíveis, esses recursos deixaram o status de tendência. Experiências pioneiras já nos mostram o potencial para melhorar a forma como ensinamos e aprendemos e o tamanho do desafio.

Nunca se falou tanto de inteligência artificial. Para o setor produtivo, as vantagens são claras. Estudos apontam que, dependendo do setor, a produtividade pode aumentar em até 40%. As empresas também têm enxergado as várias possibilidades criadas pelo metaverso, que deve movimentar centenas de milhares de dólares até o ano de 2030, sendo utilizado pelos mais diversos setores, do comércio e serviços até a educação.

Para as instituições de ensino, a última edição do Horizon Report 2023, publicado pela Educause, aponta os fatores que devem moldar o futuro – e impulsionar o uso da IA e do metaverso: os estudantes demandam modalidades mais flexíveis e convenientes de aprender; a dicotomia do presencial versus o on-line está sendo repensada; e as tecnologias low code, que permitem o desenvolvimento de aplicações e programas mesmo sem conhecer linguagens de programação, já começam a ganhar espaço.

Metaverso: um mundo de possibilidades

Na educação, o metaverso permite a realização de atividades imersivas em que estudantes e docentes se conectam em espaços autênticos e ricos em possibilidades de aprendizagem. Trata-se de interagir em um mundo digital de três dimensões, onde as pessoas podem se encontrar, ter experiências sociais e colaborativas. Com diferentes tecnologias é possível até vivenciar experiências multissensoriais como ver, sentir e interagir com objetos e outras pessoas.

Tal recurso pode ser especialmente útil no estudo de temas complexos que requerem altas capacidades de abstração pelos estudantes. A realidade virtual (RV) estimula diferentes sentidos do corpo humano como tato, olfato, audição e paladar, por exemplo. Já a realidade aumentada (RA) permite a projeção de objetos virtuais em 3D e sua manipulação, potencializando a interação e despertando maior atenção e engajamento do estudante pelo conteúdo e tema que estão sendo abordados. Assim, os docentes criam um ambiente mais estimulante, contribuindo para melhor engajamento, compreensão e aprendizado dos alunos.

Além disso, o metaverso ultrapassa barreiras físicas e geográficas. Pessoas de diferentes partes do país e do mundo podem interagir, compartilhando conhecimentos e desenvolvendo competências de forma colaborativa. Aprender sobre diferentes culturas, desenvolver a colaboração ou mesmo abrir oportunidades para trabalho conjunto em projetos com alunos de outras escolas estão entre as vantagens.

Algumas instituições educacionais abraçaram essas tecnologias e criaram escolas virtuais, laboratórios interativos e recursos didáticos digitais que apoiam o desenvolvimento de competências pelos estudantes. Porém, até o momento, são iniciativas isoladas em nosso país, evidenciando a urgente necessidade do Brasil em promover a transformação digital na educação. É preciso elevar o grau de maturidade e superar o nível inicial que ainda se encontram a maioria das escolas, especialmente as públicas, associado a aspectos de infraestrutura de TI, mudança de cultura, processos digitais e novas práticas pedagógicas.

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IA: ensinar e aprender de maneira mais efetiva

Vivemos um momento de expansão do uso da inteligência artificial nos mais diversos setores produtivos, que impulsiona o surgimento de novos processos e modelos de negócio e cria a necessidade de os trabalhadores desenvolverem novas competências. Para a educação, a IA desempenha um papel fundamental para uma das tendências que citamos no início desse artigo: uma educação mais personalizada e flexível às necessidades e aos anseios dos estudantes. Com ela, é possível ter acesso a assistentes virtuais que dão feedback imediato às dúvidas que surgem ao longo do curso e oferecer estratégias e recursos aderentes às necessidades de cada um.

Uma primeira etapa da transformação digital envolve a digitalização de processos e ferramentas. A partir de uma vasta quantidade de dados, os docentes e as instituições de ensino podem ter insights que melhoram a prática pedagógica; elaborar conteúdos e avaliações educacionais; desenvolver recursos didáticos; e construir currículos. Os algoritmos agilizam a implementação de melhorias no processo de ensino e aprendizagem, podendo impactar diretamente nos indicadores de conclusão dos cursos e, o mais importante, no efetivo desenvolvimento das competências pelos discentes.

Como a IA e o metaverso convergem para a inovação do ensino

IA-Educação

Quando essas duas tecnologias se encontram, novas possibilidades para a educação surgem. Por ser um ambiente virtual, o metaverso agrega dados ricos sobre as ações e o desempenho dos alunos nas diversas atividades desenvolvidas. Com esses dados, podemos utilizar a IA para personalizar o ensino com a adaptação de conteúdos, atividades e estratégias pedagógicas, de acordo com as necessidades de cada um. Ou seja, criar conteúdo, como vídeos, animações e avaliações educacionais, segundo as dificuldades e os estilos de aprendizagem do aluno. Outro benefício é complementar um conteúdo complexo, que demanda alta capacidade de abstração e está somente em formato textual, com recursos adicionais no formato de podcasts, jornadas virtuais no metaverso ou videoaulas.

O SENAI possui um programa de tecnologias educacionais (PSTE) com frentes que apoiam Edtechs para desenvolver as soluções como produtos educacionais e transferir as tecnologias para as salas de aula. Com referência ao metaverso, desde 2022, o SENAI Experience busca tornar a aprendizagem mais significativa e prática, proporcionando experiências únicas e envolventes por meio de recursos imersivos como realidade virtual (metaverso e simuladores), tours virtuais em oficinas e laboratórios, vídeos 360º e realidade aumentada.

Imagine aprender explorando uma fábrica automatizada 4.0, realizar experimentos em um laboratório virtual ou mergulhar em um ambiente industrial. Tudo isso é possível de casa ou na escola com o SENAI Experience. O PSTE também está trabalhando com IA e já existe um assistente virtual chamado CADU, que está em constante evolução para apoiar os estudantes nos seus estudos.

Escola provoca mudança cultural

A nossa sociedade está vivenciando de forma cada vez mais acelerada as inovações tecnológicas que moldam a forma como as pessoas vivem, trabalham e interagem. A educação não pode ficar para trás. Precisa acompanhar este processo contínuo de evolução, para oferecer aos estudantes experiências de aprendizagem cada vez mais relevantes, personalizadas e significativas. A escola tem um papel essencial na transformação digital da sociedade e o metaverso e a IA representam um novo horizonte para o processo educacional. Cada experiência de aprendizagem que utiliza essas novas tecnologias apoia na mudança de cultura e induz a utilização dentro e fora de seus muros.

As novas tecnologias trazem novos paradigmas. Enquanto exploramos as fronteiras da educação, é necessário abraçar essas soluções de forma ética, consciente e inclusiva. As tecnologias educacionais devem ser encaradas como um meio que apoia docentes e estudantes ao longo das jornadas formativas e não o contrário. Os dois temas discutidos nesse artigo têm potencial de impulsionar novos modelos de ensino preparando os estudantes para uma sociedade cada vez mais conectada e integrada com as novas tecnologias, além de estimular docentes em ressignificarem seus papéis focando na interação e orientação dos estudantes para que desenvolvam as competências propostas.

Apesar de muitos desafios a serem superados, a transformação digital na educação é o caminho para viabilizar as condições para atender as demandas atuais crescentes de flexibilização e personalização no processo educacional. Além disso, conforme apontam vários estudos internacionais, a transformação digital da educação é o meio para garantir que os estudantes possam concluir sua formação com as competências necessárias para viver e atuar na economia e na sociedade digital. Quanto mais distante ou prolongado for este processo, maiores as chances de aumentar as disparidades nas trajetórias de carreira e de emprego.

Sobre o autor:


*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Bett Brasil.

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