Sebrae/PE busca ampliar alcance dos projetos de educação empreendedora nas escolas
Como aplicar a educação empreendedora nas escolas? O Conexão Bett conversou com Danilo Martinez, gestor do programa "Educação que Transforma", do Sebrae de Pernambuco, para responder a essa pergunta.
A iniciativa do Sebrae/PE fomenta a cultura do empreendedorismo entre gestores, professores e alunos, disseminando conhecimento, habilidades e atitudes empreendedoras, essenciais para o mercado empresarial, profissional e digital.
Ao discutir a importância do empreendedorismo na educação, Martinez destaca o uso de metodologias adequadas a cada faixa etária. "Gostamos de trabalhar o empreendedorismo com seus vários espectros e aspectos", afirmou. Ele explica que o planejamento sistêmico, por exemplo, é uma atitude empreendedora que pode ser adaptada ao nível de complexidade do aluno. "Com estudantes do ensino fundamental, começamos com o planejamento de atividades familiares, como uma viagem de fim de semana, mostrando como o planejamento pode melhorar a experiência, reduzindo custos e ampliando a oportunidade de conhecer novos locais".
Sobre os desafios da educação empreendedora no Brasil, o gestor do Sebrae/PE alerta para o sucateamento do setor, agravado pela pandemia. "Vimos o impacto do desvio de recursos da educação para a saúde, o que era necessário, mas não podemos ignorar os buracos criados na educação nesse período. Em alguns municípios, ficamos quase dois anos sem aula", lamenta.
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Ele também destaca as dificuldades enfrentadas por alunos em situações de vulnerabilidade social, como aqueles que "dependem da maré para chegar à escola de jangada" em regiões, como Itapsuma, município de Pernambuco. "O empreendedorismo é uma ferramenta para enfrentar essa desigualdade social, capacitando o jovem a ser o gestor de sua própria vida", considera.
Martinez ressalta que o empreendedorismo não deve estar focado apenas no lucro, mas também na sustentabilidade social, ambiental e financeira. "Quando ensinamos um jovem a transformar uma ideia em ação, estamos combatendo a desigualdade social, oferecendo ferramentas para ele e sua comunidade", afirma. Ele também critica a evasão escolar, muitas vezes causada pela necessidade dos jovens de contribuir com a renda familiar. "Alguns programas nacionais têm ajudado a manter os alunos na escola, mas não basta oferecer recursos, é preciso ensinar a usar esses recursos de forma eficaz", reforça.
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Já em relação ao futuro do programa "Educação que Transforma", Martinez revela novidades para o próximo ano, com o objetivo de ampliar o alcance dos projetos de educação empreendedora nas escolas. "Queremos trabalhar metodologias que entreguem ferramentas para os alunos usarem em suas vidas pessoais, profissionais e empreendedoras", explica.
Ele cita a metodologia "Jovens de Impacto", que foca no empreendedorismo social e fornece ferramentas como gestão de projetos, ideação e captação de recursos. "Nosso objetivo é fomentar um ecossistema de inovação, onde alunos se tornam protagonistas e professores escalem seus projetos, alcançando mais pessoas", diz.
Martinez também revela que o Sebrae/PE está desenhando um edital para que os professores possam receber subsídios para escalar seus projetos de educação empreendedora. “É importante que os professores não apenas executem os projetos, mas que possam produzir suas ideias. Queremos que eles transformem seu desenvolvimento intelectual em soluções práticas, que possam ser expostas em uma vitrine do Sebrae e absorvidas por outros professores e escolas, criando um verdadeiro ecossistema de inovação", conclui.
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