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18 fev 2025

Escolas precisam se adaptar à nova realidade do clima

Redação Bett Blog
Escolas precisam se adaptar à nova realidade do clima
Calor extremo adia aulas no Brasil. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
No Brasil, 1,7 milhão de alunos ficaram sem aulas por crises climáticas em 2024, segundo a Unicef

O atraso no ano letivo no Rio Grande do Sul, causado pela onda de calor que levou as temperaturas a atingirem 43°C, é mais um indício dos impactos da crise climática na Educação. No Brasil, eventos extremos como enchentes no Sul e queimadas em diversas regiões do país afetam o acesso, a permanência e a aprendizagem de milhões de estudantes, interrompendo as atividades escolares.

De acordo com relatório do UNICEF, mais de 240 milhões de estudantes em 85 países tiveram os estudos interrompidos durante 2024 por eventos climáticos extremos. No Brasil, 1,7 milhão de alunos ficaram sem aulas.

Para o dado Brasil, foram considerados dois contextos. As enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram mais de 2 mil escolas da rede estadual de Educação - com isso 741 mil estudantes não tiveram acesso às aulas no período das enchentes. E a seca na região amazônica, que fez com que cerca de 1.700 escolas, incluindo mais de 100 localizadas em áreas indígenas, ficassem sem atividades por tempo prolongado - impactando 436 mil estudantes.

“As crianças são mais vulneráveis ​​aos impactos das crises relacionadas com o clima, incluindo ondas de calor, tempestades, secas e inundações mais fortes e mais frequentes”, afirmou a diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell.

“Os corpos das crianças são particularmente vulneráveis. Eles aquecem mais rápido, suam com menos eficiência e esfriam mais lentamente que os dos adultos. As crianças não conseguem concentrar-se em salas de aula que não oferecem proteção contra o calor sufocante e não conseguem chegar à escola se o caminho estiver inundado ou se as escolas forem destruídas. No ano passado, o mau tempo manteve um em cada sete estudantes fora das aulas, ameaçando a sua saúde e segurança e impactando a sua educação a longo prazo”, acrescentou Catherine.

Não à toa, diante desse cenário, a crise climática será um dos eixos temáticos da 30ª edição da Bett Brasil, maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina.  O evento promoverá debates sobre como a adaptação às mudanças climáticas podem transformar o futuro da aprendizagem.

Entre os palestrantes convidados para falar sobre o assunto estão referências como o diretor da Reconectta e do Movimento Escolas pelo Clima, Edson Grandisioli, e a professora de educomunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e presidente do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA), Thaís Brianezi.

Leia também:

Ações estratégicas para reverter essa realidade

Uma nota técnica de autoria da professora emérita da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Sofia Lerche Vieira, intitulada “O impacto das mudanças climáticas na Educação: iniciando um debate” apresentou recomendações para o enfrentamento dos desafios da Educação frente às mudanças climáticas no Brasil.

A nota contextualiza como as mudanças climáticas estão afetando o acesso, a permanência e a aprendizagem na Educação e aborda possibilidades de enfrentamento dos desafios inerentes a essas mudanças. Destaca ainda como as escolas podem impulsionar ações que contribuam para reverter este cenário.

Considerando o contexto, a autora traça recomendações para o desenho de ações e intervenções integradas e intersetoriais por parte dos formuladores de políticas e para o envolvimento dos mais diversos atores e da sociedade civil para que o tema seja foco de atenção e priorização nacional. O documento destaca quatro eixos como fundamentais para orientar a ação climática:

Primeiro: enfatiza a necessidade de infraestrutura sustentável e sistemas resilientes, sugerindo iniciativas como um Programa Nacional de Escolas Verdes e ações intersetoriais voltadas à prevenção de desastres naturais.

Segundo: destaca a importância de mudanças curriculares que priorizem a alfabetização climática e ambiental, abrangendo a formação inicial e continuada de professores e incentivando a pesquisa acadêmica sobre políticas ambientais, mudanças climáticas e Educação.

Terceiro: foca no engajamento ativo da comunidade escolar em ações ambientais, dentro e fora da escola.

Quarto: diz respeito à urgência de um debate contínuo sobre Educação e mudanças climáticas, envolvendo múltiplos atores e alinhado à mitigação dos impactos climáticos de forma intersetorial.

O documento técnico foi desenvolvido pelo D³e – Dados para Um Debate Democrático na Educação, Todos Pela Educação, Instituto Terra Firme e Banco Master.

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