Comunicação Não Violenta promove ambiente mais inclusivo e respeitoso nas escolas
As relações interpessoais e a consciência social desempenham um papel fundamental na aprendizagem para que os estudantes tenham as ferramentas necessárias para lidar com a vida adulta. Ao fortalecer as relações entre todos - gestores, professores, alunos, equipe escolar e pais - é possível promover um ambiente escolar mais inclusivo e respeitoso.
Neste contexto, a inclusão dos princípios da Comunicação Não-Violenta (CNV) no ensino escolar é a fórmula para a construção de uma comunicação mais clara e saudável. A CNV é um termo criado pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, especialista em mediação de conflitos. A prática foi desenvolvida na década de 1960 com o objetivo de estabelecer a expressão autêntica dos sentimentos e necessidades, bem como na escuta ativa e acolhedora, aplicando elementos essenciais para uma comunicação construtiva.
“As relações humanas, frequentemente, são marcadas por conflitos interpessoais, bem como por ruídos na comunicação. Ao invés de se utilizar uma comunicação assertiva e não violenta, muitas vezes, os diálogos são marcados por violência e/ou passividade. Sendo assim, percebe-se a importância e a urgência de promover capacitações em escolas, que abordem a prática da Empatia e da Comunicação Não Violenta (CNV)”, relata o psicólogo e especialista em TCC (Terapia Cognitivo - Comportamental), André Daconti.
Especialista André Daconti será um dos palestrantes da Jornada Bett Nordeste
Para as escolas, entre os benefícios da CNV, estão a redução de conflitos interpessoais, uma vez que os estudantes aprendem a expressar seus sentimentos e necessidades de maneira não violenta; o desenvolvimento da empatia, porque incentiva os estudantes a se colocarem no lugar do outro e, assim, promoverem a empatia e o respeito mútuo; a melhoria das habilidades de comunicação de maneira clara e eficaz e a promoção do bem-estar emocional, ao reconhecer e validar os sentimentos uns dos outros e promover uma maior inteligência emocional, contribuindo para o bem-estar e saúde mental dos alunos.
A Comunicação Não-Violenta é uma temática que será abordada na Jornada Bett Nordeste, evento itinerante da Bett Brasil, que será realizado nos dias 4 e 5 de setembro, no Recife Expo Center, em Recife/PE. O psicólogo André Daconti é um dos palestrantes convidados do evento e participará do painel: “Bem-Estar Escolar: Felicidade e Comunicação Não Violenta”, junto com a gerente de Inovação da Universidade de Pernambuco, Patrycia Alves.
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Para Daconti, a Jornada Bett Nordeste será um evento muito rico, com a presença de excelentes profissionais e que vai oferecer a oportunidade de troca de experiências sobre assuntos relevantes. Os diálogos do evento serão norteados pela temática central: “Inteligência Artificial (IA) e Inteligência Emocional (IE) na educação: o que devemos aprender?”.
“A Inteligência Artificial é algo real e que precisamos saber como utilizá-la de maneira proveitosa, ética e construtiva. Por outro lado, a Inteligência Emocional vem ganhando cada vez mais espaço em nossas escolas e é urgente debatermos com nossos alunos, gestores e formadores a respeito das nossas emoções e habilidades socioemocionais. Nesse sentido, também é importante destacar outra habilidade social, a Comunicação Não Violenta, porque é preciso que os espaços de educação estejam mais abertos e treinados para desenvolver habilidades de escuta, assertividade, acolhimento, empatia e um diálogo afetivo e efetivo”, ressalta o especialista.
CNV na Prática
Daconti desenvolveu uma Oficina de CNV na Prática, que é oferecida como um recurso para escolas de todo o Brasil. Segundo ele, com as atividades interativas, dinâmicas de grupo e exemplos do mundo real, os participantes vivenciam uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
“A ideia é que cada participante saia da oficina refletindo sobre sua forma de se comunicar com as pessoas. Muitas vezes, somos violentos em nossa fala. Somos irônicos e passamos longe do respeito e da empatia. O pior é que a gente nem percebe, até porque, infelizmente, o mundo está acostumado à comunicação violenta”, afirma Daconti.
A Oficina de CNV na Prática nas escolas abrangem uma série de habilidades cruciais, como:
- 1. Utilização da escuta ativa, acolhedora e empática;
- 2. Identificação, compreensão e a comunicação dos sentimentos e das necessidades de maneira autêntica e assertiva;
- 3. Observação das situações de forma objetiva e não avaliativa;
- 4. Resolução dos conflitos de maneira positiva e construtiva;
- 5. Cultivo da empatia nos ambientes em que vivemos;
- 6. Contribuição do respeito e da assertividade nas relações.
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