O ingresso de novos estudantes na educação superior privada registrou retração em três dos seis primeiros meses de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. O cenário, apontado por análise da Hoper Educação em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), é atribuído principalmente à reconfiguração da oferta de cursos diante do esfriamento da demanda pela educação a distância (EAD).

O levantamento indica que, no agregado das modalidades, o desempenho do primeiro semestre ficou abaixo do observado no ano passado. O relatório da pesquisa destaca que com o novo ciclo já em andamento, o setor inicia o segundo semestre pressionado, sem um motor claro de crescimento e sob o impacto de mudanças regulatórias.

A pesquisa segmentou o desempenho em três modalidades: presencial, EAD semipresencial e EAD online, diferenciadas pelo grau de presencialidade. O formato online foi o mais afetado, com queda em cinco dos seis primeiros meses do ano, apesar de um pico isolado em maio. O ensino presencial também registrou retração em janeiro (-5%), fevereiro (-3%), abril (-2%) e junho (-1%), mas apresentou sinal de recuperação em maio, com alta de 4%, indicando leve retomada do interesse dos estudantes pela vivência no campus.

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Mesmo em um cenário econômico desafiador, a modalidade presencial mantém percepção de valor associada à qualidade acadêmica e à experiência universitária, fatores que ganham força após anos de crescimento acelerado da EAD. Desde 2023, os dados reforçam uma tendência: o presencial amplia participação, o semipresencial mantém estabilidade e a EAD online perde espaço, sinalizando saturação, embora ainda represente a maioria das matrículas.

A expectativa para o segundo semestre é cautelosa. Uma enquete realizada em maio com gestores educacionais revelou que 74% das instituições projetam dificuldades para manter o ritmo de captação, sobretudo pela queda na demanda e pela necessidade de reposicionar ofertas.

O estudo da Hoper e da ABMES considerou dados de 311 instituições privadas de ensino superior, que juntas representam 46% dos ingressantes e 36% do total de matrículas no Brasil. A amostra tem representatividade nacional e reflete as diferentes realidades regionais do setor privado, com grau de confiança de 95% e margem de erro de 5%.

Fonte: ABMES.

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