Mudança de semestre: o que refletir, gestor?

O 1º semestre terminou. Para algumas escolas, tempo de recesso, para outras, férias. No entanto, para todas é tempo de fazer um balanço sobre o caminho trilhado e, a partir daí, vislumbrar novos caminhos para o 2º semestre. Neste momento, o gestor tem uma função primordial, pois compete a ele realinhar com seus colaboradores, nas diferentes instâncias, as metas estabelecidas no início do ano, celebrar as conquistas e redefinir rotas, conjuntamente, em função dos objetivos que não foram bem-sucedidos.
Esse é um tempo em que se faz necessário analisar os objetivos e metas de cada setor e, a partir daí, analisar tudo que foi alcançado e aquilo que não foi conquistado para que junto à equipe envolvida, sejam analisadas as causas do insucesso e a definição de novas ações para o realinhamento em prol do alcance das metas.
Para esta etapa, é preciso uma comunicação transparente e clara onde sejam colocados à mesa dados objetivos do percurso realizado, é preciso ainda analisar o envolvimento de cada colaborador e os possíveis novos compromissos a serem assumidos para que os objetivos sejam alcançados.
Esta estratégia implica um olhar para as questões administrativas de cada setor, para o trabalho pedagógico que tem como foco prioritário a aprendizagem do aluno e para a avaliação de desempenho dos colaboradores institucionais, afinal, para que objetivos institucionais sejam alcançados, é imprescindível que o investimento nas pessoas da escola seja uma tônica.
No que diz respeito às pessoas e à consequente avaliação de desempenho, todos os profissionais de cada setor devem ter um momento de feedback para que sejam colocados à mesa, os pontos positivos alcançados e sobre estes devem ser dados os devidos méritos; mas é também indispensável que sejam considerados os indicadores negativos para que, juntos – colaborador e seu superior imediato, possam analisar fatores que tenham comprometido o alcance da excelência no trabalho e possam definir novas rotas para o 2º semestre.
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Não podemos nos esquecer de que o alcance dos objetivos institucionais depende das pessoas e, por isso, este deve ser o grande investimento dos mantenedores: investir na capacitação contínua de cada profissional escolhido para representar sua escola, para ser a imagem viva da proposta pedagógica da escola.
É por isso que se faz necessário investir em um programa de formação continuada de seus professores, coordenadores para que, em paralelo ao exercício do trabalho, haja um projeto de formação técnica e socioemocional atendendo às necessidades institucionais e que este projeto seja monitorado por gestores e coordenadores para que, assim, se desenvolva um trabalho colaborativo em que o que prevaleça seja a parceria e a confiança e, assim, os coordenadores e gestores possam responder, com segurança, pelo trabalho de seus professores. Tudo isso contribuirá com a tão importante saúde mental de cada educador!
Ainda pensando em pessoas , não podemos nos esquecer que este também pode ser um período de mudanças nas equipes e, na chegada de novos profissionais, é indispensável que gestores apresentem a Proposta Pedagógica e os objetivos e metas da instituição para o próximo período e que os coordenadores apresentem, antes do início do próximo semestre, todo o perfil pedagógico do segmento em questão, assim como as metodologias valorizadas e coerentes com a proposta, instrumentos avaliativos, perfis de alunos, linha de trabalho de inclusão, assim como as normas para gerenciamento da sala de aula e sem esquecer do projeto de avaliação de desempenho da equipe. Isso só traz segurança ao novo profissional e, também garante uma continuidade séria do trabalho para alunos e famílias.
Uma abordagem nesta linha contribui com a construção de equipes sérias e comprometidas, seguras de seu potencial e que percebe que os pares podem contribuir com seu talento individual, mas também colocam cada talento a serviço do desenvolvimento de um espírito coletivo de respeito, profissionalismo e confiança mútua.
A partir do balanço semestral com suas equipes, os gestores estarão preparados, também, para promover um momento com os demais envolvidos na comunidade: alunos e famílias, para apresentar os resultados de todo o trabalho e realinhar as expectativas para que fique, a cada dia, mais transparente o alinhamento de ações da escola, pois deste modo ficará claro, para alunos e familiares, o propósito de cada ação adotada pela instituição.
A transparência de propósito para toda comunidade escolar garante um ambiente de trabalho mais tranquilo e assertivo entre todos os envolvidos e favorece o fortalecimento da imagem da escola perante a comunidade.
Diálogo, transparência, colaboração e compromisso são fundamentais para esse tempo de reflexão rumo a um período decisivo no alcance dos resultados individuais e coletivos. E você gestor, como vai preparar estes momentos com suas equipes?
Sobre a autora:
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Sandra Andrade Scapin
Pedagoga e cofundadora do Educatuar - Núcleo de Formação de Educadores e Famílias
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Bett Brasil.
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