Relação com professores e apoio familiar impulsionam propósito de vida de estudantes, aponta estudo
Uma pesquisa inédita conduzida pelo Instituto Ânima, em parceria com o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação e Economia Social da USP (Lepes/USP), identificou que a qualidade da relação entre professor e aluno exerce forte impacto na formação do propósito de vida dos estudantes.
O estudo analisou 500 mil respostas de profissionais da educação e estudantes das redes públicas dos estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pará e São Paulo, em três rodadas realizadas entre 2023 e 2024.
“O grande resultado que a gente encontra nessa pesquisa é entender que o estudante que está em contato com o professor, ou seja, que pode ter uma relação com o professor e sente confiança para ter essa relação, tem melhores indicadores de propósito de vida. Esse é o principal achado”, disse à Agência Brasil o gerente-executivo do Laboratório de Inovação em Políticas Públicas Educacionais (Lippe), Gustavo Mendonça Blanco. Ele ressaltou ainda que o apoio familiar desempenha papel igualmente decisivo.
A pesquisa, intitulada “Avaliação Diagnóstica: Pesquisa com Professores e Estudantes sobre Projeto de Vida, Saúde Mental, Clima Escolar e Competências Socioemocionais”, revela que jovens que dizem poder contar com seus professores têm, em média, 16% mais propósito de vida em comparação aos que não se sentem apoiados. Quando o apoio vem da família, esse índice sobe para 20%.
A sondagem, voltada majoritariamente ao ensino médio e a estudantes do 8º e 9º anos, reforça a importância das relações de confiança com adultos de referência. “Essa relação é muito importante para o desenvolvimento do propósito de vida”, destacou Blanco.
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Saúde mental e fatores de risco
Ao correlacionar saúde mental e propósito de vida, o estudo mostra que, mesmo entre jovens com indicadores semelhantes de saúde mental, aqueles que contam com o apoio de um professor chegam a ter 30% mais propósito de vida.
O levantamento também mapeou fatores de risco que afetam o bem-estar emocional dos estudantes dentro e fora da escola, influenciando sua capacidade de projetar o futuro:
- 29% afirmam que os estudos prejudicam sua saúde mental;
- 26% já sofreram bullying;
- 24% sentem pressão para atender a padrões de beleza;
- 21% estão angustiados com a situação financeira da família;
- 16% sentiram-se sozinhos no último ano;
- 13% se veem compelidos a reproduzir comportamentos das redes sociais.
Entre os fatores que mais contribuem para a construção de um propósito de vida, as competências socioemocionais aparecem em primeiro lugar, com 54,9%. Em seguida, surgem a relação com o professor (14,7%), a saúde mental (14,5%), o apoio familiar (11%) e características individuais (4,7%).
Fonte: Agência Brasil
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