Leitura é instrumento de conscientização
Recentemente, uma escola suspendeu a leitura da obra "O menino marrom", de Ziraldo, porque algumas famílias reclamaram de alguns trechos da obra e a escola preferiu a suspensão à abertura de espaço para a reflexão sobre o assunto entre família e escola.
Que pena esta escolha, porque o livro é rico em oportunidades para trabalharmos competências e habilidades importantes na atualidade.
O próprio questionamento da obra já abriria espaço para uma reflexão sobre respeito à diversidade, pluralidade de opiniões, valorização da tolerância, entre tantos outros temas.
A escola deve ser espaço para reflexão, para o desenvolvimento do pensamento crítico e da obra possibilita tudo isso, além de ser um recurso para promovermos uma cultura de paz.
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Outro aspecto a ser considerado é que a escola deve ter claros os objetivos de aprendizagem referentes a cada escolha pedagógica e, a partir deles, defender suas propostas de trabalho envolvendo toda a comunidade no alcance desses objetivos.
Em tempos de tanta polaridade de ideias, intolerância, bullying e cyberbullying é urgente trazer para a sala de aula a discussão sobre racismo, etarismo, xenofobia, capacitismo e misoginia, entre tantos outros assuntos da atualidade.
E para isso, a literatura pode ser um recurso importante. Não podemos esquecer que toda obra retrata o contexto em que foi escrita e nós, educadores, competimos reflexões sobre isso e atualizamos cada contexto no momento presente.
Educadores, somos nós os responsáveis pelas escolhas que fazemos, pelas obras que escolhemos, pelos autores que trazemos para a sala. Por isso, sejamos consistentes com as habilidades que devemos desenvolver e que estão previstas na BNCC e com os valores que queremos desenvolver para uma sociedade mais humana, fraterna e solidária onde prevalece uma cultura de paz.
Sobre a autora:
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Sandra Andrade Scapin
Pedagoga e especialista em docência do Ensino Superior pela PUC-SP
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Bett Brasil.
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