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Edtechs brasileiras enfrentam desafios estruturais, mas despontam com potencial de competitividade global

Redação Bett Blog
Edtechs brasileiras enfrentam desafios estruturais, mas despontam com potencial de competitividade global
Especialistas avaliam os obstáculos enfrentados pelas startups de educação no Brasil e apontam as possibilidades que ainda precisam ser exploradas

Apesar do potencial, o mercado de edtechs no Brasil ainda lida com obstáculos, como a falta de infraestrutura tecnológica, o acesso limitado a investimentos e a resistência de gestores educacionais em adotar novas soluções. Porém, especialistas indicam que, com a criatividade e a capacidade de adaptação dos empreendedores brasileiros, o país tem o que é necessário para competir globalmente.

Para o fundador e CEO da School Guardian, Leo Gmeiner, um dos principais desafios para o crescimento das startups de educação no Brasil está relacionado ao receio das instituições de ensino em adotar novas tecnologias e experiências enriquecedoras. 

“Ainda que seja muito compreensível, já que gestores e educadores muitas vezes veem a inovação como um risco, esse receio impede as instituições de ensino de experimentarem e validarem se as tecnologias disponíveis realmente fazem sentido para as suas necessidades”, afirma.

Gmeiner ressalta que é preciso abrir mais oportunidades para conversas e ensinar os empreendedores sobre os desafios que a gestão escolar e a sala de aula estão enfrentando, uma vez que conectar as necessidades reais ao potencial das startups de resolver problemas pode ser o caminho para superar esse obstáculo.

O fundador e CEO da Learnbase e embaixador de Empreendedorismo Social da London School of Economics no Brasil, Lars Janér, aponta outros desafios para o crescimento das edtechs no país. Ele destaca a falta de infraestrutura tecnológica em muitas regiões do país, a ausência de políticas públicas que incentivem a inovação, e as limitações de orçamentos, tanto públicos quanto privados, como alguns dos principais obstáculos.

“A dificuldade de equilibrar os resultados de longo prazo com as expectativas de investidores, em um cenário de altíssimas taxas de juros, também afetam o ritmo de desenvolvimento do setor", explica.

E saindo do Brasil, no cenário global, o mercado de edtechs é competitivo? Gmeiner é enfático ao afirmar que o Brasil tem empreendedores criativos e soluções robustas adaptadas às necessidades locais. "Temos muitas soluções que estão em sintonia com as regulações e conteúdos nacionais, além de contar com o apoio de grandes provedores de tecnologia globais", avalia.

Leo Gmeiner palestrante na Arena Startups

Leo Gmeiner sugere aproximar empreendedores dos desafios que as escolas estão enfrentando

Ele reconhece, no entanto, que em outros países, nos quais a adoção de tecnologia e o acesso a investimentos são mais avançados, o processo de desenvolvimento e aquisição de soluções educacionais acontece de maneira mais ágil.

Janér concorda que a criatividade dos empreendedores brasileiros é um ponto positivo, em contraste com o acesso à infraestrutura e investimentos maiores em outros países.

“O Brasil é competitivo em vários aspectos, especialmente no que se refere à inovação em modelos de negócios e na adaptação de soluções para o ensino em larga escala. Entretanto, comparado a países com maior investimento em educação e tecnologia, como Estados Unidos e China, ainda temos um caminho a percorrer, principalmente no acesso ao capital de risco e em infraestrutura”, diz ele.

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O fundador e CEO da Learnbase pontua ainda que o Brasil tem mostrado criatividade ao adaptar tecnologias emergentes para realidades complexas, como o uso de edtechs em áreas remotas, o que é uma vantagem única que pode ser explorada no cenário global.

Inovações em IA e tecnologias emergentes no futuro das edtechs

Ao analisar as tendências de mercado que moldarão o futuro das edtechs no Brasil no que diz respeito a tecnologias emergentes, ambos especialistas enfatizam a Inteligência Artificial como a tecnologia que é a sensação atual. "A IA é, sem dúvida, o assunto do momento", comenta Gmeiner.

Ele observa, entretanto, que os investidores estão atentos ao que virá depois, interessados em entender quais problemas específicos a IA será capaz de resolver no campo da educação. "Temas como qualidade da aprendizagem, gestão por dados, redução do absenteísmo e adaptação do ensino são tópicos que surgem constantemente nessas discussões", explica Gmeiner.

Para Janér, estamos vendo uma evolução significativa no uso de IA, com plataformas que integram essa tecnologia para oferecer experiências de aprendizado personalizadas, como chatbots e tutores virtuais.

Lars Janer - educação

Para Lars Janér, edtechs que conseguirem adaptar inovações ao contexto local terão vantagem competitiva

Ele também menciona o uso de analytics para tomadas de decisões baseadas em dados e o crescente interesse por tecnologias como realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR) e blockchain para autenticação de diplomas e certificações digitais. "Essas inovações estão ganhando espaço, e as edtechs brasileiras que conseguirem adaptá-las ao contexto local, focando em acessibilidade e inclusão terão uma vantagem competitiva", destaca.

Comitê de Edtechs na Bett Brasil busca aproximar gestores da tecnologia

Leo Gmeiner e Lars Janér são membros do Conselho Consultivo da Bett Brasil, como integrantes do Comitê de Edtechs. A Bett Brasil anunciou recentemente a renovação do seu Conselho Consultivo, responsável por apoiar suas estratégias e iniciativas, indicar tendências e fomentar o relacionamento com o setor educacional ao longo do ano todo.

"Esse comitê cria um espaço no qual lideranças do setor podem trocar experiências e alinhar iniciativas que impactem diretamente a qualidade do ensino. Minha motivação em aceitar o convite está no desejo de contribuir para o desenvolvimento das edtechs no Brasil. Quero ajudar a criar um ambiente onde a inovação possa prosperar, trazendo benefícios tanto para as instituições de ensino quanto para os alunos", conclui Janér. Ele acredita que a Bett Brasil, sendo uma das principais referências globais, é o local ideal para influenciar positivamente o mercado educacional.

"É essencial a criação e manutenção desse Comitê de EdTechs, que oferece uma visão mais clara das necessidades do setor educacional e as coloca em diálogo com as soluções propostas pelas startups. Essa aproximação é um passo importante para superar a resistência à inovação, ao justamente diminuir a distância e o receio entre os gestores e educadores em relação às novas tecnologias", finaliza Gmeiner.

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